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FESTIVALI

'Herói sozinho não existe', diz diretor do mais longevo festival de cinema de MS

Em sua 18ª edição, FESIVALI cativou público com pessoas de outras cidades e até de outros estados, bem como os alunos do curso de Audiovisual e das escolas

19 AGO 2024 • POR TERO QUEIROZ • 17h47
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18º FESTIVALI aconteceu de 10 a 16 de agosto em Ivinhema (MS). Foto: Renan Braga

Sala de cinema lotada, exposição fotográfica sensorial, estrelas como Antônio Pitanga sendo exaltada no tapete vermelho e nas telas do Cinelito do Galpão das Artes, da Fundação Nelito Câmara, em Ivinhema (MS). Esse é um resumo do que pôde ser visto de 10 a 16 de agosto no Festival de Cinema do Vale do Ivinhema (FESTIVALI).

Além de muito cinema profissional com estreias de curtas, longas, música e homenagens, o festival mais longevo de Mato Grosso do Sul provou-se um berço para novos realizadores. Tendo a escola com principal aliada, o festival tornou ponto alto não a premiação de grandes produções, mas sim a premiação de curtas-metragens estudantis.

O diretor do FESTIVALI, Ricardo Câmara, foi considerado em um muitos discursos ‘um herói’, por manter acesa na população de pouco mais de 30 mil habitantes um desejo crescente por cinema. Ele, porém, compartilha os elogios com amigos e apoiadores do festival. “Rapaz, herói sozinho não existe, eu, graças a Deus, na vida fui me reunindo com pessoas que têm os mesmos interesses, que têm o mesmo ponto de vista, a mesma visão de mundo, e a gente conseguiu reunir pessoas que pudessem lutar por sonhos. Então, a gente criou um sonho em Ivinhema, que é o sonho da Fundação Nelito Câmara, e a partir desse sonho, a gente conseguiu... A gente começou a fazer o inesperado, o que você fala que era quase impossível, parecia mesmo que isso era um deserto cultural. Então, a gente tentou ser um oásis e hoje a gente é uma referência, e é um ponto de formação e de levar sensibilidade e senso crítico para muita gente”, declarou ele emocionado logo após o encerramento o festival, na noite da 6ª.feira, 16 de agosto. 

Da esquerda para a direita: o homenageado do 18º FESTIVALI, ator e diretor Antônio Pitanga. O curador do FESTIVALI, cineasta Joel Pizini e o diretor do FESTIVALI, Ricardo Câmara. Foto: Elis ReginaDa esquerda para a direita: o homenageado do 18º FESTIVALI, ator e diretor Antônio Pitanga. O curador do FESTIVALI, cineasta Joel Pizini e o diretor do FESTIVALI, Ricardo Câmara. Foto: Elis Regina

De acordo com o diretor, o que lhe motiva a apostar há 25 anos no festival é sua crença no poder transformador do cinema. “Eu sou completamente convencido que se muda a sociedade para melhor com cinema. Ontem nós tivemos uma sessão dos curtas, feito pelos alunos, e a dinâmica deles, a vivência deles do filme, é o que eu imagino que foi no início do cinema. As pessoas viviam aquilo, não era uma coisa afastada para ser vista, mas para ser vivenciada. E tanto a experiência de uma tela grande, de você vivenciar uma história em uma tela grande, como a de você criar a sua própria história, isso transforma o que a gente começa a saber mais sobre nós mesmos”, opinou. 

Nessa 18ª edição do FESIVALI, Ricardo avaliou que foi uma conquista levar pessoas de outras cidades e até de outros estados, bem como os alunos do curso de Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), para participar do festival. “No próximo ano, eu espero que a gente tenha ainda mais pessoas para passar todo o festival juntos, porque isso dá uma diferença muito grande. Isso foi uma conquista esse ano, do festival receber e ficar durante todo esse período, essas pessoas se encontrando e criando sementes, plantando novas sementes, que certamente darão frutos. Eu espero que isso continue”, prospectou.

Além disso, segundo diretor do FESTIVALI, ele pretende colocar novas ideias em prática na 19ª edição em 2025. “Brotou nessa sessão tão memorável de ontem [15 de agosto] dos alunos, a ideia de ter uma sessão democrática. Uma ideia de a pessoa chegar com o seu filme e passar o seu filme na tela grande. Então, a gente vai amadurecer isso, eu espero que o ano que vem a gente possa estar anunciando que o Festival de Ivinhema tem uma sessão democrática, que você chega com o seu filme e todos vão ver”, finalizou. 

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