'É como a realização perfeita do meu sonho', diz Ana Ivanova sobre o FESTIVALI
Premiada e renomada por seu trabalho no cinema, Ivanova atuou como oficineira de interpretação em MS
20 AGO 2024 • POR TERO QUEIROZ • 22h36A atriz e socióloga paraguaia Ana Ivanova compartilhou suas impressões sobre sua participação no Festival de Cinema do Vale do Ivinhema (FESTIVALI), que ocorreu de 10 a 16 de agosto em Ivinhema (MS). Premiada e reconhecida por seu trabalho diversificado nas telas do cinema, Ivanova foi uma das oficineiras de interpretação do FESTIVALI.
Numa conversa com o repórter do TeatrineTV, ela estava bastante emocionada, citando que o festival ivinhemense consegue atingir a descentralização dos recursos culturais, uma das suas buscas enquanto artista no Paraguai. “Para mim, o festival do Vale do Ivinhema é como a realização perfeita do meu sonho. Por quê? Porque é um festival que resiste em um lugar que sempre vai seguir apostando pela cultura. Não digo que não há, mas precisa de uma coisa grande onde todas as formas de cultura possam se encontrar. E fortalecer e criar redes. Para mim, o desejo grande para o festival é que siga crescendo. E que siga sendo um exemplo de resistência. E demonstrar que a cultura, que a arte, é o que nos salva”, declarou.
Ivanova destacou que diversas linguagens e atividades culturais se encontram no FESTIVALI, tendo o cinema como motriz. “É uma imersão cultural em todas as histórias que estão acontecendo. Está sendo realmente um encontro que a desculpa é o cinema. O cinema sempre é a desculpa perfeita para que a gente se encontre e compartilhe experiências, problemas e dúvidas. Ou encontrar novos problemas, novas dúvidas, novos pontos de vista, novos olhares para essa nossa vida e nosso caminho também”, emendou.
Uma das características singulares do FESTIVALI, na avaliação de Ivanova, é que não fica reservado a um grupo. “Isso aqui não é uma coisa só de artistas, é uma coisa de estudantes do colégio, das universidades, gente da cidade de Ivinhema, de outras localidades como Angélica, Novo Horizonte do Sul, Nova Andradina”, pontuou.
Conforme a artista, nas cidades onde promoveu oficinas de interpretação para um público total de aproximadamente 100 pessoas, buscou ‘transformar olhares’. “Estive fazendo quatro oficinas de interpretação em Ivinhema e em outras três cidades. Eu trabalhei com estudantes de escolas e com os estudantes da UFMS, que são universitários que buscam, que perseguem, pesquisam uma especialização no cinema. São pessoas que aprenderam uma nova linguagem, uma nova porta, uma nova janela para eles terem para interpretar, se expressar, ou mesmo para olhar, é a educação. Nem todos vão ficar sendo ator ou atriz, mas todo mundo vai ficar tendo um novo olhar”.
Segundo Ivanova, as oficinas oferecem aos integrantes uma oportunidade de diversificar técnicas, mas é preciso encontrar em si algo essencial para fazer cinema. “É o olhar de tudo. O cinema é a vida! Tem um aspecto técnico, tem um aspecto hierárquico, tem uma linguagem especial, mas você precisa de certa sensibilidade que você não vai aprender dentro de oficinas ou salas de aula; você vai aprender isso vivendo e vai integrar isso com essas experiências técnicas”, explicou.
Ivanova ainda defendeu que haja maior investimento nas ações culturais como o FESTIVALI, pois o retorno é robusto e diverso. “É muito importante apostar economicamente na cultura. Porque a cultura tem suas finanças diretas e indiretas. Tem suas recompensações. Não todas são diretamente. Mas só olhar, um povo que aposta na cultura, é um povo que tem desenvolvimento em quase todas as outras áreas. Porque a cultura sabe permear, tem e pode linkar, unir todas as áreas. Inclusive a economia, a política, tudo. E mais, os projetos políticos e econômicos devem ser educativos e integrar a cultura como estratégia perfeita para fazer com que algo dure. Longa vida ao festival do Vale do Ivinhema. Que está fazendo transformações em todas as áreas”, finalizou.