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ARTIGO

Izu Forever

Izulina se arriscou numa atividade que nunca tinha tido contato: esculpir em concreto

Por ROSILDO BARCELLOS* • 27/11/2023 • 09:24
Imagem principal Nascida em 1925, na cidade de Simões, no Piauí, chegou em corumbá em 1944 acompanhada do marido José Xavier.

Monumento às três Forças Armadas (Jardim da Independência); Cristo Redentor (entrada do bairro Cristo Redentor) São Francisco (Praça Salim Chamma); Soldado desconhecido (quartel do 17º Batalhão de Fronteira); Nossa Senhora da Candelária (em frente ao cemitério Nelson Chamma); Cristo Rei do Pantanal (morro do Cruzeiro); Via Sacra, com 72 estátuas (subida do morro do Cruzeiro); Nossa Senhora do Pantanal (igreja São Vicente); Monumento ao Lions Clube Corumbá Pantanal (rodovia Ramão Gomes); Nossa Senhora do Carmo (Forte Coimbra); Águia (Topo da Casa Vasquez, ladeira José Bonifácio); Painéis sobre História de Corumbá – (Residência da artista); Dom Bosco (em frente à paróquia de São João Bosco). Eis que listo a relação de Esculturas em Concreto em Corumbá  (MS). 

A lista sobredita é  referendada e tem fulcro, nas obras que particularmente estão em minha memória, certamente há mais; todavia é suficiente para relembrar um ano da partida da artista plástica piauiense, Izulina Gomes Xavier, que escreveu peremptóriamente  seu nome, na história da cultura corumbaense, e auxiliou outros tanto a fazerem arte. Evidentemente, que a obra que eu mais lembro, certamente que é o busto do meu avô João Lemos de Barcellos, um dos maiores seresteiros e incentivadores da cultura, poesia e música, que Ladário conheceu.

Mirante João Leme de Barcelos. Foto: ArquivoMirante João Lemos de Barcelos. Foto: Arquivo

Foi-se com singelos 97 anos levando as mãos que produziram centenas de estátuas em concreto e em madeira, além de assinar várias publicações, entre peças de teatro, romances e cordéis. A piauiense que adotou Corumbá para viver se tornou ícone da cultura corumbaense; sendo inclusive entrevistada pelo jornalista Pedro Bial.

Túmulo de Luzina. Foto: ReproduçãoTúmulo de Izulina Gomes Xavier. Foto: Reprodução

Nascida em 1925, na cidade de Simões, no Piauí, chegou em corumbá em 1944 acompanhada do marido José Xavier. No livro ‘Izulina Xavier – Esculturas no ar’, escrito por Maria Eugênia Carvalho, encontramos o registro da fala da artista por ocasião de sua chegada à Corumbá: “Ah, foi um amor à primeira vista. Um encantamento… Corumbá! O Pantanal! Aquela água toda! Não era mar. Não era água salgada, era doce. Água para beber! É aqui que eu quero ficar. Nunca mais eu vou embora daqui!”.

Por causa de uma promessa dirigida a São Francisco, Izulina se arriscou numa atividade que nunca tinha tido contato: esculpir em concreto. A enorme peça foi moldada em frente de sua casa durante vários meses. Autocrítica, ela não havia gostado tanto do resultado, mas quem passava todo dia em frente de sua casa e pôde acompanhar passo a passo a montagem da estátua, encantou-se.

Por seu carisma e importância cultural, Izulina Xavier já foi homenageada na maior festa popular da cidade, o Carnaval, em duas ocasiões. Em 2003 e 2006, a história da artista foi apresentada na avenida General Rondon, a famosa passarela do samba corumbaense, pela escola Império do Morro. Inclusive a  tradicional escola das cores verde e rosa em 2024 vai falar sobre um assunto que os seus torcedores conhecem muito bem... As emoções!

Dentro desse contexto, várias situações que despertam os sentimentos mais puros serão abordados pela agremiação, que promete um grande espetáculo para fechar a segunda-feira de carnaval!  Não obstante, o lançamento do samba enredo está previsto para 08 de dezembro.

Mas voltando ao assunto em tela, é de 2004, sua contribuição ao afetivo cultural da cidade: o Cristo Rei do Pantanal e a via crucis, instalados no Morro do Cruzeiro que abriga um conjunto de 72 peças  representando as  estações da Via Sacra. Diante da grandiosidade de atos culturais realizados sua memória estará sempre viva e será eternamente revivenciada em cada uma de suas obras.


AUTOR: *Articulista


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Tags: CORUMBÁ, Izulina Gomes Xavier, João lemos de Barcellos

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