Associação dos Artistas paulista ganha certame de R$ 6,5 milhões em MS
Fundada em 2000, OSC originou-se de um grupo de músicos do litoral paulista
27 JUL 2024 • POR TERO QUEIROZ • 12h57Em 23 de julho, a Associação dos Artistas paulista (CNPJ 03.890.545/0001-09), foi anunciada como a Organização da Sociedade Civil (OSC) habilitada para celebrar um Termo de Colaboração, junto a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), que tenha por objeto a execução do XXIII Festival de Inverno de Bonito (FIB), com teto de R$ 6,5 milhões.
O valor acima mencionado é apenas para a execução do festival e pagamento de artistas regionais, pois os artistas nacionais a FCMS já está pagando, como mostramos aqui.
De acordo com apurado pela reportagem, a habilitação documental da Associação dos Artistas foi realizada pela Comissão de Habilitação da FCMS, presidida por Reginaldo Pereira Peralta e composta por Agostinho Pereira dos Santos, Eliane dos Santos Miranda, Thereza Christina de Paula e Silva e Valter Souza da Silva, que certificaram o recebimento da documentação de habilitação dentro do prazo estipulado. “Após uma análise minuciosa da documentação apresentada, a Comissão concluiu que a Associação dos Artistas está habilitada conforme o parágrafo 1º do artigo 10º do edital de chamamento”, diz um extrato publicado no Diário Oficial do estado. Eis a íntegra.
O TeatrineTV apurou que a Associação dos Artistas, fundada em 2000, originou-se de um grupo de músicos do litoral paulista que se rebelou contra a atuação da Ordem dos Músicos do Brasil. Desde então, a associação expandiu seu escopo para incluir artistas de diversos segmentos, como teatro, dança, artes visuais e artesanato, se transformando, portanto, na Associação dos Artistas.
Atualmente, a Associação é presidida por Arnaldo Catalan Júnior, de 71 anos, que também é Diretor de Cultura no município de São Manuel. "A gente fez uma proposta de fazer uma coisa diferente. Tem que estar renovando para gerar novas expectativas e engajamento, como em qualquer festival. Se confirmado a nossa seleção, vamos pegar pessoas que já trabalharam no festival. Além de show, teremos novidades visuais e outras atrações que vai chamar muito atenção”, adiantou Arnaldo, que trabalha na área cultural há 40 anos eu faço isso. "Nos últimos três anos estamos conseguindo contratar e acho que precisamos muito formar plateia", opinou.
Ainda segundo o presidente da Associação, na próxima terça-feira a associação vai começar a montar nosso escritório em MS. “Nossa intenção é melhorar, aprimorar, se fosse para piorar a gente não entrava. Temos um trabalho de 24 anos, em que fizemos projetos com o governo federal, estadual, municipal, Sesc, e diversas instituições públicas e privadas, com olhar sempre à cultura regional. Estamos agora à frente do Festival de Inverno de Santos, que começou ontem”, garantiu.
Uma das estratégias da Associação, conforme Arnaldo, vai ser trabalhar em conjunto com a comunidade local para corrigir um erro sistemático que é exclusão da mão de obra local dos festivais. "Ainda tem muito disso no Brasil, a minha opinião, e não sou qualquer um, é opinião de quem vive isso e disso. Trabalho aqui e no exterior com arte, Alemanha, Cuba, no Equador, com o Sesc no Brasil inteiro, então temos um sonho, nesse caso o sonho de um velho de 71 anos, mas que sabe o que está falando", pontuou.
Na avaliação de Arnaldo, é preciso ter claro qual a missão da realização de uma ação cultural como o FIB. "Se você for fazer um festival que não tenha a participação regional, não faça, porque vira um negócio de bater a carteira. Você tem que fazer o festival com o pessoal da região, porque o pessoal da região... Por exemplo, leva um Coral da região, vai levar o namorado, namorada, amante, amigo, filho, neto, leva pessoas que movimentam a economia dentro e fora do festival, porque tem o transporte, alimentação, a economia criativa da região. Agora se leva só artista de fora, como é a maioria dos festivais, dois dias depois ninguém mais lembra. Não deixa rastro de economia, rastro de cultura. Agora se você apresenta um ballet legal do local, a família vê a oportunidade dos filhos de fazer ballet, é um exemplo simples", disse.
Apesar de saber que não irá encontrar toda mão de obra em Bonito, Arnaldo se comprometeu em oportunizar trabalhos aos agentes em outros municípios de MS. "Eu sei que Bonito não comporta todos os artistas e mão de obra, mas vamos pegar da região, tudo que puder pegar daí é melhor... Não tem muita lógica não ser assim, dinheiro por dinheiro, faz igual o Oscar. Não! Quem tem que ganhar é o cara que tem uma banda aí, aquele que tem uma academia de dança, que tem um grupo de garagem, aquele backing vocal..., enfim, esse é um sonho, se der certo é muito importante para nós", finalizou.
LANÇAMENTO DO 23º FIB NA CAPITAL
O recém-reinaugurado Teatro Aracy Balabanian, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, em Campo Grande, será o palco do lançamento da 23ª edição do FIB (Festival de Inverno de Bonito), na próxima segunda-feira (29.jul.24), a partir das 8h30. Na solenidade será detalhado as atrações do festival, que acontece entre os dias 21 e 25 de agosto em Bonito.
Sob o tema 'Da Terra Viva, Nossa Arte Vibra', o FIB 2024 terá música, dança, gastronomia, teatro, circo, literatura, artesanato, moda e economia criativa.
Também acontecerão oficinas educativas de arte, cultura, turismo ecológico e empreendedorismo para a população da cidade, distritos e escolas públicas, com diversas atrações divididas em três palcos e diferentes pontos da cidade.
Cultura e belezas naturais aliadas dão o tom do Festival de Inverno de Bonito. Com a união de intervenções artísticas e tecnologia, o evento terá inúmeras atrações regionais, nacionais e, este ano, até internacionais, na cidade que é um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil e se destaca pelas paisagens exuberantes e pelo meio ambiente.