Tendo morado por 20 anos em Naviraí (MS), onde atuava como radialista, o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Edu Mendes, exaltou a participação dos agentes culturais do interior na IV Conferência Estadual de Cultura (IV CONEC), realizada de 20 a 22 de novembro, no Teatro Glauce Rocha em Campo Grande (MS), explicando que o evento ajudará o estado a sanar problemas históricos que atingem os agentes culturais.
“A gente vê a necessidade de o interior ter essa capacitação, mas falta formação, porque a gente fala muito em capacitar, parecendo que as pessoas já têm alguma coisa, às vezes a pessoa não tem nada. Então, acho que o trabalho é de base, é formação. Acho que a gente tem que estar muito focado com a rede estadual de ensino, a secretaria de educação pode trazer algumas coisas para nós também em parceria, mas é importantíssimo ter esse contato com o interior, ouvir as regiões e fomentar, tanto a formação como a capacitação, eu acho que são duas coisas que não podem andar distintas, a formação e a capacitação”, introduziu.
De acordo com o chefe da FCMS, também é urgente o mapeamento dos artistas sul-mato-grossenses. “Eu vou só sair da cultura para você lembrar o que aconteceu na pandemia, muitos países do mundo apanharam e nós tínhamos o SUS, o Sistema Único de Saúde. Foi a nossa salvação, o SUS teve toda a rede de vacinação e a gente prontamente chegou e atendeu, mas eles já estavam mapeados. Mas qual o nosso mapeamento? Onde estão essas pessoas? Quem são? Então, esses encontros são importantes porque as pessoas dos municípios vão dando para nós subsídios para gente poder entender quem está, onde e fazendo o que. Então, é muito importante esses encontros exatamente para isso, a gente conhecer a nossa classe cultural, até porque quando a gente teve a pandemia, a primeira Aldir Blanc, foi um desespero no Brasil inteiro de como esse recurso iria chegar, então é muito importante a gente ter um raio X do estado inteiro, conhecer e entender quem e onde está, para gente poder a partir daí ter essa política pública”, apontou.
Edu celebrou a realização da Conferência e estendeu um convite à união de todas às representações para o avanço cultural. “É uma alegria imensa de finalizar uma conferência, de ter muitas trocas, de discutir de verdade, de oportunizar que as pessoas pudessem falar, esse momento democrático ele é muito importante. Eu sou democrata por natureza, o Marcelo também é, aprendi muita coisa com ele na gestão do esporte e acho que é isso, ninguém faz nada, sozinho, nós temos que nos unir e acho que a cultura tem mecanismos importantes como o Conselho, como o FESC, como os Colegiados, a importância é levar isso para o interior, somar, aumentar, para que a gente possa potencializar por todo o estado”, concluiu.
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