Vernissage abre exposição de Ghva, com 27 telas indígenas em Campo Grande
16 AGO 2022 • POR • 20h10O artista Ghva, de 46 anos, realiza às 19h desta quarta-feira (17.ago.22) a vernissage de abertura da sua exposição “Yvypóry” — do guarani: habitantes da terra. São 27 pinturas sobre tela realizadas entre 2020 e 2022.
Como atração à vernissage, estão previstas a leitura do texto de Yuri Matsunaka — colaboradora histórica da causa indígena em MS — e a participação de DJ Tamys e Begét de Lucena.
Ghva é natural de Rondônia, descendente de migrantes nordestinos e viveu a infância em plena floresta amazônica, em Cacoal, na presença dos índios Suruís. A convivência com a fauna e a flora abundantes, despertaram o interesse do artista pelo desenho de observação. Portanto, em sua obra há o predomínio de combinações de cores e colagens, que remontam a força e a beleza de comunidades indígenas e quilombolas.
A produção de Ghva também chamou a atenção da antropóloga e historiadora Maria Barcelos (RO), pela investigação sobre as diversas etnias indígenas brasileiras, seus grafismos, sua iconografia, cores, bem como os registros históricos sobre o assunto, frequentemente pesquisados pelo artista.
Ele está em Mato Grosso do Sul desde 2004, onde realizou projetos como Espelhos da Terra em 2021, com a Aldeia Urbana Marçal de Souza; o Festival Mba'e Porã em 2020; exposições na sede TV Educativa; Fórum de Campo Grande; Uniderp; Unimed, entre outros espaços institucionais. Suas pinturas também já foram expostas em galerias de Trancoso, distrito do município de Porto Seguro (BA), Porto Velho, Cacoal (RO), Bonito e Aquidauana e ainda, foi selecionado no Salão de Belas Artes em Peruggia/Itália em 2006, cujo tema foi “Água – Reflexos e Reflexão”.
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O quadros da exposição Yvypóry: "São retratos e imagens dos povos tradicionais de várias nações indígenas brasileiras como os Guarani, Kadiwéu, Chamacoco, Terena de MS, mas também de outras regiões como os Xavante, Paiter Suruí, Ianomami, entre outros, com o objetivo de enaltecer e valorizar sua cultura e identidade, por sua força, herança ancestral e honra com que resistem", definem os realizadores em release à imprensa.
Além de realizar há mais de 20 anos pesquisa sobre os povos indígenas, Ghva busca referências na obras bibliográfica sobre os registros visuais históricos feitos dos indígenas e populações afro brasileiras e se interessa pela representação pictórica colonial.
O artista foi um dos contemplados no Prêmio Ipê de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur). Ele será o 3º premiado do "Ipê" a realizar exposição permanente na Galeria de Vidro, na Plataforma Cultural.
Com a exposição, Ghva revê também a lógica histórica, pois retratos, ao longo da história da arte, foram utilizados como forma de homenagear a aristocracia, os nobres e figuras de autoridade. "Nesta exposição procura-se enaltecer a cultura indígena, por meio de retratos de sua gente, mas também com cenas do cotidiano", explicam.
Celebrando o mês em que se demarca o dia 9 de agosto, como dia internacional dos povos indígenas, a exposição contempla a leitura das artes e das ciências humanas sobre as culturas dos povos originários, reconhecendo o vasto código de valores e relações sociais, que preserva a natureza a partir de uma lógica própria, e foge à lógica do sistema ocidental implementado historicamente.
"No sentido mais humanista, preservar a cultura, respeitar os modos de vida e de relação com a terra e com a propriedade, são premissas fundamentais, garantidas pelos pactos internacionais assinados pelo Brasil, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966", completam.
SERVIÇO
Exposição Yvypóry – habitantes da terra fica aberta de 17 a 31 de agosto de 2022
Local: Galeria de Vidro, Plataforma Cultural: Av. Calógeras, 3015 – Campo Grande/MS.
Produção e comercialização: Pasárgada Arte e Cultura | Contato: 67 99852-6927 – Caroline Garcia
Siga nas redes: @ghvamauricio