A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), decidiu nesta 5ª feira (15.jun.23), que irá cancelar o edital do 22º Festival de Inverno de Bonito (FIB), aberto em 7 de junho. A decisão será publicada em Diário Oficial, na 6ª feira (16.jun).
Como mostramos aqui no TeatrineTV, diversos artistas sul-mato-grossenses reagiram negativamente aos valores de cachês e diversas falhas encontradas no certame.
“É normal, porque estamos numa transição de um edital que era balizado pela lei de licitação 8.666, uma transição em que o governo do estado optou pelo uso da Lei 13.144. E são duas leis com regramentos diferentes... Concordamos com a classe quanto aos valores dos cachês, estão baixos. Por isso vamos dobrar esses cachês, mas dentro de outro caminho, que é a abertura do edital de Oscip, que vamos abrir na próxima 2ª feira [19.jun.23]”, disse o diretor presidente da FCMS, Max Freitas em entrevista ao TeatrineTV.
O anúncio ocorreu durante reunião nesta manhã, onde estavam representantes de colegiados, coordenadores do Fórum Estadual de Cultura (FESC), integrantes do Conselho de Cultura, o chefe da Setescc, Marcelo Miranda, e o diretor geral da FCMS, Carlos Heitor. Também estiveram na reunião os técnicos Silvana Valu e Márcio Veiga.
O festival, gerido pela FCMS, está programado para ser realizado de 23 a 27 de agosto de 2023.
Entretanto, com o excesso de burocracia, os baixos cachês e um certame analógico, os artistas se mobilizaram para a derrubada do edital.
Apesar disso, um dos problemas apontados na reunião nessa manhã, é que se houvesse a derrubada do edital, não haveria tempo hábil para abertura de um novo certame. "Sugiro que adiemos esse Festival para novembro. Assim, teremos tempo para fazer um edital certo, contemplando os anseios das classes artísticas e valorizando nossos artistas", orientou o secretário Marcelo Miranda.
Dentre os presentes, alguns acolheram a sugestão de Miranda, outros ficaram receosos de que se perdesse a tradição do festival. A festa tida como vitrine dos artistas regionais poderia acabar nem ocorrendo, já que em novembro há outras ações culturais.,
Max Freitas, defendeu a manutenção do festival em agosto e então sugeriu que um novo edital fosse confeccionado com cachês mais adequados. “Queremos a valorização dos nossos profissionais, concordo! Ao mesmo tempo reafirmamos, que não, não teremos o cancelamento do Festival que deixou de ser de Inverno, e passou a ser chamado de Festival de Bonito. Espero que o festival seja para todo o Brasil e todo o mundo”, argumentou.
ACORDOS PARA NOVO EDITAL
No novo edital, Max garantiu que serão feitas as correções e o diretor-presidente acolheu as seguintes cobranças dos colegiados:
- Redução de burocracias: no novo edital, serão cobradas apenas documentos pessoais, comprovante de endereço, portfólio, release, foto e link para apresentações, quando no caso de espetáculos;
- A Oscip vencedora deverá montar uma equipe curadora composta por um membro indicado do Colegiado, um membro indicado pela FCMS e um membro indicado pela Oscip;
- O novo edital deverá possibilitar a inscrição em mais de uma área ou posição em diferentes equipes, mas com o cuidado na seleção de não permitir protagonismo de mesmo artista em mais de uma apresentação/atração;
- O novo edital deverá ter o chamamento aberto por 10 dias, com inscrições por formulário no Google;
- Oscips não terão obrigatoriedade de fazer visita in loco para concorrer ao certame de produção do festival.
Com o aumento do cachê, Max explicou que será ampliado também o valor global do festival cultural. "Com esse comprometimento da Fundação de Cultura, em que vamos dobrar os cachês das propostas artísticas regionais, nós devemos alcançar cerca de 65% do valor da última edição", finalizou.