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Maria Helena Dias morreu

Protagonista da novela 'Elas Por Elas' morre a um mês da estreia do remake

Maria Helena Dias, atriz de ‘Elas por elas’ e outras novelas da Globo, morreu aos 91 anos

Por TERO QUEIROZ • 05/08/2023 • 21:51

A atriz Maria Helena Dias morreu aos 91 anos na 3ª feira (1°.ago.23). A informação do falecimento dela, entretanto, só foi divulgada na 6ª feira (4.ago). O corpo da atriz foi velado e cremado neste sábado (5.ago), no Cemitério do Araçá, na Zona Oeste da capital paulista. A causa da morte foi infarto e pneumonia.

Maria Helena estava internada em um hospital desde 24 de julho, após ter passado mal em sua residência.

A trajetória da atriz foi repleta de sucessos. Ela atuou em diversas novelas de destaque na TV Tupi, TV Machete, TV Globo, TV Record e TV Cultura, tendo deixado sua marca na teledramaturgia brasileira.

Entre os trabalhos memoráveis na TV Globo destaca-se a personagem 'Carmem' da novela "Elas por Elas", de 1982, que teve um remake que vai ao ar em setembro de 2023, no horário das 18h, na TV Globo.

BIOGRAFIA

A paulista começou a carreira como manequim desfilando para as lojas Mappin. No ofício, chegou a desfilar grifes de luxo da Europa.

Como atriz, estreou no 'Grande Teatro Tupi' —  programa de teleteatro de 1952 idealizado por Sérgio Britto — produzido pela TV Tupi Rio de Janeiro e pela TV Tupi São Paulo, emissoras do pai da TV, Assis Chateaubriand.

Maria atuou nesses 14 episódios: 

Episódios de 1956

  • 1."As Pequenas Raposas" 
  • 2."Mensagem Sem Rumo" 
  • 3."A Ilha das Cabras" 

Episódios de 1957

  • 4."A Viuvinha" 
  • 5."Trágico Amanhecer"
  • 6."Esta Noite é Nossa"  

Episódios de 1958

  • 7."Bom Dia, Tristeza" 
  • 8."O Homem do Estojo" 
  • 9."O Céu Está à Venda" 
  • 10."Peleas e Melisande" 

Episódio de 1959

  • 11."Com o Diabo no Corpo "

Episódios de 1960

  • 12."Volta, Mocidade!" 
  • 13."Os Três Desconhecidos"

O último episódio, "Os Três Desconhecidos", feito por Maria, foi exibido já dentro do programa TV Vanguarda, idealizado por Fernando Faro. 

Em 1958, Maria estreou no cinema no filme 'Macumba na Alta', dirigido por Maria Basaglia para a Paulistania Filmes. O roteiro é baseado na peça de teatro "Meu nome é doutor" de Amaral Gurgel.

Também em 1985, Maria atuou no longa-metragem "O Cantor e o Milionário", dirigido por José Carlos Burle e escrito por ele e Plínio Campos, inspirado no texto "Avatar de Theophile Gautier". Ainda em 1958 ela conquistou um papel em o "Chofer de Praça", dirigido por Milton Amaral e protagonizado pelo ator Amácio Mazzaropi. 

Dois anos mais tarde, em 1960, Maria conseguiu papel no "Zé do Periquito (1960)", produzido pela PAM Filmes e além de ser protagonizado, também foi dirigido por Mazzaropi.

OUTROS TRABALHOS NO CINEMA

Maria ainda atuou no cinema nas seguintes obras: 

"Asfalto Selvagem" — de 1964  —  dirigido pelo croata radicado brasileiro Josip Bogoslaw Tanko (J.B. Tanko, nascido em 21 de abril de 1906. Morto em 5 de outubro de 1993). O filme foi baseado na primeira parte do romance "Asfalto Selvagem: Engraçadinha, Seus Pecados e Seus Amores", de Nelson Rodrigues; O filme chegou a ser censurado pela Ditadura Militar que aterrorizava o Brasil na época; em 1966 foi lançada a continuação da história, "Engraçadinha depois dos trinta", também dirigida por J.B. Tanko;

"Esse Mundo è Meu" — de 1964  — dirigido e estrelado por Sérgio Ricardo, o filme também foi censurado pela ditadura;

"The Gentle Rain"  — produção americana de 1966 — dirigido por Burt Balaban;

"Vidas Estranhas" — de 1968 — roteirizado por Itamar Borges e Tristão Vales. E dirigido pelo primeiro. Nessa obra, Maria atuou ao lado do ator sul-mato-grossense David Cardoso; 

"O Pecado de Marta"  — de 1971 — roteirizado e dirigido por José Rubens Siqueira. Roteirizado também por Graça Mello. Baseado na peça Marta de tal, de autoria de Otávio Graça Mello; foi é o primeiro filme dirigido individualmente por José;  

"O Super Manso" — de 1974 — comédia do período das pornochanchadas roterizado por Ary Fernandes e Marcos Rey, dirigido pela primeira; Maria deu vida a personagem 'Zulmira'.

"Além da Paixão" — de 1985 — dirigido por Bruno Barreto, com roteiro de Antônio Calmon e baseado em história de Bruno Barreto. É o único trabalho em que a bolsonarista Regina Duarte se permitiu filmar nua, numa cena de sexo com Paulo Castelli;

"Corpo Livre" — de 1985;

"Os Heróis Trapalhões – Uma Aventura na Selva" — de 1988 — dirigido por José Alvarenga Jr. e estrelado pelo atores de 'Os Trapalhões', programa de comédia para TV criado por Wilton Franco. No elenco estava o quarteto cômico Didi, Dedé, Mussum e Zacarias; Maria foi 'Mãe dos Dominó (participação)'.

MUNDO DAS NOVELAS 

A paulista conseguiu o primeiro papel em novelas em 1964, atuando em Renúncia da TV Record. No mesmo ano ela estrelou ainda na novela 'Banzo (1964)', também da Record. 

Em 1965, ela foi contratada pela extinta TV Excelsior, do Grupo Simonsen, para atuar nas novelas "Onde Nasce a Ilusão (1965)" e "Em Busca de Felicidade (1965)".

No ano seguinte Maria retornou a sua morada primeira, a extinta TV Tupi, emissora onde atuou nas novelas "Paixão Proibida (1967)" e "O Décimo Mandamento (1967)".

Maria chegou a TV Globo em 1968, sendo contratada para a novela "A Grande Mentira (1968)". Ela permanceu na emissora carioca de Roberto Marinho por muitoas anos, tendo atuado nas novelas:

  • "A Ponte dos Suspiros (1969)";
  • "O Preço de Um Homem (1971)"; 
  • "Escalada (1975)";
  • "Um Sol Maior (1977)";
  • "Ciranda Cirandinha (1978)".

Em 1979, Maria atuou na novela "Pai Herói", escrita por Janete Clair. No sucesso, ela foi Filomena Baldaracci esposa do personagem 'Rafael', estrelado pelo ator Jonas Bloch, hoje com 83 anos. 

Em 1980 esteve no elenco da novela "Água Viva", escrita por Gilberto Braga, com co-autoria de Manoel Carlos. No mesmo ano, Maria deu via à sua primeira vilã, a ex-modelo Luísa, na novela "Plumas e Paetês", escrita por Cassiano Gabus Mendes, com coautoria de Silvio de Abreu 

Em 1981, Maria deu vida à médica Lígia, na novela "Ciranda de Pedra", escrita por Alcides Nogueira, com colaboração de Mário Teixeira, Lúcio Manfredi e Cristiane Dantas. A novela foi livremente inspirada no romance homônimo de Lygia Fagundes Telles.

No mesmo ano trabalhou na TV Cultura tendo feito apenas a novela “Floradas na Serra” — em1981  escrita por Geraldo Vietri, baseada num romance homônimo de Dinah Silveira de Queiróz e dirigida por Atílio Riccó. 

FAMA NA TV 

Maria conquistou fama no Brasil por interpretar a personagem 'Carmem' da versão original da telenovela "Elas Por Ela", exibida pela TV Globo em 1982. Na trama ela deu vida a trabalhadora 'Carmem'. 

A novela escrita originalmente por Cassiano Gabus Mendes, acompanha o encontro, 20 anos depois, de sete mulheres ex-colegas de escola. Mesmo adultas, as vidas delas acabam mudando muito a partir do reencontro.

As sete mulheres eram interpretadas por Eva Wilma, Aracy Balabanian, Sandra Bréa, Joana Fomm, Ester Góes, Maria Helena Dias e Mila Moreira.

O autor cria uma série de armadilhas e histórias divertidas, algumas delas com um personagem inesquecível da teledramaturgia, o atrapalhado Mário Fofoca e o seu paletó xadrez.

Na trama, Renê (Reginaldo Faria) é um homem disputado, mas acaba se apaixonando pela cunhada Carmem.

OUTROS TRABALHOS NA TV 

Depois de brilhar em 'Elas Por Elas", Maria consolidou seu trabalho TV atuando nas novelas da emissora carioca até o ano de 1990. Eis os principais trabalhos dela na Globo no período: 

"Um Sonho a Mais" — de 1985 — escrita por Daniel Más com a colaboração de Mário Prata e Dagomir Marquezi. A telenovela foi livremente inspirada na peça Volpone, de Ben Jonson. Na trama, Maria deu vida a personagem 'Magda', filha da dona do orfanato onde Volpone (Ney Latorraca) foi criado. Uma das poucas pessoas que realmente gostava do milionário.

"Tieta" — de 1989 — livremente inspirada no romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado. Adaptada por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn. Maria deu vida a personagem 'Zuleika Cinderela';

"Rainha da Sucata" de1990 — escrita por Silvio de Abreu, com a colaboração de Alcides Nogueira e José Antônio de Souza. Nessa trabalho Maria atuou ao lado da sul-mato-grossense Aracy Balabanian. A paulista deu vida a personagem 'Samira'; 

Na virada da década de 90, Maria foi trabalhar na Rede Manchete onde fez:

“A Ilha das Bruxas” — de 1991  primeira e única minissérie escrita por Paulo Figueiredo. Foi dirigida por Henrique Martins e Álvaro Fugulin. Maria deu vida a personagem 'Aquilina'; 

“O Fantasma da Ópera” — de 1991 — escrita por Paulo Afonso de Lima e Jael Coaracy, com supervisão de Geraldo Vietri e direção de Del Rangel, Álvaro Fugulin, Atílio Riccó e direção geral de Del Rangel. Maria deu vida a personagem Noêmia Ribeiro;

Depois ela retornou para o time da TV Globo integrando as novelas:

"Fera Ferida"   de 1993 — escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, com a colaboração de Márcia Prates e Flávio de Campos. Ela deu vida a personagem 'Júlia', uma das costureiras assistentes de Margarida (Arlete Salles). 

“Próxima Vítima” —  de 1995  escrita por Silvio de Abreu, com colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral, com direção de Jorge Fernando, Rogério Gomes, Marcelo Travesso e Alexandre Boury, contou com a direção geral e núcleo de Jorge Fernando. Na obra, Maria deu vida a personagem 'Leontina Giovanni Mestieri'; 

“Anjo de Mim” —  de 1996   escrita por Walther Negrão, com colaboração de Elizabeth Jhin, Ângela Carneiro e Vinícius Vianna, teve direção de Ary Coslov, Roberto Naar, Edson Spinello e Alexandre Avancini. A direção geral e de núcleo foram de Ricardo Waddington. Maria deu vida a personagem 'Guiomar'.

Essa foi a última novela feita pela atriz, que então decidiu dar uma pausa nos trabalhos.

CARREIRA NO TEATRO 

Apesar de ser conhecida pelo seu trabalho de vídeo, Maria também teve longa carreira nos palcos. Desde o ano de 1950, quando fez "Os Miseráveis', ela esteve nas seguintes peças teatrais: 

  • 1956 - Casa de Chá do Luar de Agosto
  • 1956 - Nossa Vida com Papai
  • 1958 - O Mártir de Gólgota
  • 1958 - Rua São Luís, 27 - 8º Andar
  • 1963 - Desde os Tempos de Eva
  • 1963 - Tiro e Queda
  • 1964 - Círculo de Champanhe
  • 1965 - Os Ossos do Barão
  • 1966 - As Inocentes do Leblon
  • 1970 - Boeing-Boeing 1970 - Hair
  • 1970 - A preguiça
  • 1971/1972 - Um Violinista no Telhado
  • 1972/1973 - O Peru 1980/1981 - Os Polícias
  • 1987 - Filhos do Silêncio
  • 2000/2001 - Tango, Bolero e Cha-Cha-Cha

ÚLTIMA APARIÇÃO NA TV 

Na TV as últimas aparições de Maria Helena Dias foram participações especiais na novela “Cobras & Lagartos”, de 2006 e no seriado “Carga Pesada”, temporada de 2007, ambos na TV Globo. Depos disso, a artista se afastou de vez dos trabalhos de atriz, aos 76 anos.

Nos últimos 16 anos Maria vivia reclusa em um apartamento no Rio de Janeiro.

VIDA PESSOAL

 A atriz foi casada duas vezes, mas não teve filhos.

REMAKE DE 'ELAS POR ELAS'

Primeiro encontro, em 28 de junho de 2023, das sete protagonistas do remake da novela 'Elas Por Elas': Karine Teles, Mônica Iozzi, Thalita Carauta, Késia, Isabel Teixeira, Deborah Secco e Maria Clara Spinelli. Foto: Dani Pereira
Primeiro encontro, em 28 de junho de 2023, das sete protagonistas do remake da novela 'Elas Por Elas': Karine Teles, Mônica Iozzi, Thalita Carauta, Késia, Isabel Teixeira, Deborah Secco e Maria Clara Spinelli. Foto: Dani Pereira

Um remake de "Elas por Elas" está previsto ir ao ar em setembro deste ano na faixa das 18h, na emissora carioca. Na nova versão da novela, que será protagonizada por Maria Clara Spinelli, a personagem 'Carmem' passará a se chamar 'Renée'.

Da esquerda para a direita: Renée (Maria Clara Spinelli), Carol (Karine Teles), Lara (Deborah Secco), Taís (Késia), Helena (Isabel Teixeira), Adriana (Thalita Carauta) e Natália (Monica Iozzi).  A releitura de ‘Elas por Elas’ é escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com direção artística de Amora Mautner e direção de gênero de José Luiz Villamarim. Foto:  TV Globo | João Cotta
Da esquerda para a direita: Renée (Maria Clara Spinelli), Carol (Karine Teles), Lara (Deborah Secco), Taís (Késia), Helena (Isabel Teixeira), Adriana (Thalita Carauta) e Natália (Monica Iozzi). A releitura de ‘Elas por Elas’ é escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com direção artística de Amora Mautner e direção de gênero de José Luiz Villamarim. Foto:  TV Globo | João Cotta

Um dos autores do remake, Alessandro Marson, lamentou a perda da artista. "Maria Helena Dias foi uma das protagonista da versão original de Elas Por Elas. Nos deixou agora, no inicio de agosto. Sua Carmen, para mim, foi inesquecível. É um grande prazer revisitá-la agora, contando com o talento de @mariaclara.spinelli para defender Renée, a versão de Carmen do século XXI. Obrigado por tudo, Maria Helena Dias", escreveu em suas redes sociais.

A atriz Maria Clara Spinelli também fez uma postagem exaltando a veterana. 

Maria Clara Spinelli fez uma postagem lamentando a morte de Maria Helena Dias — Foto: Reprodução/Instagram

Outro ator a homenagear a colega foi Anderson Muller. "Mais uma atriz brasileira que vai deixar saudades!!! Descansa em paz", postou ele.

Em sua postagem, Gloria Pires e Virgínia Cavendish comentaram:


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Tags: Aracy Balabanian, Atriz brasileira, CULTURA, destaque, Elas Por Elas, Ester Góes, Eva Wilma, Joana Fomm, Maria Helena Dias, Mila Moreira, Novela, novelas, Sandra Bréa, TeatrineTV, Televisão, TV Excelsior, TV Globo

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