Deputada federal Camila Jara (PT-MS). Foto: Tero Queiroz

O jornal bolsonarista ‘Cidade Online’, de Passo Fundo (RS), fez ataques machistas contra a deputada federal Camila Jara (PT-MS). 

No título do que eles acreditam ser uma ‘notícia’, o site se referiu a Camila como: “Bonitinha, mas ordinária”, sustentado que ela deve ser caçada.

O veículo de extrema direita sulista é conhecido por fazer propaganda escancarada ao ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro e a todo e qualquer ato de políticos de extrema direita. Veja a íntegra da publicação extremista. 

A publicação foi realizada às 08h39 de 28/02/2024, sem autoria. A publicação do site se referia a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 0601998-43.2022.6.12.0000. Detalhamos esse assunto lá no MS Notícias.

Segundo fontes, o movimento político de tentar ‘cassar Camila’ visa beneficiar o PP e o PSDB, que temem o impacto da candidatura da petista agora pré-candidata a prefeitura de Campo Grande (MS).

Para tentar ‘frear’ a meteórica carreira da jovem parlamentar, os tucanos e centristas escalaram Walter Benedito Carneiro Júnior – secretário-adjunto de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). Foi ele quem protocolou a AIJ no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TER-MS), alegando que Camila fez campanha ilegal em 2022.

Naquele ano, Carneiro Júnior também disputou uma vaga de deputado, ficando suplente de Jara. Portanto, se porventura Camila fosse cassada, Carneiro se beneficiaria, mas como explicamos no MS Notícias, o movimento tem maiores ambições. 

Desconhecendo completamente o contexto político sul-mato-grossense, o jornal sulista ‘sentenciou’ antecipadamente Camila Jara, pelo simples fato de ela pertencer a uma legenda de esquerda. 

A frase usada pelo jornal para atacar Camila, era repetida diversas vezes pelo personagem interpretado por José Wilker no filme “Bonitinha, mas Ordinária ou Otto Lara Resende” lançado em 26 de janeiro de 1981, baseado na peça homônima de Nelson Rodrigues.

Na versão original, a peça é apresentada sob o ponto de vista masculino e 'supostamente' usa o discurso machista de Nelson Rodrigues para angariar direitos às mulheres.

Na história do filme, uma jovem moça é estuprada e um homem fica entre se casar com ela ou com a vizinha, que lhe desperta desejos.  

Procuramos a assessoria da deputada para entender qual será a medida adotada contra o ataque a imagem da parlamentar e aguardamos posicionamento.