A coordenadora do Fórum de Cultura de Campo Grande, Romilda Pizani, foi eleita como delegada na IV Conferência de Cultura de Mato Grosso do Sul (IV CONEC), realizada de 20 a 22 de novembro no teatro Glauce Rocha em Campo Grande (MS). Durante o encerramento, nesta 4ª feira (22.nov), Pizani celebrou conquistas para a população cultural negra e citou o desejo de conferências anuais de cultura no estado. “A minha experiência vem de outras conferências e só de estar aqui nós já podemos ver como é importante a participação social, mesmo com as diversas dificuldades”, introduziu.
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Atriz, produtora e ativista cultural, Pizani externou a felicidade de encontrar companheiros e companheiras de trabalho artístico, citando um desejo: “Seria lindo poder contar com essa possibilidade de termos uma conferência anual. É de fundamental importância esse encontro entre os fazedores de arte, isso está nítido”, anotou.
Para Pizani, os três dias de Conferência reforçou que existe uma demanda urgente de interlocução e troca de saberes adquiridos entre os agentes culturais dos municípios sul-mato-grossenses. “Existe a carência do ouvir e carência do falar em relação a essas pessoas e ao que elas vivenciam nos seus territórios. Uma conferência anual seria ideal, mas não havendo essa conferência anual, se fizéssemos seminários de formação já seria muito importante, porque nós precisamos contribuir com nossos companheiros e companheiras, para que todos e todas consigam sanar as suas dúvidas político-culturais e ter mais conteúdo para poder contribuir em especial nesses encontros que são encontros tensos, de forte debate, mas muito produtivos”, disse.
Apesar de celebrar o evento, Pizani considerou que há um ponto crítico a ser corrigido. “A metodologia dessa conferência teve vários equívocos no meu ponto de vista e esses equívocos poderiam ser sanados com uma comissão criada para olhar a conferência internamente, ou seja, assuntos urgentes e a partir desse olhar para a metodologia, então numa próxima precisamos fazer essas correções”, orientou.
Também educadora social e presidenta do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro (MS), Pizani ainda exaltou as conquistas para a população negra de Mato Grosso do Sul colocadas nas propostas que serão levadas pelos delegados e delegadas à Conferência Nacional, programada para ocorrer em março de 2024. “Nós temos pautados em vários eixos a inserção das necessidades dos povos de religiões origem africana, dos povos quilombolas, da população negra e às culturas consideradas culturas periféricas. É importante, porque sabemos a nível de país, com base nessa estrutura racista, existe apresentado para a sociedade uma cultura elitizada, do qual a população negra não é colocada nessa cultura elitizada. Então, estamos lutando para mudar isso... A cultura negra está desde no seu se sentar, no seu levantar, no seu falar... Em muitos momentos estamos respirando essa cultura, então as políticas culturais precisam reconhecer a população negra brasileira e hoje conquistamos avanços aqui”, completou.