Adriane Lopes (PP), prefeita reeleita em Campo Grande (MS), entregou a chefia da Secretaria Executiva de Cultura ao ex-vereador derrotado Valdir Gomes, seu aliado político.
A prefeita também nomeou Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes, esposa de seu cunhado Osvaldo Nogueira Lopes (irmão do deputado estadual Lídio Lopes, que é marido de Adriane Lopes), para a chefia da Casa Civil. Thelma ganhou destaque na imprensa por ter sido agraciada com supersalários na gestão anterior de Adriane.
Outro integrante famoso da equipe da prefeita é Darci Caldo, que assumiu a Secretaria Municipal de Articulação Regional, criada para abrigar aliados políticos. Caldo foi ex-secretário de Ari Artuzi em Dourados e foi condenado a 19 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O processo é de 2011.
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Assim como Thelma, que era chefe de gabinete, Caldo já atuava como assessor especial de Adriane desde setembro de 2022, com um salário de R$ 15.148,35 por mês na prefeitura. Esse valor é 30% maior que o pago a um secretário municipal (R$ 11.169). Agora, como chefe, ele deve ter um salário ainda mais generoso.
Outro nome que voltou à gestão de Adriane é o ex-vereador derrotado Sandro Benites, que comandará a Fundação Municipal de Esportes (Funesp). Benites é alvo de investigação por integrar atos antidemocráticos bolsonaristas que pediam a abolição violenta do Estado. Embora seja formado em Medicina, ele não tem experiência na área de esportes, mas assumirá a função na Funesp.
Completam o alto escalão de Adriane Lopes para o mandato 2025-2028 a vice-prefeita Camilla Nascimento, que comandará a Secretaria Municipal de Assistência Social, e outros nomes como Angélica Fontanari (Secretaria-Executiva da Mulher), Paulo Landas Filho (Secretaria-Executiva da Juventude), Anderson Gonzaga (Segurança e Defesa Social), Elton Dione de Souza (Controladoria-Geral) e Marcelo Miglioli (Infraestrutura e Serviços Públicos). Ainda falta anunciar o Secretário de Governo, que deve ser Carlão Gomes (PSDB), ex-presidente do legislativo, que aprovou a extinção da Secretaria de Cultura de Campo Grande.
Para criar as secretarias beneficiando diretamente a concunhada e o condenado por corrupção, Adriane precisou "cortar gastos", eliminando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), a Secretaria de Turismo e Cultura (Sectur) e a Secretaria da Juventude. Também foram extintas as subsecretarias da Mulher e Direitos Humanos.