Em 11 de dezembro de 2024, a prefeita reeleita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou a nomeação de Edilson Aspet de Azambuja para o cargo de Maestro do Centro de Música Municipal Ernani Alves Correa. No entanto, dois dias depois, a prefeitura corrigiu a nomeação, designando-o para a Banda Municipal, também localizada no centro de música da cidade.
Como registramos aqui, a nomeação gerou controvérsia devido ao histórico criminal de Edilson, que foi preso em 2015 durante a Operação Fantoche, conduzida pelo Gaeco, por envolvimento em um esquema de cobrança de propina enquanto gerente do Fundo de Investimentos Culturais (FIC) da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
Edilson, que atuou como gerente do FIC entre 2007 e 2014, foi acusado de cobrar propinas para liberar recursos culturais e de participar de um esquema de desvio de verbas, totalizando cerca de R$ 500 mil, além de fraudar documentos para justificar pagamentos. A prisão de Edilson foi realizada em Ponta Porã, onde ele trabalhava no Hospital Regional desde 2014. Desde então, ele tem enfrentado processos legais relacionados a crimes administrativos e outras acusações, incluindo injúria. "Respondo, como vários cidadãos no nosso Brasil, à justiça por tudo o que me acusaram e NUNCA deixei de comparecer a nenhum chamamento. Tenho endereço fixo e sou profissional músico e especialista em comunicação, com orgulho. Coloco-me à disposição de pessoas sérias que fazem jornalismo com seriedade para relatar a minha história de vida na cultura. Não é com esse tipo de ação, nem tentando desconstituir o meu trabalho, que vão ocupar um lugar que é meu por direito de servidor público. Espero o bom senso da redação para, antes de publicar uma série de inverdades, checar a fonte e oferecer o direito sagrado do contraditório. Afinal, percebo que não são afeitos a injustiças", disse Edilson.
Ainda em resposta à reportagem, Edilson refutou as acusações apontando sua versão dos fatos. Ele destacou que é servidor público concursado desde 1994 e que sua nomeação para a Banda Municipal de Campo Grande não foi uma decisão da prefeita, mas sim um retorno à função originalmente atribuída a ele por meio de concurso público. Entretanto, ele não é concursado Maestro e sim Maestro auxiliar. Apesar disso, Edilson defendeu que sua nomeação é legal, considerando que ele ocupa o cargo de Maestro desde que passou no concurso, e que, caso fosse impedido de exercer sua função, isso caracterizaria desvio de função.
O servidor também destacou que, ao longo de sua carreira, tem se dedicado à cultura e à música, e que qualquer questionamento sobre sua trajetória e o que ele chama de perseguição política deveria ser tratado de forma séria, com o direito ao contraditório garantido.
Edilson também aproveitou a oportunidade para explicar que, antes de sua recente nomeação para a Banda Municipal, ele estava lotado no Arquivo Histórico de Campo Grande (ARCA) desde novembro de 2023. No entanto, ele afirma que essa designação era irregular, pois o cargo para o qual ele foi transferido não correspondia às suas atribuições de Maestro, violando sua função pública.
Além disso, ele ressaltou que, como presidente da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) no estado de Mato Grosso do Sul, tem sido alvo de ataques e ameaças por parte de ex-gestores e colegas de trabalho, acusando-os de cerceamento de sua carreira profissional.
Por fim, Edilson pediu à imprensa que a matéria fosse corrigida, alegando que as informações contidas nela eram "fake news" e que ele deveria ter a oportunidade de se defender antes de qualquer publicação, chamando a atenção para a necessidade de verificar as fontes e garantir o direito ao contraditório.
Com a resposta de Edilson, o caso ficou ainda mais complexo, misturando questões jurídicas e políticas, com a prefeitura de Campo Grande, a cultura local e a trajetória de um servidor público que, apesar das implicações legais, continua a desempenhar função de chefia, o qual reivindica como sua por direito.