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Seminário Teatro e Circo

​Fechando o Seminário, Teatro e Circo recebem elogios e reforçam cobranças

Artistas da Capital e interior apontam a demanda urgente de reativação de políticas públicas de circulação

Por TERO QUEIROZ • 29/03/2023 • 18:08

Dezenas de trabalhadores da arte encerram nesta 4ª.feira (29.mar.23), o Seminário Estadual de Teatro e Circo, que teve início na 2ª.feira (27.mar), integrando a programação da Semana Boca de Cena em Campo Grande (MS).

Para este último dia de reunião, os trabalhadores convocaram o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Max Freitas e outros servidores. Dentre os presentes, estavam Angela Montealvão (futura gestora do Teatro na FCMS) e Márcio Veiga (gerente da Difusão Cultural), diretamente ligados aos setoriais. Role a galeria abaixo:

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O encontro, que teve início às 8h30, foi encerrado às 12h20, após a leitura de documento em que os artistas cobravam a retomada de políticas públicas de fomento à circulação, dentre outras demandas que serão enviadas também ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) e ao secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Marcelo Miranda.

— Realmente é positivo ter um setorial assim, organizado, fortalecido de construção e de diálogo. Sabem realmente seu ambiente cultural e seu profissionalismo. Isso é muito positivo tanto para os artistas quanto para a administração pública — considerou Max Freitas, ao falar com a reportagem do TeatrineTV, na saída do evento.

(29-03-2023) — Max Freitas durante o 3ª dia do Seminário Estadual de Teatro e Circo em Campo Grande (MS). Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

Conforme o chefe da FCMS, o diálogo é de extrema importância, mas considerou que agora é preciso pegar tudo isso que foi organizado no seminário e levar à mesa dos gestores para se estudar e pôr em prática as demandas de ambos os setoriais.

— Já dialogamos, conversamos, agora é momento de agir, de executar as demandas. É isso que vamos levar daqui — completou o gestor.

(29-03-2023) — Max Freitas compareceu a convocação no Seminário Estadual de Teatro e Circo em Campo Grande (MS). Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

No Seminário, o gestor comprometeu-se em atuar para o rápido desenvolvimento de propostas de editais de circulação, editais de fomento e ativação de prêmios na FCMS. Max também pediu que o setor cultural ajude na articulação de tornar a Boca de Cena uma lei de política pública cultural.

CAPITAL

(29-03-2023) — Fernanda Kunzler durante 3ª o dia do Seminário Estadual de Teatro e Circo em Campo Grande (MS). Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

Uma das organizadoras do Seminário, a atriz, diretora e produtora, Fernanda Kunzler, da Capital, esclareceu à reportagem quais foram as principais demandas identificadas nas reuniões.

— A principal falha em Mato Grosso do Sul é a política pública não efetivada. Nós temos a Lei do Sistema [Estadual de Cultura], que precisa de reforma dentro dela, na questão da previsão orçamentária, inclusive, na realização e desburocratização do Fundo de Incentivo à Cultura (FIC), que é nosso maior mecanismo de fomento cultural a nível de estado — introduziu.

Ao longo do seminário, também foram citadas estratétigas em prol do Conselho Estadual de Cultura.

— A questão do fortalecimento e da nossa representação, do diálogo do Conselho com a Fundação de Cultura e das deliberações que passam por dentro desse Conselho, da sua efetividade e participação. Porque, o Conselho é deliberativo então cobramos que isso seja de fato respeitado — detalhou.

Outra cobrança feita no documento que será entregue ao governo é de que sejam organizadas e preparadas condições para a realização das conferências de Cultura municipais e estaduais.

— Apontamos a necessidade de termos identificado quais são os municípios que possuem Plano Municipal de Cultura e a realização das conferências, para organizarmos um Plano Estadual de Cultura, amplo e democrático.

(29-03-2023) — Fernanda Kunzler e Fernado Cruz (ator, diretor e ativista cultural) escutam Max Freitas (chefe da FCMS), durante o 3ª dia do Seminário Estadual de Teatro e Circo em Campo Grande (MS). Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

Mesmo reconhecendo que existem muitos desafios para a reestruturação do setor cultural sul-mato-grossense, Fernanda explicou que esse é um momento de retomada e reafirmação da política pública.

— Retomada das políticas públicas que existiam e foram extintas e que para voltarem, precisam de reformulação. Acredito que há vários desafios para nossa retomada e criação de novas políticas, por exemplo, traçar estratégias para sustentação das políticas culturais que foram colocadas aqui em diante — prospectou.

Ela disse ainda que as perspectivas no Teatro e Circo da Capital são positivas sobre a gestão atual.

— Sim, positivas! Acretiamos que vamos conseguir construir, neste ano, ao menos um alicerce base de políticas culturais, para que possamos desenvolvê-las nos anos seguintes. Acreditamos que, com essa nova gestão da Fundação de Cultura, tenhamos efetividade em prol dessas políticas públicas.

INTERIOR

(29-03-2023) — João Rocha durante o 3ª dia do Seminário Estadual de Teatro e Circo em Campo Grande (MS). Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

Integrante do Seminário, o ator, palhaço e produtor João Rocha, de Dourados, cobrou que FCMS descentralize suas ações e que se façam discussões in loco, para entender as demandas de cada uma das 9 regiões do estado.

— O interior é muito grande, né? Existem muitos municípios, mas a maioria tem menos de 30 mil habitantes. Então, são locais em que não existe muita atenção à cultura. Precisamos que haja circuitos culturais, para reativar a memória da população quanto ao teatro e o circo e levar os grupos com suas produções a esses locais. Essa seria a principal política pública de valorização do interior — considerou.

Outra maneira de a Fundação fomentar a cultura no interior, para João Rocha, é fazer com que haja prêmios dedicados às produções artísticas, a partir de estudos nos locais.

— Existem produções no interior, com prêmios dedicados, essas produções vão crescer e chegar em novos locais… Para isso, precisamos fazer uma subsecretaria itinerante que consiga passar nas cidades, ou nas microrregiões do estado, para saber, de fato, quais são as necessidades específicas de cada local — orientou.

João explicou que não basta enviar "enlatados culturais" ao interior de MS, pois cada local tem suas produções que devem ser valorizadas.

— Temos locais que um apoio ao Turismo seria o melhor caminho para estimular a cultura, noutros teríamos melhor proveito investindo em Patrimônio, outros municípios são fortes outras prática... — observou.

O artista disse acreditar que pelo mecanismo da escuta nos locais, seria o caminho inicial para compreender a dimensão da produção cultural sul-mato-grossense.

— Só assim seria possível entender o que se produz de cultura e arte nesses lugares, criaríamos então um plano de trabalho, para quem sabe desenvolver festivais de menores portes, que promovam as culturais locais, isso é muito importante — opinou.

João finalizou cobrando mais valorização e respeito aos artistas e produções do interior.

— Precisa haver um respeito às culturas locais, produzir ações culturais com as mãos de obra do território, isso fortaleceria muito os artistas dos interiores do estado.

BOCA DE CENA

A Boca de Cena 2023 acontece até 1ª de abril na Capital. As atrações são abertas ao público. Confira a programação completa AQUI.  


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