Após 30 anos, filme com Grande Othelo e ator que vive em MS é finalizado
Conheça a história de Breno Moroni, protagonista do filme 'Katharsys' rodado em película em 1990, dirigido por Roberto Moura, que há 30 anos teve Grande Othelo no elenco
9 JUN 2022 • POR • 19h32Artista nômade que fala cinco línguas, Breno Moroni, de 67 anos, atualmente mora em Campo Grande (MS). Ele foi o protagonista do filme ‘Katharsys’, rodado em película em 1990, dirigido por Roberto Moura, que há 30 anos teve Grande Othelo no elenco. Após o longo período em pós-produção, o filme foi finalizado digitalmente em 2022 e está iniciando sua carreira em festivais.
Na tarde do sábado (4.jun), em um sobrado no Bairro Tiradentes, local onde vive com a filha, Joana Moroni, Breno falou sobre sua carreira, seus estudos e disse estar ansioso para relembrar sobre o que fala o filme ‘Katharsys’. “São muitos anos que se foram. Eu não sei ao certo como é o filme ou as cenas, nem mesmo a história... Me lembro, claro, de ter sido agraciado com a presença do Grande Othelo no elenco, mas não tenho memórias definidas sobre o que trata esse filme”, introduziu o artista.
A reportagem sentou-se à mesa com Breno Moroni para um café, sob uma pequena árvore na entrada do imóvel dos Moronis.
Antes de partir para as curiosidades das filmagens do ‘Katharsys’, aguardamos Joana Moroni gentilmente colocar à mesa duas xícaras de café. Após ela servir e já tendo provado o café, a reportagem questionou Breno sobre sua origem.
Ele disse ser natural de Petrópolis (RJ) e que ao longo de sua carreira já esteve em 88 filmes, sendo que o primeiro fez ainda quando era acadêmico na Escola de Teatro da F.E.F.I.E.R.J. (Rio de Janeiro/1974). “Como ator, como diretor, efeitos especiais, dublê, mímico, assistente de produção, produção de elenco... enfim, são muitos filmes e funções. O meu curso era encostado no Curso de Cinema, então, logo me envolvi com o grupo e passei a trabalhar [...]”, resumiu.
Em sua carteira de trabalho, Breno está registrado como habilitado a exercitar profissões artísticas como ator, diretor, autor, acrobata, equilibrista, contorcionista, comedor de fogo, malabarista, faquir, palhaço, assistente de direção cinematográfico, técnico de efeitos especiais cênicos (dublê), radialista/locutor, apresentador/animador.
Em seus quase 50 anos de carreira, Breno trabalhou em projetos de TV, cinema, teatro e circo. Na TV Globo, em 1994 deu vida ao marcante 'Adonay', o mascarado na novela A Viagem.
O personagem ficava em frente a vídeo locadora da Diná (Christiane Torloni) segurando uma placa de propaganda de um refrigerante. Toda a formação de Breno foi amplamente exercitada no personagem que inicialmente era pequeno, mas ganhou grande importância para a novela diante de ter se tornado querido para o público em razão do desempenho de Breno.
Sua conexão com a capital sul-mato-grossense foi por meio de sua ex-companheira, a também atriz, Malu Morenah. Eles se conheceram na Academia de Circo, em São Paulo. Malu, segundo Breno, fez à ele o convite para que viessem viver em MS. “Nos anos 90 eu vim aqui a convite da Malu para fazer uma oficina... depois viemos morar a convite dela, que tem família e é natural daqui”, detalhou.
Em suas primeiras ações artísticas em Campo Grande, por volta de 1993, Breno encabeçou uma ideia mirabolante, que era encapar o Centro Cultural José Octávio Guizzo com jornais e criar corredores artísticos dentro do prédio. “Lembro que a gente fez o labirinto poético; começava com Jorge de Barros logo na porta, numa piscina. Aí ia andando e encontrava a Roma fazendo poesia guerrilheira, o Fernando Cruz também estava... tinha a Rane de Abreu que fazia poesia aquática num banheiro... tinha a poesia do poeta louco, um ator que não lembro o nome, mas o cara ficava acorrentado na parede gritando poemas. Tinha uma porta onde havia um policial com poesias censuradas, não se podia entrar no local para ler as tais poesias. E tinha uma sala que a professora mandona, rabugenta, estava com uma régua e obrigava as pessoas [público] a se sentarem e só poderia sair quando escrevessem uma poesia sobre pressão. Aí foi essa minha chegada aqui, onde troquei com os atores e atrizes de companhias, hoje os nomes de maiores destaques no teatro campo-grandense”, lembrou.
A experiência da arte trazida por Breno à MS advém de muitos anos de estudos com cursos de especialização em Cinema, Circo, Vídeo, Expressão Corporal e Double. A Escola de Teatro no Rio de Janeiro foi só um começo. “[No RJ] Era um curso técnico de 3 anos. O melhor que eu vi no mundo! Quando eu terminei esse curso fui para a Europa estudar mímica, em Londres. Depois disso eu fiz vários cursos, o principal foi Pantomima e Mímica. Eu já fazia cinema e teatro no Rio, mas fui para fora do país me especializar em mímica e circo, mesmo após concluir lá, nunca parei de estudar. Estive na França, África do Sul, Espanha, Escócia... cada hora uma coisa, sempre em busca de estudos e assim aprendi a me comunicar nesses idiomas. Não sou poliglota, porque eu não escrevo essas cinco línguas, mas me comunico por meio delas com toda certeza”, comentou.
Como inicialmente Breno disse não saber explicar o enredo do filme ‘Katharsys’, trouxemos uma sinopse em que a produção diz se tratar de uma biografia de particular floração de realizadores cariocas: “O personagem central, interpretado por Breno Moroni, é alguém que antecipa os filmes que faz e depois os mostra aos espectadores, enquanto atravessa uma realidade política e cinematográfica cada vez mais instável”, diz um trecho de informe.
Questionado de como foi selecionado para protagonizar ‘Katharsys’, Breno 'buscou na memória'... (silêncio), após alguns segundos pensando respondeu que acha que foi devido ao fato de, na época, ele ter ficado conhecido por fazer filme para diretores com projetos semelhantes ao de Roberto Moura. “O filme ficou parado por falta de grana. Esse filme, quando rodamos, se chamava: ‘Histórias dos anos 80’. Fizemos ele e depois disso aí segui minha vida e até hoje eu não tinha informações sobre o que virou. Eu acho que o diretor me chamou porque eu vivia fazendo filmes para diretores glauberianos”, contou.
O artista ainda revelou que esteve em set de filmagem por mais de uma vez ao lado de Othelo. “Eu fiz com ele dois filmes, não foi um não. Foi esse do Roberto Moura, e tem outro do Noilton Nunes, chamado Fronteiras [A saga de Euclides da Cunha - a paz é dourada], que também demorou 20 e poucos anos para ficar pronto, esse do Noilton é sobre a história de Euclides da Cunha. O Grande Othelo fazia um soldado brasileiro voltando da guerra do Paraguai. Nesse filme do Noilton também participa o Luiz Carlos Prestes como ator. E depois fizemos o ‘Katharsys’, mas eu não sei qual dos dois filmes começou primeiro, por que os dois demoraram 20 e 30 anos para ficarem prontos. Na minha cabeça, aqui, um entrou dentro do outro. Nesses projetos eu e o Grande Othelo ficamos amigos, frequentávamos um a casa do outro”.
Um episódio marcou Breno, fazendo com que ele passasse a considerar o parceiro de cena um exemplo de como deve ser um artista. “Eu participei da fundação do Circo Voador. Havia várias programações e uma noite anunciaram lá que o Grande Othelo iria apresentar-se no Circo. Chegou certa hora, próxima ao horário, ele chegou, se sentou num cantinho na plateia, ficou na dele. De repente, na hora marcada de começar o espetáculo, ele subiu pela lateral do palco, foi lá no proscênio e disse o seguinte: ‘pessoal, anunciaram que eu viria hoje aqui no Circo, mas ninguém me falou nada... estão usando meu nome como propaganda enganosa (nas palavras dele). Então, eu vim aqui só para pedir desculpas para meu público, que veio aqui para me ver, dizer que houve um engano e eu não vou fazer nada hoje. Eu vou para casa, muito obrigado, boa noite!’, desceu do palco e foi embora (risos)... Eu achei aquilo de uma dignidade, falou tudo com calma, sem rancor, sem xingamentos. Eu achei isso digno”, destacou.
Conforme Breno, ele estava naquela plateia justamente para assistir o colega de cena diante do anúncio de que naquela noite ele iria se apresentar. Para Breno, a situação ocorreu, pois, na época, Othelo já arrastava multidões aos seus shows em todo o Brasil e os produtores picaretas do espetáculo visavam chamar público com a atitude. “Infelizmente existem picaretas no meio artístico!”.
Ao ser questionado novamente sobre o que aborda o filme ‘Katharsys’, Breno conseguiu lembrar de trechos da trama. “São posturas políticas. São personagens que estão dentro do contexto dos anos 80 contestando aquele período, que era plena ditadura. Então, a gente tinha aquelas coisas que todo mundo sabe: tortura, censura, perseguição... e, eu estava justamente voltando disso, esses 5 anos que eu fiquei na Inglaterra também não foi só para estudar, era uma forma de me proteger. Isso foi ideia da minha família que falou que era melhor eu ir, porque eu vivia detido por causa de teatro”, contextualizou.
Não foi só a vida artística de Breno que sentiu o terror da Ditadura, mas também a sua vida pessoal. Durante o período militar, Breno acabou por perder sua irmã, Jana Moroni Barroso, conhecida pelo codinome Cristina. Guerrilheira brasileira dada como desaparecida política, executada por militares em 2 de janeiro de 1974, em companhia do marido guerrilheiro, Nelson Piauhy (Nelito) e da também guerrilheira Maria Célia Corrêa (Rosa). A história diz que o trio foi executado em ataque das Forças Armadas ao destacamento em uma Fazenda em Araguaia (PR), porém, os corpos dos três nunca foram localizados.
Breno chegou a fazer um filme intitulado "Araguaia, Presente!", em que interpreta um Coronel do Exército. O projeto é um 'doc-ficação' que teve início em 2016 e foi lançado em 2017 com a direção de André Queiroz e Arthur Moura. Veja a íntegra desse filme AQUI.
“Eu fui muito detido, sempre. Eu estava ensaiando e de repente a polícia invadia e não se sabia o motivo. Eu nunca resisti à prisão, nunca briguei, não. Aliás, teve uma vez que eu e o Noilton Nunes, inclusive, a gente tinha um galpão ali no Porto, no Rio de Janeiro, que era o estúdio de filmagem. A gente ensaiava lá e iria filmar lá, esse filme sobre o Euclides da Cunha. De repente, veio uma história de que o galpão iria ser desocupado para virar uma importadora de arroz e a gente teria que sair de lá, mas fizemos uma resistência. O Noilton se entusiasmou, pegou um pedaço de pau e ameaçou todo mundo. Fomos Noilton, Sérgio Péo e eu em cana, fomos lá para a praça Mauá. A gente saiu só por causa de que lá chegou um holandês que tinha sido assaltado e o delegado pediu para eu traduzir e de repente chegou a TV Globo para filmar os cineastas bandidos, aí virou uma comédia (risos)... Aí o delegado, constrangido, mandou soltar a gente: ‘manda esses caras sumirem daqui’, cochichou para um dos polícias”, reviveu.
“Mas assim, a gente nunca parou de fazer cinema no Rio por conta da ditadura ou da censura. A gente fazia e era censurado e pronto, de repente passa hoje. Ser censurado na época era um elogio. Dizer: ‘eu sou um autor censurado!’, significava que você era bom! Minha primeira peça profissional escrita foi censurada. Intuitivamente era um elogio sermos censurados, apesar de a gente ficar triste por ter que engavetar, mas assim, havia técnicas para passar pela censura. No espetáculo, por exemplo, a gente imprimia um ritmo lento, falava ‘pau...saaaa...dooo...’ e o cara que era o censor e ia assistir, antes acabava dormindo e assim algumas peças passavam e na apresentação a gente fazia no ritmo certo. Outras eram censuradas e pronto”, explicou.
Ser ‘malandro’ era uma técnica de sobrevivência artística na ditadura. “Eu sou uma das poucas pessoas que entrou no Dops [Departamento de Ordem Política e Social] e saiu pela porta da frente apertando a mão do delegado”.
Teatrinetv: como aconteceu isso, Breno?
“Porque a gente fazia toda uma cena, né? A gente tinha uma peça ali no Parque Laje, que era feita por 20 dublês e 23 cantores num Coral. A gente colocou o Hino Nacional e um general pendurado numa corda, de cabeça para baixo, simbolizando a tortura. Aí me chamaram para depor no Dops. Aí eu fui, bem arrumadinho, bem penteado. Entrei na sala, olhei dando aquela geral eu falei para o delegado: ‘o senhor também é filho de Ogun?’
Delegado: ‘hã?’.
Breno: ‘Ogun, delegado, eu estou vendo aqui que o senhor tem aqui uma imagem’.
Aí começou uma conversa de Ogun e aí ele interrompeu: vocês estão usando o Hino Nacional? Eu respondi: 'a gente está fazendo uma homenagem, doutor!'. Essa parte a gente mentia... então ele falou: ‘nunca mais faça isso, hem! E eu concordei, porque na época tinha isso, ou você batia o pé ou se fazia de trouxa, como eu sou ator, se fazer de trouxa era muito mais confortável”, descontraiu.
Breno disse à reportagem que sua experiência na arte está sustentada em muito estudo e para ele o principal entrave em Mato Grosso do Sul para a profissionalização artística é justamente a ausência de escolas dedicadas. “A dificuldade está em formação, na área do cinema, teatro e circo. Num local onde não tem escola, como é que você faz? Então, a pessoa diz que vai ser ator, diretor, palhaço e pronto, mas não tem a formação, o que é a base. A gente precisa aqui no estado de escolas. Escolas de circo, de teatro, de cinema”, defendeu.
“Para fazer uma escola de circo, você precisa de muito. É como fazer uma escola de medicina... não são cursos de final de semana. Eu frequentei várias escolas de circo, então, quando alguém diz para mim que é palhaço, eu tenho meu parâmetro, porque eu fui da escola de circo na África do Sul, na Escócia, em Paris, Espanha, em todas eu fiz estágio. Dei aula na escola de Portugal, em Lisboa. Fundei a primeira escola de palhaços do Brasil, nos anos 80. Então, quando uma pessoa compra e coloca um nariz, não faz nenhuma composição corporal, vocal, gestual, não tem um trabalho de ator sobre essa construção do palhaço, para mim ainda não é palhaço, eu não posso considerar. E te digo: não posso considerar por respeito aos palhaços que eu trabalhei, que é o Carequinha, George Savalla, né? O palhaço mais famoso do Brasil. Eu trabalhei, fui discípulo do ‘Picolino’, que são três gerações de palhaços, mesmo personagem. Então, quem conhece circo sabe que eu estou falando de um ‘monstro’ do circo”.
Roger Avanzi, o Palhaço Picolino, morreu em SP aos 96 anos, em 10/12/2018. Foto: Ennio Brauns
A definição de um bom artista da palhaçaria, para Breno, depende da junção de várias técnicas. “Ele tem que ser complexo, né? Tem que ser chapliniano. Tem que saber as acrobacias para fazer as quedas cômicas; tem que ter um trabalho de voz muito bom, ele fala no picadeiro; tem que ter um trabalho de corpo, gestual, estudado, completo; ele tem que saber as outras técnicas de circo, como o malabarismo, equilibrismo. Na minha concepção, do que eu aprendi, o palhaço de circo é o estágio mais alto do circo, é o general da banda. Para alcançar esse patamar você tinha que passar por todas as áreas de circo. Hoje não é assim, houve uma inversão! O cara vai começar e já coloca um nariz e faz uma repetição de números. Se perde a magia do circo”, opinou.
Voltando ao filme ‘Katharsys’, a boa nova trazida por Breno é que o filme foi selecionado para o Festival de Ouro Preto (SP) nessa semana, e o diretor só permitirá que Breno assista em tela grande. “Eu quero trazer o filme para cá também, falei já com a Marinete [Pinheiro], para fazermos no MIS [Museu da Imagem e Som], mas se rolar uma passagem, hospedagem, para um festival, aí eu vou”, disse.
Atrizes Celia Maracajá e Vera Setta no filme 'Katharsys'. Foto: Divulgação
Além do ‘Katharsys’, Breno segue roteirizando e produzindo em Mato Grosso do Sul. “Tenho vários roteiros aí, tem um que é a história de um homem indígena urbano. O filme já está decupado, orçado... contei com auxílio da Thaís Umar. A gente está esperando um edital ou uma mega-sena para financiar. Olha, edital está tão ruim aqui, que uma mega-sena é mais provável!”, brincou.
Breno comenta a responsabilidade de ter estado ao lado de Grande Othelo no cinema. Foto: Tero Queiroz
Trabalhar com Grande Othelo trouxe a Breno uma grande responsabilidade. “Ele era uma mistura de dignidade com humildade. A gente olhava para ele e via que ali tinha um grande homem, um grande ator. Era humano, um cara normal. Uma vez que você trabalhou com Grande Othelo você tem uma responsabilidade com o seu futuro, mesmo longe dele. Não posso chegar ali na esquina e fica jogando confetes para cima”, traduziu.
Estar em cena com astros do cinema, segundo Breno, é uma escola. “Fiz filmes com ganhadores de Oscar, por exemplo o Quinto Macaco, com Ben Kingsley. O cara chegava no set e era normal, tomávamos café, tudo tranquilo, sem qualquer coisa de tapete vermelho e outras frescuras. Isso mostrou para mim um caminho a seguir”, completou.
“A vaidade anula o talento, eles ocupam o mesmo espaço. Quando o ator é muito vaidoso, o talento e o personagem ficar menor que a personalidade do ator”, orientou.
Falando da política cultural local, Breno disse que a capital sul-mato-grossense ainda não oferece aos seus artistas a oportunidade de ganhar o mercado nacional, pois, é carente de estruturas básicas para a formação. “Para além de humildade, para ser profissional é preciso que a cidade ofereça isso. Esses tempos eu dei uma entrevista e não fui tão bem entendido porque disse que Campo Grande ainda não tinha condições de acolher um ator profissional que vivesse exclusivamente da arte, mas viver bem, sabe? Não é viver na pindaíba como a gente vive. Campo Grande tinha que oferecer cursos profissionais, ter palcos públicos, abrir os teatros como o Aracy Balabanian que está há 10 anos fechado, o teatro do Sesc. Oferecer cursos de formação, prêmios, editais para que a gente possa ter um ator profissional no sentido comercial aqui. Estou falando de mim, eu sobreviver como ator profissional em Campo Grande. Os gestores têm que se esforçar para que sejamos essa Capital... aqui são bem poucos os que acordam de manhã e vivem só de cachês. Aqui tem pessoas grandiosas, é uma pena isso”, lamentou.
Apesar de achar que a cidade precisa oferecer tais possibilidades, Breno também diz que para que um artista seja potente ele precisa ser nômade. “O artista tem que andar. Esse artista que fica só na mesma cidade ele não terá a visão ampla do que é fazer arte. Na história da humanidade os artistas são nômades. Veja, eu trabalhei em 15 países... então, eu sou um artista nômade. Preciso estar viajando, instalado em outras culturas, isso me faz vivo. Essa ida à Corumbá após a pandemia, apesar de todos os problemas que tiveram no Festival, eu fiquei feliz de ter estado lá e fiquei muito agradecido por terem me convidado para ser apresentador, que é uma das minhas formações”, acrescentou.
Breno Moroni. Foto: Tero Queiroz
Com o café tendo acabado e Sol quase se pondo na tarde do sábado, sentado ao redor da pequena mesa na casa dos Moronis, a entrevista foi concluída.
Teatrinetv: Breno, qual sua expectativa técnica sobre o filme ‘Katharsys’?
"Eu tenho na memórias trechos que eu confundo com outros filmes. Eu acho que será um bom filme, porque as pessoas que trabalharam nele... tem o Antônio Luiz, um dos melhores fotógrafos do Brasil, o Grande Othelo, que é o grande, né? A equipe técnica em geral era uma das melhores. Então, acredito que é um bom trabalho, vamos ver, quero ver o filme e depois eu conto", finalizou.