A organização do 23º Festival de Inverno de Bonito (FIB), ação cultural que iniciou nesta 4ª.feira (21.ago.24) e segue até 25 de agosto em Bonito (MS), foi criticada em razão de uma decoração feita com bexigas e bolas de borracha coloridas que remetem uma festa infantil.
"Fui dar uma olhada na montagem do que dizem ser cenografia, é bizarro! Um monte de bolas e molas de plástico penduradas, um amontoado de tendas, parece feira para vender estrutura para eventos. Não tem arte, não tem conceito, não tem criação. Que tristeza!”, protestou uma artista.
Como mostramos aqui no TeatrineTV, a responsável pelo 23º FIB é a Associação dos Artistas paulista (CNPJ 03.890.545/0001-09), Organização da Sociedade Civil (OSC) habilitada para celebrar um Termo de Colaboração junto a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), que tem por objeto a execução do FIB, com teto de R$ 6,5 milhões. O valor mencionado é apenas para a execução do festival e pagamento de artistas regionais, pois os artistas nacionais estão sendo pagos pela FCMS, como mostramos aqui.
Atualmente, a Associação é presidida por Arnaldo Catalan Júnior, de 71 anos, que também é Diretor de Cultura no município de São Manuel, no interior paulista. Ele disse em entrevista ao TeatrineTV que a proposta feita por eles era “bem diferente”, mas segundo os artistas sul-mato-grossense não se imaginou que a Associação espalharia bolas de borracha pela principal cidade turística de Mato Grosso do Sul.
Apesar da crítica de parte da classe cultural, o público que esteve na abertura do festival foi receptivo a decoração. “As crianças brincam com elas, algumas arrancam e o pessoal da produção não implica, então os pais estão gostando, aparentemente está sendo positivo para o público a proposta decorativa”, explicou a Conselheira Estadual de Cultura, Sílvia Cerqueira, que acompanha a execução do festival.
Ainda conforme a representante sociedade civil no campo cultural, algumas bexigas estouraram, mas não havia nada espalhado. “Estão coletando, não vi materiais de borracha jogados”, acrescentou.
Em contraste, o festival está expondo esculturas de animais pantaneiros feitos com tampinhas de garrafas e outros materiais recicláveis. As obras são produzidas pelo Projeto S.I.R.I – sigla que significa Sustentabilidade, Interatividade, Reciclagem e Integração. A proposta surgiu em 2021 com o engajamento de ativistas pelo meio ambiente e revoltados para reutilizar o lixo largado nas ruas, praias e oceanos. “Inspirados pela comunidade global Precious Plastic do holandês Dave Hakkens e com a visão de transformar, conscientizar e preservar, todo o resíduo plástico como tampinhas, garrafas, potes e copos descartáveis que viram matéria prima para novas formas, objetos e produtos. O time é formado por um coletivo de designers, engenheiros, artistas e voluntários de todas as áreas”, explica o projeto em seu site oficial.
Nessa edição do FIB, também é novidade alguns painéis de LED que emulam experiência 3D. Há ao menos quatro desses equipamentos no festival.
23º FIB conta com painéis de LED que emulam experiência 3D... Leia: https://t.co/dAmJIPmRpr pic.twitter.com/9m5Za0UsxI
— TeatrineTV (@teatrinetv) August 22, 2024
Como mostramos aqui, essa não é primeira crítica a organização do festival sob a batuta da Fundação de Cultura do governo de Eduardo Riedel (PSDB).