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João Donato morreu

Gênio da música brasileira, João Donato morre aos 88 anos

Ele completaria 89 anos em exatamente um mês

Por TERO QUEIROZ • 17/07/2023 • 11:31

O cantor, compositor e pianista João Donato morreu aos 88 anos na madrugada de hoje (17.jul.23), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada no perfil oficial do artista.

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Um dos últimos gênios vivos da Bossa Nova, Donato era pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor. Ele completaria 89 anos em exatamente um mês.

Donato recentemente teve uma infecção pulmonar que resultou em outras complicações de saúde.

O velório ocorrerá nesta 3ª feira (18.jul.23) no Theatro Municipal, com o horário a ser confirmado. Posteriormente, o corpo será cremado no Memorial do Carmo.

CARREIRA

João Donato de Oliveira Neto nasceu em 17 de agosto de 1934 em Rio Branco, no Acre.

João cresceu em uma família de músicos e sempre viu sua irmã mais velha, Eneyda, estudando piano. Já seu irmão mais novo, Lysias Ênio, era apaixonado por poesia e acabou escrevendo letras para algumas composições do artista.

A família Donato mudou-se para o Rio de Janeiro em 1945. Na cidade maravilhosa, João começou a tocar em festas de sua escola — em uma delas, ele conheceu o grupo Moon Lovers e fez amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.

Quatro anos depois foi visto em jam-sessions realizadas na casa de Dick Farney e no Sinatra-Farney Fan Club, casa na qual tornou-se membro.

Aos 11 anos, João iniciou sua carreira profissional, como integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional, com o qual gravou em 1949, um 78 RPM contendo as canções “Brejeiro” (Ernesto Nazareth) e “Feliz aniversário” (Altamiro Carrilho e Ari Duarte).

Em 1951, participou do programa de música nordestina “Manhãs da roça”, comandado por Zé do Norte, na Rádio Guanabara. Nessa época, começou a estudar piano.

Em 1953, formou seu próprio grupo, Donato e Seu Conjunto, e fez parte do grupo 'Os Namorados'. No ano seguinte, formou o Trio Donato.

Mudou-se para São Paulo em 1956, onde atuou como pianista do conjunto Os Copacabanas e na Orquestra de Luís Cesar e gravou o primeiro LP: “Chá dançante”, produzido por Tom Jobim.

Voltou para o Rio de Janeiro em 1958 e passou a dedicar-se ao piano. Em 1959, viajou para o México com Nanai e Elizeth Cardoso.

Depois, João foi viver nos Estados Unidos, onde ficou por três anos. Lá, atuou com Carl Tjader, Johnny Martinez, Tito Puente e Mongo Santa Maria. Donato também excursionou com João Gilberto pela Europa. Em 1962, voltou para o Brasil, casado com a atriz norte-americana Patricia del Sasser.

Em 1963, retornou aos Estados Unidos, onde viveu por mais dez anos.

RECONHECIMENTO

Nos anos 2000, João foi ganhou o Prêmio Shell de Música pelo conjunto da obra. Também participou do Free Jazz Festival (RJ), obtendo sucesso de público e crítica.

Três anos mais tarde, ganhou o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).

Em 2004 ganhou o Prêmio Tim pelo disco “Emílio Santiago encontra João Donato”.

ÍCONE DA MÚSICA

O veterano ficou conhecido como um dos principais expoentes da Bossa Nova por seu jeito único de misturar diferentes gêneros, como jazz e samba.

Ao longo de 70 décadas de carreira, fez parcerias com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque.

João também trabalhou como Astrud Gilberto, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Eumir Deodato, Stan Kenton, Nelson Riddle, Herbie Mann e Wes Montgomery. Suas músicas “Amazonas”, na gravação de Chris Montez, e “A rã” e “Caranguejo”, ambas gravadas por Sérgio Mendes, fizeram muito sucesso.

Como arranjador, destacam-se entre seus trabalhos os CDs “O homem de Aquarius”, de Tom Jobim, e “Minha saudade”, de Lisa Ono, além de discos de Fagner, Gal Costa e Martinho da Vila.


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Tags: #TeatrineTV, CULTURA, destaque_principal, João Donato de Oliveira Neto, João Donato morreu, música

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