Mônica Mougenot Pontes, conceituada instrutora e performer de dança de Campo Grande (MS) faleceu em 15 de janeiro de 2024, aos 58 anos. Ele foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Nas redes sociais, amigos e alunos citaram Mônica como uma das precursoras na dança de salão campo-grandense. “Mônica... inspiração! Uma das primeiras mulheres a ministrar aulas de dança de salão sozinha, nos ensinando tanto com isso, desconstruindo estigmas, abrindo portas para tantas outras... Mesmo quem não convivia recebeu seu legado. Obrigada por tanto. A dança de salão de Campo Grande te honra e nós, mulheres da dança de salão, estaremos eternamente com o coração transbordando gratidão. Que o céu te receba com um baile lindo e doce”, escreveu a dançarina e mestre em psicologia Ana Loureiro.
“Era uma pessoa espetacular. Era uma pessoa sempre alegre, sempre com sorriso no rosto, uma pessoa bem para cima. Era uma pessoa fácil de cativar as pessoas. Porque sempre ficava com sorriso, particularmente nunca vi a Mônica reclamar de nada, pelo contrário. Foi uma precursora na dança! Que eu posso dizer também sobre ela, num período em que a dança teve professores, os homens conduzindo e as professoras como auxiliar, a Mônica trouxe uma diferença: uma professora que assumia o papel de coordenadora, de quem conduzia. E conduzia muito bem, eu a via conduzindo as meninas pelo salão, e era uma exímia condutora. Na dança, especificamente, essa precursora aqui, pelo menos em Campo Grande eu posso falar, de uma coisa que geralmente eram os homens que davam aula de dança, ela foi a precursora aqui em Campo Grande. No meu modo de ver ela foi uma das precursoras, se especializando e dando aulas muito boas, uma excelente profissional”, comentou o Conselheiro de Cultura pela cadeira da Dança e advogado, Jayme Magalhães Júnior, ao TeatrineTV.
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), emitiu uma nota de pesar. Na manifestação, o ente cultural se solidarizou com os familiares sem dar detalhes da trajetória cultural da artista.
Por outro lado, nas redes, assim como Loureiro, diversas pessoas citaram Mougenot como uma das mais importantes artistas da dança de salão da cidade.
Considerada uma professora e dançarina que nutria uma paixão especial pela dança de salão. Isso era evidente em diversos vídeos que ela compartilhava com seguidores no Instagram. Na grande maioria das publicações, Mônica estava ministrando aulas no estúdio Mougenot Danças de Salão, localizado na R. Spipe Calarge, no Jardim TV Morena.
Amigo e colega de profissão, Luiz Cláudio de Souza, professor de dança de salão desde 1990, falou ao site sobre a artista: “Hoje recebo a importante missão de homenagear uma pessoa incrível que nos deixou: a Professora Mônica. Tive o prazer de conhecê-la em 1991, quando cheguei ao Rio de Janeiro. Ela, juntamente com sua irmã, Gissely, ensinavam aulas de dança de salão e juntos fomos pioneiros em Campo Grande. Desde o início do projeto, ela se tornou minha amiga mais próxima. Era uma profissional altamente capacitada, carinhosa, gentil e atenciosa com todos os seus alunos e os de outras academias de dança”, adjetivou.
Dentre as memórias mais especiais, Luiz disse colecionar a Mônica, ele destacou os encontros em que dividiam o amor pela dança. “Dançamos juntos muitas vezes em eventos, bailes e congressos, e esses momentos foram maravilhosos e gratificantes. Fizemos muitos cursos de aperfeiçoamento e atualização em dança de salão e metodologia de ensino. Nunca vi ninguém que fosse seu desafeto. Sua humildade nos eventos de dança sempre me impressionou muito”, continuou.
Luiz revelou que a Professora Mônica formou muitos alunos e deixou muitos ainda em formação. “Seu sorriso cativante era sua marca registrada. Ela deixou um vazio enorme no mundo da Dança de Salão, que dificilmente será preenchido. Seu legado será lembrado para sempre, tão grande foi sua dedicação e competência. Estou muito orgulhoso de ter conhecido e convivido com esse ser iluminado e sou muito grato por tudo o que ela me proporcionou, como amiga e profissional na Dança de Salão”.
Outra precursora na dança de salão, a professora Dinorá Barros disse que Mônica foi uma pessoa ‘especial que partiu cedo demais’. “Tive o prazer de conhecê-la, pois compartilhávamos a mesma paixão de trazer alegria às pessoas. Em 1998, Cláudio, Mônica e eu nos tornamos os únicos professores de dança de salão em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Antes disso, a cidade só desfrutava de músicas regionais como polca, chamamé, vaneira e um pouco de pagode. Nós três começamos a oferecer aulas de dança de salão ao estilo do Rio de Janeiro e São Paulo, introduzindo novos ritmos como bolero, samba, forró, rock soltinho e ritmos latinos, criando uma nova cultura na cidade”, apontou.
Dinorá disse que Mônica foi uma amiga maravilhosa, prestativa e muito dedicada. “Ela significava muito para nós, representando a paixão e a alegria que sentíamos ao dançar e ensinar. O nome dela jamais será esquecido e sempre terá o meu mais profundo respeito e admiração. Para mim, ela nunca deixará de estar presente, representada por todos aqueles que dançam com amor e dedicação”, completou.
O velório de Mônica aconteceu das 8h às 15h30 da terça-feira (16.jan.24) e sepultamento às 16h do mesmo dia, no Cemitério Jardim das Palmeiras.