Sucesso de público, 'Como Nascem as Estrelas' destaca teatro único em Campo Grande
13 DEZ 2022 • POR • 05h40A atriz Laura Santoro, de 21 anos, está em cartaz com o espetáculo ‘Como Nascem as Estrelas’, desde 2 de dezembro, sempre às 20h, na Estação Cultural Teatro do Mundo, em Campo Grande (MS). Veja detalhes abaixo.
No monólogo, Santoro reverbera os medos e os desejos de uma jovem que nasce na terra da estrela campo-grandense, Glauce Rocha. Ela passeia pela tenuidade de se misturar, por vezes, propositalmente tornando a história híbrida aos desejos de artistas campo-grandenses contemporâneas.
À espera do início do espetáculo, o público aproveitava um café à esquerda do hall do teatro. O local é o novo na Capital, inaugurado em 26 de novembro, mantido pelo casal Fernando Lopes e Helena Soares. O espaço singular é único, pois oportuniza uma experiência imersiva no contexto cultural.
Laura impactou público com sua boa performance no espetáculo Como Nascem as Estrelas, em cartaz em Campo Grande (MS). Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
Apesar da responsabilidade de dar voz aos textos da escritora Clarice Lispector e escritos por Glauce Rocha, Laura entusiasmou a plateia com sua performance. “Não sei explicar, no começo eu estava sentindo um medo, mas deslanchou. Foi muito emocionante falar sobre a Clarice Lispector e falar sobre Glauce Rocha. Fazer, de fato aqui, contando como é a vida delas me emocionou demais”, comentou Santoro.
Laura Santoro durante apresentação do solo Como Nascem as Estrelas. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
A intimidade que a jovem tinha com os livros de Clarice foi um facilitador para encaixar a vida de Glauce no enredo criado com auxílio do diretor, Fernando Lopes. “Eu fui pesquisando a vida da Glauce e encaixando dentro das coisas que a Clarice contava sobre... fui achando as coincidências”, apontou.
Cenário conta a história de escritora e atriz, ao passo que o texto discorre sobre a existência artístico-feminina. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
“Eu conheci a Laura na internet, na época da pandemia, e me interessei muito no trabalho dela. Na época começamos a pensar no que iríamos produzir juntos e eu estava dirigindo a Andreia Freire no podcast dela sobre a Glauce Rocha, do livro do Octávio Guizzo. Me apaixonei ainda mais pelas imagens, dela morar aqui, falar da Calógeras. E aí provoquei a Laura no sentido de fazermos uma plágio-combinação, que chamo de corte e cola. Adicionar aos textos da Clarice, a Glauce, do Octávio Guizzo, da Laura e emus também, onde criamos esse discurso que trazemos para o palco”, detalhou Lopes.
Em convolução verborrágica e física, Laura entrega experiência estigante ao público. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
“O espetáculo é um pouco da mistura da Laura e da Glauce, a Clarice funciona mais como um oráculo. Estamos há um ano trabalhando para chegar nesse resultado. Está sendo um prazer dirigir uma atriz tão jovem que se interessa também pela escrita e que entrega um monólogo com tanta consistência”, elogiou o diretor.
A beleza, por vezes, assume característica hiper-expressiva, em Como Nascem as Estrelas. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
Para Santoro, as duas personagens, atriz e escritora, são referências fortes na arte e na vida. “Por isso escolho essas duas: a Glauce por ser forte e inspiradora, nascida em Campo Grande. Uma apaixonada pela arte. Me identifico bastante. A Clarice é por escrever coisas que tocam nós mulheres, fala sobre nossas vivências”, completou.
Em sua primeira semana em cartaz — de 2 a 11 de dezembro — o espetáculo foi sucesso de público e por isso foi prorrogado. “Teremos mais sessões em razão da grande presença de público que não pudemos comportar”, esclareceu Lopes. As novas sessões estão previstas para ocorrer nos dias 15, 16, 17 e 18 de dezembro, às 20h. Os interessados podem garantir o ingresso de maneira antecipada pelo perfil do Instagram Da Estação Cultural ou pode retirar no local, 20 minutos antes do horário de entrada.
ESTAÇÃO CULTURAL
Hall de entrada da Estação Cultural Teatro do Mundo. Foto: Reprodução
Fernando Lopes disse que o espaço cultural segue trabalhando intensamente, aberto sempre das 3ª.feiras aos domingos, das 14 às 23h. “É um espaço de convivência cultural no Centro de Campo Grande. É para quem gosta de ver e falar sobre arte. Nós temos aqui a obra do Edson Castro. Têm obras da Michele da Sofá Studio, obras digitais. Têm artesanatos dos artistas cooperados na boutique do teatro e do café, que têm sua variedade... então, venham conhecer, está muito lindo. Quer vir pensar, ler, fazer reuniões, é um lugar para todos nós. Temos áreas abertas, ao ar livre e cobertas. É um espaço de criação”, indicou Lopes.
Ariane Schio. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
Ariane Schio, de 27 anos, é uma das artesãs, dona da marca Schio Acessórios, que expõe na Estação Cultural. Ela iniciou suas atividades durante a pandemia, após deixar a área de formação. “Sou engenheira, mas acabei não indo para a área e sempre amei esse universo do artesanato. Aí durante a pandemia tomei coragem de fazer as produções e consegui, logo que foi diminuindo a pandemia, participar de feiras e agora estamos aqui nesse espaço lindo, acreditando na força desse espaço cultural. Temos 6 marcas aqui e estamos trabalhando para fazer esse espaço aquecer”, considerou.
Também estão na estação cultural as marcas Touchê, Vieira Cerâmicas, Lelis Arguelho Mosaicos, Vivi no Jardim e Cosmos Concretos.
Mais dois solos devem entrar em cartaz em breve no Teatro do Mundo. “Eu trouxe essa ideia do Rio de Janeiro para cá, que nomeie de ‘incendiárias’. São três solos: Onde Nascem as Estrelas, com a Laura; A Valsa Número 6, estrearemos em breve com a Tauane Gazoso; no ano que vem estrearemos o Monólogo da Puta no Manicômio, do Dario Fo, com a Joana Moroni. Vamos estrear tudo aqui”, adiantou.
O prédio em que Fernando instalou a Estação Cultural já foi um local de eventos conhecido da Capital, pois eram comuns casamentos lá. Mostramos um pouco dessa história aqui no TeatrineTV.
Com a nova destinação do espaço, Lopes viu a necessidade de atualizar o ambiente, principalmente com acessibilidade. Para fazer rampas no local, onde há apenas escadas, ele abriu uma vaquinha virtual que pretende arrecadar R$ 20 mil para tornar o local acessível. “O prédio é antigo, tem muitas escadas. Já fizemos o banheiro, mas estamos precisando fazer rampas. O projeto está pronto, só nos falta o dinheiro. Você pode ajudar com qualquer quantia”, diz ele no link da Vaquinha que pode ser acessada AQUI.
A Estação Cultural é nova em muitos sentidos, até mesmo por ser agora o único ponto com teatro e espaços diversos dedicados à cultura abertos ao público em geral em Campo Grande, a Capital que não tem sequer um teatro público aberto à comunidade. Para manter o local, Lopes desencadeou várias campanhas, uma delas é a “venda de cadeiras”.
Funciona assim, a pessoa que desejar comprar uma cadeira, paga uma anuidade de R$ 238 reais e se tornar sócio do Teatro do Mundo. “Fica um ano aproveitando privilégio de sócios e o mais legal é que você estará nos ajudando a manter o espaço vivo!”, explicou Lopes. Os benefícios estão listados abaixo:
Para se tornar sócio do espaço cultural basta pelo solicitar a parceria no Whatsapp 67 99696-9774.