Ocorreu na noite da 2ª.feira (27.mar.23), a abertura da Boca de Cena - Semana do Teatro e Circo, no Teatro Dom Bosco em Campo Grande (MS).
Por volta das 19h, o público começou a chegar para o evento, que tinha na programação a abertura oficial com fala de autoridades, homenagens aos artistas Paulo Sanches e Américo Calheiros. E para fechar a noite, estava programada uma apresentação do espetáculo 'Hamlet Cancelado', de Vinícius Piedade.
Por volta das 19h15, a nossa equipe de reportagem estava em frente ao teatro, ocasião em que interceptamos o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Max Freitas, que chegava para o evento.
Anteriormente, Max havia dito ao TeatrineTV que o valor total investido na Boca de Cena estava na casa dos R$ 700 mil. Porém, ele disse agora que o valor subiu. "Se for entender, o investimento está maior que o do ano passado. Acredito que chega na casa de R$ 1 milhão, investimento real. Os gastos com atrações nacionais, passagens aéreas, estrutura, hospedagem e alimentação do governo do estado já dão quase R$ 300 mil", revelou.
Conforme o gestor cultural, apesar de neste ano a Boca de Cena estar sendo feita por meio da contratação direta, essa não é a forma correta. "O momento é positivo por saber que o governo tem esse novo olhar com a cultura, investindo de verdade... Mas é bom apontar que a Boca de Cena neste ano infelizmente ainda não acontece da forma correta, como desejamos, porque acreditamos que essa seleção das atrações tem que ocorrer por meio de editais públicos", apontou.
Max reconheceu que apesar de ter havido uma discussão com os setoriais de Teatro e Circo para a realização da Boca de Cena, a consulta ainda não foi efetiva. "Houve uma conversa com os colegiados, mas temos que ampliar essa essa conversa tanto com o setorial de Teatro como com o de Circo. Por meio dessas escutas, poderemos cada vez mais estar trazendo um festival Boca de Cena com a cara do sul-mato-grossense. Esse que é um evento que ficou extinto por 5 anos, ocorreu ano passado através do setorial e neste ano volta para a FCMS".
Para o ano de 2024, a previsão é que a Boca de Cena seja submetida às diversas mudanças. "Para ano que vem não pensamos na Boca de Cena, não só em Campo Grande, porque não fazermos uma circulação com a Boca de Cena? E esse é o propósito! Mas tínhamos que dar esse pontapé, porque sabemos da responsabilidade. Hoje não ocorre da forma como queríamos ainda, mas damos o pontapé para mudanças com investimento e liberdade para trabalhar que o governador Eduardo Riedel nos dá... Acho que mesmo que o festival deste ano seja modesto, a classe ganha", considerou.
Questionado sobre qual seria a alternativa para o ano que vem, que mire descentralizar tanto as demandas quanto a gama de grupos beneficiados na Boca de Cena, Max insistiu: "Editais públicos... Quando conseguirmos lançar os editais e haver uma comissão de seleção mista, vamos ter a escolha de maneira ampla. E para isso ocorrer, o gestor público não pode estar olhando para seu próprio umbigo, seguindo esse caminho vamos ter uma administração pública cultural muito melhor", finalizou.
Na sequência, o gestor entrou para o evento.