Foi entregue à população sul-mato-grossense na noite do domingo (19.mar.23), o prédio Casa do Artesão, em Campo Grande (MS). Há 14 meses, o prédio estava fechado para obras de restauração.
Completando 100 anos de história, a edificação cultural idealizada pelo engenheiro Camilo Boni, está no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Calógeras.
Para a noite de reinauguração, um palco foi montado no cruzamento. Geraldo Espíndola e Gabriel Sater foram as estrelas que animaram o público. Às 19h, Geraldo Espíndola abriu o show.
No prédio, mais de 800 artesãos expõem 3 mil peças de arte popular, artesanatos indígenas e produtos alimentícios típicos.
A obra de restauração da unidade custou R$ 2,5 milhões, tendo se iniciado no governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), em 2022. A unidade passou por restauração completa, desde instalações elétricas e hidrossanitárias, a elementos arquitetônicos, banheiros, esquadrias, pintura e acessibilidade. O novo espaço pode ser visto na galeria abaixo — onde ouvimos algumas personalidades e usuários da Casa do Artesão — leia rolando a galeria:
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ENTREGA DA OBRA NO PRAZO
Assim que Eduardo Riedel (PSDB) assumiu, em 1º de janeiro de 2023, a grande apreensão dos artistas era se a obra seria entregue dentro do prazo.
Na saída do evento, o governador reforçou à reportagem do TeatrineTV o que a Cultura pode esperar de sua gestão, no que tange a preservação de equipamentos culturais.
“Muita valorização! Mato Grosso do Sul tem uma cultura riquíssima... Fortalecê-la passa pela restauração dos nossos equipamentos como a Casa do Artesão aqui, com 100 anos. Um espaço de expressão dos nossos artesãos, são mais de 4 mil inscritos em Mato Grosso do Sul. Só aqui, 800 expõem. Então, a cultura pode esperar o meu comprometimento total, com a valorização das expressões”, apontou o governador.
O secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), Marcelo Miranda, celebrou a entrega dessa, que é a obra número 1 de sua gestão, dentro do prazo. Ele deu créditos à equipe da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
“Essa obra, quando nós assumimos, já estava num processo bastante avançado, com empenho muito grande dos técnicos da Fundação de Cultura [FCMS], que trabalharam duro para que se fizesse a entrega dentro do mês do Artesão, especialmente hoje dentro do dia 19”, destacou.
O chefe da Setescc também apontou o valor histórico da Casa do Artesão. "Esse ponto aqui é maravilhoso, eu sou encantado com esse local aqui. Até porque, a história da Casa do Artesão se confunde com a de Mato Grosso do Sul, aqui foi em 1975 que virou Casa do Artesão e nós dividimos em 1977. Essa revitalização vem para reforçar e dar destaque a esse artesanato de altíssima qualidade produzido no Estado", adicionou Miranda.
O diretor-presidente da Fundação de Cultura de MS, Max Freitas, esclareceu qual foi o trabalho da FCMS realizado nesses primeiros meses de 2023.
“Assim que nós assumimos no dia 9 [de janeiro], nós tomamos pé de toda a situação. Tive conversas com a arquiteta, que estava acompanhando todo o processo... E realmente, planejamos visando essa data importante, que é o Dia do Artesão. Nós colocamos prazo para a empreiteira que ganhou a licitação, de cumprimento, porque estava muito vago, né? Então, ao mesmo tempo que tivemos cuidado com a obra e pagamentos dentro do prazo, nós fizemos esse acompanhamento, para chegar nesse prazo de entrega”, explicou Max.
PRESERVAÇÃO E ATIVAÇÃO
Questinado quais serão as ações da Setescc para manter a Casa do Artesão ativa, Marcelo Miranda disse: "Temos que traçar estratégias, abrir aqui aos finais de semana, precisamos criar estratégias para que se gere um fluxo maior de turistas e principalmente, gere renda para nossos artesãos. Eu acho que é fundamental que a gente dê suporte com ações, com eventos... Esse evento aqui mostra que podemos promover essas ações aqui, para chamar atenção da população para esse prédio e esses produtos", avaliou.
Ao mesmo questinamento, Max freitas apontou ações práticas que já estão sendo feitas, como a compra diretas de móveis para a Casa do Artesão e ações de marketing.
“Nós estamos fazendo um processo de compra de móveis que não entraram no projeto de restauro da Casa do Artesão. Vamos realizar campanhas da Casa em Campo Grande, interior e outros estados. A Fundação de Cultura, o governo do Estado e a SETESCC têm o papel de fomentar, né? E para haver a contínua manutenção [da Casa do Artesão], nós estamos realizando parcerias, fazendo campanha de marketing para que o fluxo de turistas e os campo-grandenses passe a comprar, a divulgar os produtos da Casa do Artesão”, detalhou.
Max também esclareceu que há um prazo de carência que compreende responsabilidade à empresa vencedora da licitação para manutenções e que também serão realizadas oficinas com o restaurador e conservador, Antônio Sarasá.
“Estamos fechando que o próprio estúdio Sarasá deixe uma qualificação para os servidores da Fundação de Cultura e da própria Casa para que eles consigam fazer pequenos reparos e manutenção do próprio restauro. Essa é uma proposta antiga e o estúdio Sarasá aceitou dar essa contrapartida para nós”, revelou.
Ainda conforme Max, para a ativação cultural serão realizadas divulgações massivas e buscas de parcerias junto a Fundação do Turismo (Fundtur).
“A Casa já está aberta a partir de hoje, de segunda à sábado. Estamos buscando parcerias com a Fundtur, que tem recursos na área do marketing para divulgação da Casa em feiras turísticas. Ao mesmo tempo, há a confirmação que nós vamos participar esse ano, a Fundação de Cultura comprando espaço, levando o artesanato e artesãos para 5 feiras nacionais. E com isso, a Casa do Artesão levará um pouco de seu trabalho e seu produto para essas feiras, ajudando na comercialização do produto... Literalmente, a propaganda é a alma do negócio e nós vamos continuar investindo nisso”, completou Max.
PRÓXIMAS ENTREGAS
Miranda citou os próximos equipamentos culturais que devem ser entregues. “Temos o Castelinho de Ponta Porã, são quase R$ 3,7 milhões do governo e o Centro Cultural José Octávio Guizzo. Essas duas obras, a previsão é de entrega para o final do ano”, adiantou.
O prédio do Castelinho foi construído entre os anos de 1926 e 1930 e foi sede do governo do Território Federal de Ponta Porã entre 1943 e 1946, durante o governo do presidente Getúlio Vargas. Depois, abrigou uma cadeia pública do 4º Batalhão da Polícia Militar. Na década de 90, o prédio foi abandonado pelo poder público e entrou deterioração.
Em 11 de fevereiro de 2022 teve início a obra que prevê a restauração e transformação do local num Museu. A obra tinha duração prevista de 12 meses. A empresa Materiais Temporariamente Separados de Imóveis cobrou R$ 3.663.757,63 pelo serviço, mas já está com o cronograma atrasado.
O Centro Cultural foi fechado em maio de 2016 pelo governo Azambuja, naquela ocasião, para uma reforma breve que não ocorreu.
Em 23 de maio de 2022, o governo tucano publicou um ato de contratação da Poligonal Engenharia e Construções no Diário Oficial Eletrônico (DOE). A empresa cobrou R$ 8,8 milhões e teria o prazo de 300 dias (cerca de dez meses) para entregar o empreendimento. Oficialmente, as obras iniciaram no dia 4 de julho de 2022, com a demolição das estruturas locais. O secretário indicou que a obra sofreu atraso em razão das chuvas.
O governador confirmou que essas duas obras devem ser as próximas entregas nesse seu 1º ano de gestão. “O Castelinho lá de Ponta Porã, um equipamento sensacional que está sendo restaurado... Vou lá [na entrega], com certeza. O Aracy Balabanian também, teatro que é um importante equipamento de orgulho do sul-mato-grossense”, apontou. Além desses empreendimentos culturais, Riedel disse estar ‘namorando’ a restauração do complexo cultural da Comunidade Tia Eva, na Capital.
Max Freitas também adiantou que serão feitas cobranças a equipe da Poligonal Engenharia e Construções de um prazo de entrega da obra do Centro Cultural. "A data que nós condicionamos à entrega do Centro Cultural é agosto, próximo do aniversário de Campo Grande. Nós vamos trabalhar para que trabalhem com essa meta, como nós conduzimos esse da Casa do Artesão", observou Max, dizendo que a mesma estratégia será usada no que se refere a obra do Castelinho. "Até porque, queremos lançar outras propostas de obras no setor cultural, não só de patrimônio", finalizou.