Após denúncia, é marcada audiência pública sobre tomada do único espaço da Cultura em Campo Grande
6 MAI 2022 • POR • 11h09Poucos dias após o TeatrineTV denunciar que o único prédio público em uso pelos artistas campo-grandenses, o Armazém Cultural, seria tomado, para acolher um projeto da prefeitura, o Parque Digital, alguns vereadores decidiram finalmente ouvir a classe artística e uma audiência pública foi marcada para às 14h30 do dia 15 DE JUNHO na Câmara Municipal.
A data da audiência foi divulgada na manhã da quinta-feira (5.mai.22), logo após alguns representantes de colegiados terem ido à Câmara para uma reunião com os vereadores Ronilço Guerreiro (Podemos), Valdir Gomes (PSD), João César Matogrosso (PSDB) e Camila Jara (PT).
Valdir Gomes foi o legislador que repercutiu a denúncia à Câmara na terça-feira (3.mai.22). O projeto vinha sendo feito há 1 ano nos bastidores, sem ouvir a classe. A denúncia no TeatrineTV mostrou que num grupo de estudo empossado por Marquinhos Trad (PSD), com 42 membros, tinham apenas 2 membros de cultura que foram ignorados ao longo dos encontros para discutir o projeto.
Guerreiro é Presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Campo Grande e também integrante da Comissão de Indústria, Comércio e Inovação, ambas interessadas no avanço do projeto do Parque Tecnológico. Ele confirmou a realização da audiência pública. Disse que o encontro terá o intuito de discutir a possibilidade de o Armazém Cultural receber as instalações do Parque Tecnológico e de Inovação de Campo Grande. Apesar disso, a posição dos artistas é contrária a essa instalação, por motivos óbvios: além de o local ser a síntese da história do crescimento de Campo Grande, também é o único espaço público disponível no momento para ser usado de maneira gratuita pelos artistas. Isso porque, a Capital de Mato Grosso do Sul não tem um só teatro público aberto.
Além de Ronilço, a vereadora Camila Jara (PT), também vem defendendo o projeto do Executivo, com o argumento de que em outros locais que foi executado, o projeto foi ‘positivo’ e ‘agregador’. Entretanto, os vereadores esquecem de mencionar que nos estados onde foi executado, o prédio utilizado para implantação do Parque estava em desuso, obsoleto, o que não é o caso do Armazém, que no momento acolhe diversas programações culturais que vão de apresentações teatrais, circo, música, artesanato e até festivais, como foi o caso do Campão Cultural.
Além dos vereadores, estavam na reunião de ontem representantes da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio a (Sidagro), antes comandada por Rodrigo Terra.
“Foi uma reunião importante, onde as duas partes colocaram e defenderam suas ideias. A partir de agora precisamos trabalhar de forma oficial para chegar ao consenso do que é melhor para Campo Grande e também para a cultura”, disse Ronilço, sobre a reunião.
“Sei da importância do Parque, torço para que possa ter sucesso, mas longe do Armazém Cultural. Ali é um lugar histórico para Campo Grande e é da cultura”, explicou o professor Roberto Figueiredo, durante o encontro.
Os integrantes da Sidagro que foram a reunião tentaram, agora, apresentar a ideia. Apesar disso, o teor da ideia ficou conhecido na reportagem do TeatrineTV. Veja AQUI.