Na escuridão, artistas manifestam contra o fim da Sectur
Também manifestaram representantes das Secretarias da Mulher, Juventude e Meio Ambiente
10 DEZ 2024 • POR ALY FREITAS | TERO QUEIROZ • 12h40Na manhã desta 3ª.feira (10.dez.24), diversos manifestantes foram surpreendidos por um apagão durante sessão na Câmara dos Vereadores de Campo Grande, ao protestarem contra a reforma administrativa proposta pela prefeita Adriane Lopes (PP) para a Capital sul-mato-grossense.
Mesmo no escuro, os manifestantes contrários à extinção das Secretarias da Mulher, Cultura (Sectur), Meio Ambiente (Semadur) e Juventude (Sejuv), se mantiveram firmes com seus cartazes e gritos de protesto: "Caloteira"; "Sectur fica"; "Sejuv fica"; "Semadur fica"; "Essa prefeita representa o fim"; "Liguem as luzes!"; "Campo Grande está na escuridão", diziam os manifestantes.
No local, a reportagem percebeu que haviam algumas TVs ligadas, ainda assim, os manifestantes continuaram sob o escuro, enquanto os vereadores deixavam a tribuna para tomar decisões a portas fechadas.
CULTURA NA ESCURIDÃO
Para o coordenador do Fórum Municipal de Cultura, Vitor Samudio, o apagão foi visto com estranheza diante da importância do debate proposto pelos manifestantes. "Realmente, não sei se é por um acaso, mas esse apagão é muito esquisito. Isso acontecer em um dia tão importante foi até constrangedor pra Casa", declarou.
Conforme Samudio, caso a Sectur seja extinta, o setor cultural de Campo Grande ficará meses sem uma pasta que atenda às suas necessidades. "A primeira proposta que a prefeita mandou pra cá, ela colocava a cultura na educação, então a cultura viraria alguma diretoria dentro da SEMED. Então, Cultura e Educação se posicionaram contra e aí ela [Adriane] retrocedeu. Na ocasião, os vereadores propuseram uma emenda de criação da Fundação de Municipal de Cultura em até 120 dias à partir do dia 1º de janeiro, então por 120 dias a cultura ficaria no vácuo, sem nada e a gente tem Fmic e Fomteatro que estão atrasados, recursos do cofre da cultura, a Pnab, então seriam 120 dias com a cultura parada e isso impactaria não só o trabalhador, mas também a população, porque a cultura é um direito de qualquer cidadão. Agora eles voltaram com uma nova proposta que é manter a Secretaria de Cultura e quando a Fundação estiver criada, automaticamente extingue a Sectur", explicou.
Se apresentando como porta-voz da Câmara dos Vereadores após reunião à portas fechadas, Papy (PSDB) afirmou ao TeatrineTV que a assembleia extraordinária acontecerá na 4ª.feira (11.dez.24) às 9h. No entanto, outros veículos comunicaram que a sessão poderá ocorrer no período vespertino, demonstrando desencontro de informações da Câmara em contato com a imprensa.
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