O Fórum de Cultura de Mato Grosso do Sul (Fesc), disse que está distorcida a manifestação que Marcelo Miranda, chefe da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), de que sua pasta estaria “articulando para salvar o Festival de Inverno de Bonito”.
“A fala do Secretário foi infeliz, porque foi contra o que foi deliberado em reunião das lideranças dos colegiados setoriais e do Fesc com a Fundação de Cultura. Aceitamos a proposta do diretor-presidente de cancelar o edital, abrir chamamento via Oscip e não adiarmos o Festival e ainda, participarmos da construção dos próximos editais de Festivais do Estado. E esse aceite foi feito com critério, debate e apresentação de propostas”, esclareceu neste sábado (17.jun.23), uma das coordenadoras do Fórum de Cultura, Caroline Garcia.
Portanto, na verdade, o diretor-presidente da Fundação de Cultura (FCMS), Max Freitas, o Fórum de Cultura e os colegiados, acordaram em manter o festival em agosto, desde que fosse lançado um novo edital de chamamento às atrações artísticas regionais.
Mostramos aqui no TeatrineTV que pressionada pelo Fesc, e colegiados, a FCMS cedeu à uma reunião na 5ª (15.jun), em Campo Grande (MS), onde conseguiram o compromisso de Max Freitas de lançar um novo edital na 2ª feira (19.jun.23).
Na reunião em que a decisão acima foi tomada, o secretário também esteve presente como convidado, mas foi embora antes do término do debate, alegando problemas de agenda. Àquela altura, porém, nenhuma decisão coletiva havia sido tomada.
Apesar disso, na noite da 5ª feira (15.jun), Marcelo Miranda usou veículos de imprensa para dizer que a Setescc, primeiro, ‘iria adiar o Festival’, e depois disse que a sua gestão na Setescc ‘estava trabalhando para salvar a realização do Festival em agosto’. As duas versões dadas pelo secretário Marcelo Miranda à imprensa, no entanto, não são verdadeiras. Até porque, a secretaria nem mesmo é a gestora do Festival e sim, a FCMS.
Como anotamos aqui, durante sua participação na reunião, Miranda concordou com a sugestão de adiar o festival para novembro, mas a grande maioria dos colegiados preferiu manter o festival em agosto, com a sugestão do diretor presidente Max Freitas, de correção e lançamento de um novo edital pela FCMS.
Conforme apurado pelo TeatrineTV, a tentativa do secretário de “vender-se como salvador do Festival”, não foi vista com bons olhos pelos agentes culturais. Em Colegiados, manifestações apontavam que o secretário estaria usando-se de ‘má-fé’ ao dar tais depoimentos à imprensa, sendo que abandonou a reunião antes do término.
Procurado, Marcelo Miranda justificou que ambas as alternativas citadas por ele à veículos de imprensa, foram debatidas na reunião.
“Participarei até o término sim, sai apenas antes da fala do Max, que fechou a reunião, pois tinha uma reunião às 11. Em relação a adiar o festival, houve uma proposta, se não me engano do representante do sindicato, de cancelar o edital e também adiar o festival. Cancelar o edital foi unânime e tanto eu como o Max concordamos”, argumentou Miranda.
Questionado se acredita que sua manifestação à imprensa foi equivocada, Marcelo Morada rebateu: “Claro que não. Vocês estão criando pelo em ovos. A fundação é vinculada à secretaria. A partir da solicitação do Fesc foi cancelado o edital é um novo será construído junto com os colegiados”, disse.
Por fim, o secretário explicou que conversou ao telefone com a jornalista e que na ocasião, a jornalista esqueceu de mencionar o protagonismo do Fesc e Colegiados em prol do festival.
GUERRA INTERNA
Informações adicionais obtidas por nossa equipe, é de que há uma ‘guerra instalada’ entre a Setescc e a FCMS na gestão de Eduardo Riedel (PSDB).
Tudo começou quando Riedel decidiu que a Setescc deveria ocupar o prédio que historicamente pertenceu a Fundação de Cultura, o Apolônio de Carvalo. Mostramos que mesmo antes da nomeação do diretor-presidente, o prédio havia começado a ser desmantelado.
Outra 'rusga' entre os entes culturais veio após Max Freitas baixar uma portaria para frear diversas contratações de artistas da música sertaneja que estariam sugando os recursos da Cultura do estado. A medida do diretor-presidente acatou uma cobrança antigo da classe cultural sul-mato-grossense.
Apesar da portaria, o diretor-presidente da FCMS continuou sendo obrigado a assinar as contratações musicais com valores super altos. O temor, nos corredores da FCMS, é de que o diretor da entidade seja penalizado por órgãos de controle e fiscalização. “O diretor daqui [FCMS], está sendo usado como laranja. Ele está sendo obrigado a assinar essas contratações de sertanejos com cachês super altos. Se um órgão de controle cair em cima é ele que será responsabilizado”, pontuou uma fonte na condição de anonimato.