Presidente de OSCIP que leva milhões da Cultura em MS, está nomeada em Santa Catarina
24 MAI 2022 • POR • 20h55Desde junho de 2021, o Diário Oficial de Santa Catariana mostra que Larissa Crepaldi Dias Barreira está nomeada como Diretora de Direitos Humanos do governo. Apesar de estar lá, num cargo que ganha R$ 8.103,160 após descontos, Larissa, na verdade é presidente da milionária OSCIP: Instituto de Cultura e Desenvolvimento Solidário Máxima Social em Mato Grosso do Sul.
A Oscip tem endereço comercial em Campo Grande e é conhecida no estado como a ganhadora unânime dos certames e líder em “termos de parceria” com o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), mas somente quando ocorrem eventos culturais de grande porte.
A mais recente aparição do nome de Larissa no diário oficial sul-mato-grossense, se deve a um “termo de parceria” fechado em 17 de maio de 2022 ao custo de R$ 4,884 milhões dos cofres da Cultura. Ainda durante a realização do evento, a Máxima Social solicitou um aditivo de R$ 900 mil que foi acolhido pelos tucanos, então, a empresa embolsou quase R$ 6 milhões para a realização do festival.
O valor foi pago para a Oscip de Larissa realizar o 16º Festival América do Sul Pantanal (Fasp 2022), que aconteceu de 26 a 29 de maio em Corumbá (MS). No entanto, a servidora pública está ativa no governo do bolsonarista Carlos Moisés (Republicanos).
A parceria entre a Oscip e o Governo está 'legalizada' no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, que no dia 18 de maio trouxe o extrato do Termo de Parceria n. 31809/2022 assinado pela “Presidente Larissa Crepaldi Dias Barreira, CPF: 719.658.901-72” e pelo Diretor-Presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Gustavo de Arruda Castelo, mais conhecido como ‘Cegonha’. Esse último, já foi entrevistado pelo TeatrineTV numa reportagem sobre o escoamento da verba cultural somente para shows sertanejos.
A equipe de reportagem do TeatrineTV confirmou que a "Larissa" nomeada em Santa Catarina é a mesma mulher que preside a Máxima Social em MS. Confirmamos que seus CPFs (719.658.901-72) são idênticos. Veja abaixo:
Para ganhar o salário de R$ 8,1 mil em Santa Catarina, Larissa precisa trabalhar 40h, ainda que a Oscip na qual ela é presidente lucre milhões com o governo tucano em MS. Desde que ela assumiu a presidência, em 15/09/2009, a vida da empresária, parece não ter mudado financeiramente.
Cristiano de Souza Martins é o Diretor da Máxima Social. Seu cargo é de ‘menor peso’ porque ele chegou à Máxima Social em 06/11/2015, entrando como sócio. Apesar disso, a nossa equipe não achou sequer uma assinatura de Cristiano junto aos acordos em diários oficiais, portanto, não é possível saber se de fato ele tem atividade a frente da Oscip.
Em 2021, a Máxima Social de Larissa realizou a 1ª Edição do "Campão Cultural" tendo embolsado R$ 5.300.000,00 (cinco milhões e trezentos mil reais), incluindo todos os itens de despesas necessários à realização do projeto apresentado.
Em 18 de março de 2022 foi publicado na edição 10.079 do DOEMS o chamamento público para Oscip's realizarem o FASP. Na ocasião, a Máxima foi a única inscrita.
Em resumo, a Oscip que não dispõe sequer de uma logo que defina sua identidade visual, não tem redes sociais, não tem identificação em sede, é a detentora da organização milionária de festivais culturais em Mato Grosso do Sul. Mesmo tendo a empresa de sucesso em MS, Larissa completa sua renda como funcionária pública em Santa Catarina recebendo um salário pequeno em relação a fortuna que a Máxima produz.
A equipe de reportagem telefonou à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social de Santa Catarina, onde Larissa tem o cargo na diretoria. Uma atendente disse ao site que "Larissa não chegou ainda, que chegaria às 13h" desta quarta-feira (1º.jun.22).
A reportagem do TeatrineTV procurou Larissa para questionar sobre como mantém essas atividades paralelas? Se a assinatura do contrato junto à FCMS foi de maneira digital ou se a empresária viajou ao Estado para tal. Como contratou as diversas empresas que prestaram o serviço para o Festival América do Sul, que, como mostramos aqui no TeatrinTV, foi considerado pela classe artística, 'desorganizado' e denunciaram que a Produção do festival "humilhou os artistas sul-mato-grossense".
Há semanas a diretoria da Fundação de Cultura foi procurada por e-mail para dar um posicionamento sobre o assunto, apesar disso, o e-mail não foi respondido até a publicação desta reportagem.