O Terena Sandro Rogério Pacheco, de 34 anos, pertencente a comunidade indígena Taboquinha, de Nioaque (MS), foi nomeado na 6ª.feira (24.fev.23) como Chefe de Divisão de Promoção a Políticas Culturais 1, da Coordenação Geral de Promoção a Políticas Culturais do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas da Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas do governo Lula (PT).
Em entrevista ao TeatrineTV, Sandro comentou sua ida para o cargo federal. "Para mim é um orgulho, poder levar isso, representar o povo indígena da Terra indígena Nioaque, dentro do Ministério dos Povos Indígenas e atuar junto, haja visto que é um Ministério inédito, né? De um governo que está dando esse respaldo para a gente. E dentro do sistema, estar fazendo acontecer as questões indígenas, fazendo prevalecer aquilo que a gente prega, que são as questões indígenas do nosso povo”, introduziu.
Comunicador no Conselho do Povo Terena, uma organização de base da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sandro é próximo do também sul-mato-grossense, advogado Eloy Terena, Secretário-Executivo do Ministério. “Minha aproximação com Eloy, ela dá início dentro do movimento indígena... O Eloy é uma referência para a gente, né? Principalmente para o povo Terena. Como ele usa da sua inteligência e do seu conhecimento, para defender as pautas territoriais, as pautas indígenas e todo esse contexto. No movimento indígena ele sempre está nas mobilizações, sempre fazendo lideranças”, disse ;
Questionado sobre quais serão suas prioridades dentro do Ministério, Sandro disse que é hora de fazer acontecer. "Estarei, no momento, com intuito de somar com os demais neste novo cenário político para nós, Povos Originários. Uma vez que, há anos e décadas buscamos este protagonismo e agora é hora de fazer acontecer. O objetivo principal de todos nós é fazer dar certo e é isso que pensa o coletivo", respondeu. Apesar disso, Sandro narrou que em momento oportuno, irá buscar colocar os anseios dos povos indígenas sul-mato-grossenses na mesa. " A Terra Indígena tem suas prioridades também e iremos sem dúvidas, no momento oportuno, levar ao conhecimento da nossa Ministra [Sônia Guajajara], e do nosso secretário executivo", observou.
Sobre sua comunidade, Sandro destacou as prioridades. "A Aldeia Taboquinha está em ascensão, mas necessitamos de uma escola e um UBSI. Essa é uma das principais demandas da Aldeia Taboquinha", apontou, esclarecendo que, entretanto, há mais comunidades indígenas na mesma região com uma necessidade singular. "Não irei apenas representar a Aldeia Taboquinha. A Terra Indígena Nioaque é composta por quatro Aldeias e uma no contexto urbano, sendo elas Aldeia Taboquinha, Brejão, Água Branca e Cabeceira e a Paraíso dos Guerreiros. A nossa principal reivindicação é a demarcação do nosso território", finalizou.