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Em meio a fake news, Centro-Oeste queima Patrimônios da UNESCO

Ratinho diz que a 'natureza é a culpada' pelo fogo no Pantanal; Leia o que é verdade e o que é mentira sobre as queimadas no Centro-Oeste

13 SET 2024 • POR TERO QUEIROZ • 12h10
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Apresentador do STB, Ratinho, sugere que a própria natureza é responsável pelas queimadas. Fotos: Reprodução e Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os chamados Patrimônios Mundiais da UNESCO são classificações que visam auxiliar os países na preservação cultural e ambiental global.

Adotada em 1972, a Convenção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural visa proteger e valorizar bens culturais e naturais de importância global. O objetivo é assegurar que esses tesouros, que representam a identidade e a herança de diversas nações, sejam preservados para as futuras gerações.

Os países signatários da Convenção são responsáveis por propor locais para a Lista do Patrimônio Mundial. Cada candidatura é analisada por órgãos especializados, como o Icomos (para bens culturais) e a IUCN (para bens naturais), antes de ser aprovada pelo Comitê do Patrimônio Mundial, que se reúne anualmente e é composto por representantes de 21 países. O Brasil aderiu à Convenção em 1978 e, desde então, participa ativamente na preservação desses patrimônios universais.

A região Centro-Oeste do Brasil conta com quatro sítios reconhecidos, refletindo a importância e diversidade dessa área crucial do país.

No ranking mundial, os quatro Patrimônios da UNESCO na região são:

  1. Brasília, a capital modernista projetada por Oscar Niemeyer, um ícone da arquitetura global desde sua inclusão em 1987.
  2. O Pantanal, a maior área alagada do mundo, conhecida por sua biodiversidade única e importância para a conservação de espécies ameaçadas.
  3. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), em Goiás, famoso por suas impressionantes formações rochosas e cachoeiras
  4. E a Cidade de Goiás, que preserva a arquitetura colonial e a rica história do estado.

Por meio do Diversidade nas Redações 3: Desinformação e Eleições, promovido pela Énois com patrocínio do Google News Initiative, o TTVChecaZap, agência de checagem de fatos do TeatrineTV nas eleições 2024, demonstrará abaixo algumas fake news que circulam sobre as queimadas.

RATINHO DIZ QUE A 'NATUREZA É A CULPADA' PELO FOGO NO PANTANAL E NA AMAZÔNIA

Ratinho é negacionista e apoiador de Jair Bolsonaro. Foto: Isac NóbregaRatinho é negacionista e apoiador de Jair Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega

Em grupos de mensagens é comum notar manifestações que alegam que queimadas no Pantanal ocorrem porque o bioma “queima sozinho”. Também há aqueles que alegam que o fogo é criminoso. Ainda existem outros que afirmam que o governo do presidente Lula (PT): “Não está fazendo nada para conter o fogo”.

Uma das fakes que mais circulam acerca das queimadas no Pantanal, isso desde 2019, é que os incêndios que estão atingindo a região é parte de um processo natural do bioma. Esa fake news foi reproduzida pelo apresentador do STB, Carlos Roberto Massa, conhecido como Ratinho. Num vídeo para sua rede social publicado em 12 de setembro de 2024, Ratinho cobra artistas para se manifestar contra os incêndios agora, como faziam no governo de Jair Bolsonaro (PL), e de maneira contraditória no mesmo vídeo Ratinho reproduz da fake news de que não tem como controlar as queimadas, pois ele acredita ser ‘um processo natural. O apresentador está mentindo, portanto, adicionamos um selo de mentiroso do TTVChecaZap no vídeo de Ratinho. Assista: 

 
 
 
 
 
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Diferentemente do que afirma Ratinho, artistas brasileiros e estrangeiros estão cobrando o fim das queimadas. O ator Buno Gagliasso escreveu nesta 6ª.feira (13.set.24) um protesto contra as queimadas: 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A atriz e produtora Leticia Spiller também publicou um manifesto pedindo o fim das queimadas:  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Confira outros artistas que se manifestaram contra as queimadas nos biomas pantaneiro:  

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CHAPADA DOS VEADEIROS TAMBÉM SOFRE COM FAKES

Parque Nacional e reservas privadas têm focos em Alto Paraíso de Goiás.  CBMGO/DivulgaçãoParque Nacional e reservas privadas têm focos em Alto Paraíso de Goiás. © CBMGO/Divulgação

Diante de diversas fake news que estimulam invasões ao PNCV, em 2021 foi montado um Grupo de Trabalho de Proteção Legal do Conselho do PNCV. A intenção do colegiado é pensar soluções de combate as fakes news. 

No mesmo ano, o governo de Goiás instituiu o Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais, por meio decreto nº 9.909, de 20 de julho.

De janeiro até setembro, Goiás registrou 8.623 queimadas superando 2023, quando houve 2.029 incêndios em vegetação. Os números são do Comando de Operações de Defesa Civil (Codec), sediado em Goiânia.

A VERDADE SOBRE AS QUEIMADAS NO CENTRO-OESTE

Porto Jofre (MT) 17/11/2023  Cortina de fumaça profocada pelo incêndio florestal que atige o Pantanal. Foto: Joédson Alves/Agência BrasilPorto Jofre (MT) 17/11/2023 – Cortina de fumaça provocada pelo incêndio florestal que atinge o Pantanal. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Nos primeiros seis meses de 2024, os principais biomas brasileiros bateram recordes em número de queimadas.

O Pantanal e o Cerrado têm a maior quantidade de focos de incêndio já registrada no período desde 1998, quando as queimadas começaram a ser monitoradas por satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os locais queimados são em grande parte vegetação nativa com grande diversidade biológica, conforme dados do Sistema Deter, do Inpe. 

O Pantanal em agosto teve 89% dos focos de queimadas registrados em áreas de vegetação nativa e menos de 1% em áreas onde a vegetação foi removida recentemente. 

No Cerrado, em agosto, 67% dos incêndios ocorreram em áreas de vegetação primária e 3% em locais recém-desmatados.

O Pantanal está enfrentando desde 2019 o período mais seco das últimas quatro décadas, reflexo da emergência climática associada ao desmatamento nas cabeceiras dos rios que banham o bioma  Marcelo Camargo/Agência Brasil O Pantanal está enfrentando desde 2019 o período mais seco das últimas quatro décadas, reflexo da emergência climática associada ao desmatamento nas cabeceiras dos rios que banham o bioma. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

Mariana Napolitano, diretora de Estratégia do WWF-Brasil, revelou que os dados sobre as queimadas e o desmatamento em agosto respaldam as suspeitas do governo federal de que os incêndios florestais são uma ferramenta de degradação da floresta para facilitar a limpeza do solo e o corte das árvores, associada aos altos níveis de degradação da Amazônia. “O recorde de focos de calor registrado em agosto na Amazônia teve uma distribuição desigual, com mais da metade deles concentrados em áreas de vegetação nativa primária e apenas 13% em áreas recentemente desmatadas. A combinação da alteração climática provocada pelo aquecimento global com a degradação ambiental criou um cenário favorável ao uso criminoso do fogo para uma conversão da floresta que provavelmente será detectada em mapeamentos futuros sobre a área devastada na Amazônia brasileira”.

MS E MT

Corumbá (MS), 29/06/2024 - Com o auxílio de aviões, brigadistas do Prevfogo/Ibama combatem incêndios florestais no Pantanal. Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilCorumbá (MS), 29/06/2024 - Com o auxílio de aviões, brigadistas do Prevfogo/Ibama combatem incêndios florestais no Pantanal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do grupo, o Pantanal é o maior território de floresta que ocupa 1,8% do Brasil, ou seja, 151.001 quilômetros quadrados (km²). O bioma se estende por partes dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A planície pantaneira enfrenta desde 2019 o período mais seco das últimas quatro décadas, o movimento não é natural, é resultante do desmatamento e assoreamentos dos rios. Em janeiro de 2024 especialistas já alertavam que haveria uma seca severa, com alta probabilidade de incêndios descontrolados e escassez de água. "As queimadas no Pantanal não afetam apenas a biodiversidade e a população local, mas o país e o mundo, que estão perdendo a maior área úmida do planeta. Estamos com cenário crítico e com áreas maiores que as queimadas registradas em 2020", declarou Cyntia Santos – analista de conservação do WWF-Brasil.

Porto Jofre (MT) - 17/11/2023  Detalhe de arvores queimadas durante incêndio florestal que atige o Pantanal. Foto: Joédson Alves/Agência BrasilPorto Jofre (MT) - 17/11/2023 – Detalhe de arvores queimadas durante incêndio florestal que atinge o Pantanal. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apenas no primeiro semestre de 2024, o Pantanal registrou um número recorde de queimadas. Entre 1º de janeiro e 30 de junho, foram detectados 3.538 focos de incêndio, 20 vezes a mais do que o número registrado no mesmo período do ano anterior (+2.018%). Esse é o maior índice desde o início da série histórica pelo Inpe, em 1998.

As chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses de 2024 foram insuficientes para transbordar os rios e conectar lagoas e o Rio Paraguai, o principal do bioma, atingido níveis baixos para esta época do ano. "Uma combinação de fatores têm colaborado para o aumento das queimadas no Pantanal. Podemos destacar as alterações climáticas, o desmatamento na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, além da atuação do El Niño que traz um período mais seco no caso das regiões Centro-Oeste Brasileiro. Todos esses elementos afetam diretamente o ciclo de chuvas e o acúmulo de água no território”, acrescentou Cyntia.

A especialista da WWF-Brasil sugere que solução deve começar pelo fim dos desmatamentos no bioma. “As cabeceiras do Pantanal, por exemplo, são áreas prioritárias para a preservação e restauração do bioma, e elas estão no Cerrado, que conecta áreas bem importantes da Amazônia, e todos estes biomas vêm sendo sistematicamente desmatados. Precisamos de um esforço conjunto de controle do desmatamento, de recuperação de áreas degradadas, de forma que possamos ter mais resiliência para as espécies que enfrentam as intempéries climáticas”, completou.

Quem vive no Pantanal, como o presidente do Instituto Delta do Salobra (IDS), Maurício Copetti, que inclusive está no combate efetivo a focos de incêndio, considera mito a questão de que o fogo se origina 'sozinho'. "Uma coisa é certa: fogo natural não existe. Todo fogo alguém colocou em algum lugar e se esparramou, aí aumentou. Eu acho que 99% é fogo humano. O resto é conversa fiada, entende?", declarou. 

Copetti exemplificou revelando a origem dos focos de incêndio que atingem os arredores do Delta do Salobra. "Esse fogo que está aqui agora, estou resolvendo com o pessoal para ver o que faremos para tentar acabar, não está ameaçando aqui ainda, mas pode ameaçar de entrar. É um fogo contínuo, que veio lá da Nhecolândia desde que um cara tombou um caminhão lá e [o fogo] se espalhou por centenas de milhares de hectares. Então, essa coisa de ‘esse fogo foi vidro que queimou’, isso é mentira; é coisa de gente muito otária". 

O advento da tecnologia é um dos principais aliados dos pantaneiros no rastreamento dos focos de incêndio. “Hoje em dia, cara, já tem como você ver pelos satélites. Aqui todo mundo usa satélite, todo mundo. Todo mundo sabe onde pegou o fogo, onde é que vai, de diferentes fontes. Então você tem como saber onde o fogo nasceu, georreferenciado a cada hora, sabe? O que tem é bem simples, o que tem é mentiroso que quer dar desculpas: a esse fogo, não sei o que, mas não tem como as pessoas mentirem mais, está todo mundo ligado".

Na opinião de Copetti, o combate às fakes acerca das queimadas deve ser feito; no entanto, há medidas mais urgentes. "Então precisaríamos saber o que está sendo feito para os próximos anos, a recuperação das áreas devastadas, etc. Mentiras se sabe que há, mas e o plano para prevenir e recuperar, quais são e onde estão?", questionou ele.

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Alto Paraíso de Goiás (GO) - Voluntários e brigadistas combatem fogo na Chapada dos Veadeiros (Rogério Verçoza/TV Brasil)Alto Paraíso de Goiás (GO) - Voluntários e brigadistas combatem fogo na Chapada dos Veadeiros (Rogério Verçoza/TV Brasil)

O terceiro Patrimônio, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), criado em 1961, tem uma área aproximada de 240.611 hectares de vegetação de cerrado, o equivalente a 2.406,11 quilômetros quadrados.

O Parque é considerado um ‘berço das águas’ e que, apesar disso, pode perder cerca de 34% do fluxo dos rios até 2050.

Na 4ª.feira (11.set.24) foi celebrado o Dia do Cerrado no Brasil, e às vésperas a Chapada dos Veadeiros foi atingido por incêndios que consumiu 10 mil hectares do parque. 

Alto Paraíso de Goiás (GO) - Voluntários e brigadistas combatem fogo na Chapada dos Veadeiros (Rogério Verçoza/TV Brasil)Alto Paraíso de Goiás (GO) - Voluntários e brigadistas combatem fogo na Chapada dos Veadeiros (Rogério Verçoza/TV Brasil)

De acordo com monitoramento do Inpe, somente este ano teve registrados 48.966 focos de queimada no bioma, que só perde para a Amazônia (79.175). “Estamos nos deparando com um volume de áreas queimadas muito maior que nos anos anteriores. Nas unidades de conservação, como no PNCV, o impacto é devastador", alertou a professora Maria Júlia Martins, diretora do centro UnB Cerrado.

Em nota divulgada na 5ª.feira (11.set.24), a direção do PNVC informou que ainda não estava claro o que ou quem provocou o incêndio, mas que o fogo foi controlado: 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Em 24 de agosto desse ano, outro incêndio na Chapada dos Veadeiros destruiu 99% da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Murundu, que conta, ao todo, com 40 hectares. O fogo também atingiu casas, viveiros e áreas de plantio da região.

Foto: Divulgação/PNCVFogo iniciado a quinta-feira (5.set.24) destruiu cerca de 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNVC). Foto: Divulgação/PNCV

Assim como nos outros biomas, as queimadas na Chapada dos Veadeiros deve reverberar em importantes bacias hidrográficas do país. “As principais bacias hidrográficas brasileiras, como Tocantins-Araguaia, São Francisco e Paraná, têm suas nascentes no Cerrado. O que impacta a vegetação e animais, a curto e médio prazo, em outros biomas”, afirmou Maria Júlia.

Para Daniel Silva, especialista de Conservação do WWF-Brasil, o extrativismo do agronegócio de maneira descontrolada é um dos principais algozes da preservação do serrado.  “O aumento de queimadas no bioma está relacionado ao desmatamento na região, mas também à crise climática. O Cerrado possui uma vegetação predominantemente savânica, caracterizada por um clima sazonal com períodos de seca e chuva. No entanto, as práticas humanas têm contribuído significativamente para a alteração do clima nesta área”, disse.

Embora a pecuária continue sendo o principal responsável pelo desmatamento, ocupando 67% das áreas desmatadas, a soja desempenha um papel central nesse processo. O ciclo é recorrente: inicialmente, realiza-se o desmatamento para a pecuária, valorizando a terra; em seguida, a soja ocupa e destrói o que resta do Cerrado.

Atualmente, metade da soja brasileira vem desse bioma, que já perdeu 47% de sua área em menos de quatro décadas. Essa destruição compromete a biodiversidade e afeta milhões de pessoas que dependem dos recursos naturais da região. Além disso, 40,5% dos conflitos fundiários entre 2003 e 2018 ocorreram no Cerrado ou em suas áreas de transição.

Se o ritmo de destruição continuar, pesquisadores estimam que o Cerrado poderá enfrentar um colapso em 30 anos, atingindo um ponto irreversível de crise climática.

DF

Brasília (DF) 26/08/2024- Brasília amanheceu encoberta por fumaça de queimadas. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil26/08/2024 - Brasília (DF) ficou encoberta por fumaça de queimadas. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

De janeiro julho de 2024, o Distrito Federal registrou 3.368 ocorrências relacionadas a incêndios florestais, segundo o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF). E pasmem, do trio de Patrimônios acima, a Capital Federal tem os menores índices incêndios, até porque tem o menor território vegetado – a Floresta Nacional (Flona) de Brasília, criada em 1999, tem uma área de cerrado de apenas 9 mil hectares.

A fumaça das queimadas na região Centro-Oeste se espalhou por dez estados. 

AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL 

Corumbá (ms) - 31.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à Base Prevfogo/Ibama de Corumbá e diálogo com brigadistas da Brigada Pantanal, em Corumbá. Corumbá - MS.Foto: Ricardo Stuckert / PR31.07.2024  - Corumbá (MS): Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à Base Prevfogo/Ibama de Corumbá e diálogo com brigadistas da Brigada Pantanal. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Diante dos números alarmantes de queimadas neste ano, grupos políticos tem afirmando que o governo federal não está trabalhando para conter o fogo nos biomas.  

Listamos abaixo quais tem sido as ações adotadas pelo governo do presidente Lula (PT) para conter o fogo nos biomas brasileiros:  

O SENADO ESTÁ PARADO?

Não. Apesar de ser uma pauta politizada no Senado, alguns agentes políticos estão se mobilizando para criar mecanismos legais mais severos contra indivíduos que colocam fogo nos biomas.

Listamos abaixo ao menos dois projetos relevantes que apresentado no Dia do Cerrado (11.set), no Senado Federal:  

VEGETAÇÃO NATURAL DO BRASIL 

Nos últimos 39 anos, o Brasil experimentou uma redução de 13% em suas áreas naturais. Entre o período da invasão colonial e 1985, o país já havia perdido 20% dessas áreas. Desde então, a Amazônia tem sido o epicentro da devastação, com 55,3 milhões de hectares destruídos. Atualmente, cerca de um terço das áreas naturais do Brasil, que inclui florestas nativas, corpos d'água, praias e dunas, está comprometido.

Essa transformação rápida no uso da terra está gerando sérios riscos climáticos para o Brasil e sua população. O crescimento do agronegócio desempenha um papel central nesse processo: entre 1985 e 2023, a área destinada a pastagens aumentou em 72,5 milhões de hectares, um crescimento de 79%. Simultaneamente, a área cultivada com agricultura expandiu-se em 42,4 milhões de hectares, o que representa um aumento de 228% em comparação com 1985.

Além disso, a situação pode se agravar ainda mais. Projetos como a pavimentação da estrada Manaus-Porto Velho e a proposta do marco temporal, atualmente em discussão com o setor agropecuário, têm o potencial de intensificar a destruição ambiental no Brasil.

Fonte: Com informações da WWF e UnB Cerrado.