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EMBAIXADA INDÍGENA

Em MS, Sonia Guajajara celebra vitórias do projeto 'Aldear a Política'

Ministra inaugurou uma Embaixada Indígena na Capital sul-mato-grossense

Por TERO QUEIROZ • 10/06/2024 • 18:18
Imagem principal A ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara durante inauguração da Embaixad Indígena em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, celebrou as pré-candidaturas indígenas anunciadas na noite do sábado (8.jun.24) durante a inauguração da Embaixada Indígena de Campo Grande (MS). "Estamos preparando embaixadas como essa todo o Brasil para apoiar as candidaturas indígenas", garantiu a ministra.

Na ocasião, Sonia convocou a população a votar em candidaturas indígenas femininas, pontuando, que levou 523 anos para elas chegarem aos espaços de poder.

Mulheres são protagonistas como lideranças políticas indígenas de MS. Foto: Tero Queiroz Mulheres são protagonistas como lideranças políticas indígenas de MS. Foto: Tero Queiroz 

Como mostramos mais cedo aqui no TeatrineTV, a ministra foi recepcionada na Capital sul-mato-grossense com uma grande festa que contou com danças indígenas Terena, ritual religiosa do Povo de Terreiro e apresentações artísticas. 

A ministra dos Povos Indígenas durante inauguração da Embaixada Indígena de Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz  A ministra dos Povos Indígenas durante inauguração da Embaixada Indígena de Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz  

Na seara política, recepcionaram a ministra na Capital a deputada federal Camila Jara (PT), a deputada estadual Gleice Jane (PT) e o também deputado estadual Zeca do PT. Além disso, diversos outras lideranças administrativas do Partido dos Trabalhadores. 

Anfitriãos e a Ministra dos Povos Indígenas em MS. Foto: Tero Queiroz Anfitriãos e a Ministra dos Povos Indígenas em MS. Foto: Tero Queiroz 

A reportagem não conseguiu entrevistar a ministra, entretanto, durante seu discurso Sonia revelou que a ideia da embaixada indígena germinou de um projeto político indigenista iniciado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) em 2018: "É a primeira vez que o Congresso Nacional tem mais de uma representação indígenas e orgulhosamente as representações indígenas no Congresso são mulheres. Foi com o Aldear a Política que nós chegamos no Congresso com a bancada do cocar, entendemos que estar no parlamento é importante, mas a gente precisava também ocupar outros poderes, e foi nessa decisão coletiva que eu assumi o Ministério dos Povos Indígenas atendendo a um convite do presidente Lula. Quem vai negar um convite do presidente Lula, né?", brincou. 

A ministra Sonia Guajajara em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz A ministra Sonia Guajajara em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz 

De acordo com a ministra, para fortalecer o projeto indígena na política estão sendo ocupados outras instâncias e estão se buscando conquistar condições igualitárias nas disputas eleitorais com os não-indígenas. "Nós continuamos com essa bancada ampliada: a bancada está no legislativo, a bancada está no Executivo e a bancada já está também no judiciário. Nós temos a nossa companheira indígena lá da Bahia, a Samara Pataxó que está lá no Tribunal Superior Eleitoral, e com a presença dela lá, este ano nós conseguimos por meio de uma ação da deputada Célia Xakriabá, que nós indígenas possamos ter direito ao horário gratuito no rádio e televisão, assim como acesso ao fundo partidário, que até então a gente não tinha", lembrou.

A ministra Sonia Guajajara e as pré-candidaturas indígenas de MS. Foto: Tero Queiroz A ministra Sonia Guajajara e as pré-candidaturas indígenas de MS. Foto: Tero Queiroz 

Sonia reforçou que sua ida para a política, assim como o de Célia, é fruto de um projeto em defesa do planeta. "Nós fomos eleitas em 2022 chegando com a coragem e com a fala, e também considerando o momento de emergência que vivia o Brasil. A nossa candidatura e nossa eleição foi para fortalecer a democracia e foi para fazer o maior enfrentamento a crise climática que o planeta passa, porque ser candidata indígena, ser deputada indígena, ser ministra indígena e também a gente fazer a luta pelo planeta". 

A ministra Sonia Guajajara segura a mão de Val Eloy ao endoçar sua pré-candidatura a vereadora de Campo Grande. Foto: Tero Queiroz A ministra Sonia Guajajara segura a mão de Val Eloy ao endossar sua pré-candidatura a vereadora de Campo Grande. Foto: Tero Queiroz 

A ministra apresentou ainda endossou os nomes de Val Eloy Terena, pré-candidata a vereadora da Capital, e de Camila Jara, pré-candidata a prefeita. "Nós falamos que as candidaturas indígenas, as representações indígenas, significam uma luta pelo planeta! E com essa alegria que eu chego aqui hoje, Campo Grande, para apresentar à vocês mais uma vez o nosso projeto coletivo e aqui estão as pré-candidaturas indígenas para as câmaras municipais. Aqui estamos, de vários municípios, com pré-candidatos, com pré-candidatas, tendo aqui a nossa querida Val Eloy Terena, que vai comandar a Embaixada no município de Campo Grande, junto com a Camila Jara que está aqui como uma grande representação, aliada, parceira".

A ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara e secretário-executivo do ministério, Luiz Henrique Eloy Terena. Foto: Tero Queiroz A ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara e secretário-executivo do ministério, Luiz Henrique Eloy Terena. Foto: Tero Queiroz 

Por fim, Sonia pediu apoio para a continuidade do projeto político indígena em 2026, provocando e citando Eloy Terena como um possível nome para deputado federal por MS. Veja o vídeo:  

Confira mais sobre a participação da ministra Sonia Guajajara na inauguração da Embaixada Indígena de Campo Grande acessando a galeria abaixo: 

INVESTIMENTO

Durante agenda na Capital, pela manhã do sábado, Sonia firmou um acordo de R$ 160 milhões com o governo de Eduardo Riedel (PSDB), para a execução de seis projetos que visam melhorar a qualidade de vida das comunidades locais.

As propostas incluem ações nos campos da cidadania, proteção do consumidor, ressocialização de pessoas encarceradas, valorização das culturas indígenas e gestão ambiental e territorial. Entre as iniciativas estão programas de educação e formação técnica, acesso à saúde, esporte, lazer, cultura, turismo, empreendedorismo, e implementação do Programa Teko Porã.

Além disso, foi discutida a criação do Gabinete de Crise Guarani Kaiowá, em resposta às recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), visando a proteção dos direitos desse povo na região sul do estado, onde diversas lideranças indígenas estão sendo mortas e casas de rezas queimadas. O gabinete propôs o programa Teko Porã, com investimento de R$ 5 milhões, para fortalecer o bem-estar dos Guarani Kaiowá, abordando questões como acesso à água potável, segurança alimentar, reinserção social e proteção ambiental.

A reunião de Sonia não foi com o governador e sim com o vice-governador José Carlos Barbosa e da secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza. Na inauguração da Embaixada Indígena, nenhum representante da cultura sul-mato-grossense compareceu e nem mandou representante. Viviane também não compareceu, mas enviou uma representante. 


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Tags: Campo Grande, Embaixada Indígena, ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara

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