Com 'bom sinal', governo de MS devolve teatro e centro cultural reformados
Foram 8 anos de obras e R$ 10,5 milhões investidos
3 ABR 2024 • POR TERO QUEIROZ • 11h22O governo de Mato Grosso do Sul devolveu para a população, na noite da 3ª.feira (2.mar.24), o Centro Cultural José Octávio Guizzo, onde está o Teatro Aracy Balabanian em Campo Grande (MS).
Localizado na Rua 26 de Agosto, 453, no Centro, o espaço cultural foi inaugurado em 11 de outubro de 1984. No entanto, esteve fechado desde 2016 devido a obras.
Ao longo de 8 anos, cerca de R$ 10,5 milhões foram investidos na ampliação e revitalização.
A cerimônia de reinauguração do complexo cultural teve no dispositivo a presença de diversas autoridades e personalidades, incluindo:
- - Dois filhos de José Octávio Guizzo (Danuza e João Guizzo);
- - Governador Eduardo Riedel (PSDB);
- - Secretário de Esporte, Turismo e Cultura, Marcelo Miranda;
- - Diretor-presidente da Fundação de Cultura (FCMS), Eduardo Mendes;
- - Deputados estaduais: Roberto Hashioka, Mara Caseiro e Lídio Lopes;
- - Secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez;
- - Diretor-presidente da Fundesporte, Herculano Borges;
- - Diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling;
- - Primeira-dama Mônica Riedel;
- - Ex-senadora Marisa Serrano;
- - Ator Mac Suara;
- - Subsecretária de Políticas Públicas para População Indígena do MS, Silva Terena.
"NINGUÉM É UNIVERSAL FORA DO SEU QUINTAL..."
Nos discursos de abertura, a filha de José Octávio, Danuza Guizzo, celebrou a reinauguração do espaço que homenageia seu pai e citou o desejo dele de que o local fosse mais do que um espaço para apresentações, mas que tivessem oficinas de formação, ocupação continua.
Danuza recebeu um buquê de flores entregue pelo governador Eduardo Riedel, como um sinal de respeito a trajetória da família em prol da cultura. “Meu pai foi o primeiro presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul após a reabertura política, na primeira eleição democrática do Estado após a ditadura. Um dos grandes sonhos dele era este centro cultural: um espaço aberto ao povo, para nossos artistas e para a população em geral. Para ele, a cultura era um bem maior de um o povo. O Estado estava realmente precisando disso. Meu pai falava: 'ninguém é universal fora do seu quintal'. Então, muito obrigado a todos vocês por essa reforma tão cuidadosa do nosso quintal”, citou ela.
A frase muito repetida por José Octávio Guizzo em sua militância cultural é do poeta brasileiro Vinícius de Moraes.
Devido à alta colaboração de Guizzo ao movimento cultural sul-mato-grossense, o Centro Cultural recebeu seu nome.
ABRAM-SE AS CORTINAS
Um grande tecido preto foi colocado na frente do espaço e as autoridades proferiram seus discursos sem que ainda pudesse ser visualizado o novo prédio. O tecido foi utilizado como uma ‘Cortina’ (peça que resguarda o palco).
O ator Bruno Moser conduziu a abertura das cortinas com um texto poético. Em seguida, os atores Pepa Quadrini, André Tristão, Nilce Maciel, Estefânia Martins, Camila Brito e Camila Morosini foram revelados, dando vida aos personagens em homenagem a José Octávio Guizzo, Aracy Balabanian, Rubens Corrêa, Conceição Ferreira, Wega Nery e Ignês Corrêa da Costa. Isso ocorreu durante o projeto "Memória MS", especialmente construído para a inauguração.
Então, o público foi apresentado ao novo prédio do Centro Cultural. As portas foram abertas e em cada um dos espaços — Sala de Convenções Rubens Corrêa, Galeria de Exposições Wega Nery, Ateliê de Artes, Sala de Ensaios Conceição Ferreira, Sala de Música, Sala Central e Teatro Aracy Balabanian — havia apresentações.
A comitiva do governador visitou praticamente todos os espaços juntos aos gestores de cultura.
O último espaço a ser revelado ao público foi o Teatro Aracy Balabanian que passou por uma reforma e modificações gerais, incluindo dispositivos de acessibilidade.
Por volta das 21h15 as portas do teatro foram abertas e os políticos, gestores de cultura, trabalhadores da arte e público em geral entraram.
No teatro aconteceu a apresentação do espetáculo “A verdadeira história do Barão”, da companhia paulista Nau de Ícaros.
"A CULTURA QUE LIDERA NOSSA IDENTIDADE E FUTURO..."
Na atmosfera cultural, ao lado da primeira-dama, Riedel descreveu o local como um santuário da arte estadual. "Nosso Estado não poderia prescindir deste espaço, que é um símbolo da cultura sul-mato-grossense. Hoje é um dia para celebrar a restauração de um lugar que é parte integrante da cultura do Mato Grosso do Sul. Estamos revivendo uma história de uma época em que a cultura florescia. Vamos cuidar do José Octávio Guizzo com o carinho que ele merece", destacou o governador.
O líder do executivo também enfatizou que investir em cultura deve ser uma prioridade para qualquer administração que almeje o sucesso. "O papel da cultura no processo de inclusão é essencial. Para aqueles que consideram um investimento secundário, estão profundamente enganados. Pelo contrário, é a cultura que guia nossa identidade e futuro. Ela é a força motriz que nos enche de orgulho pelo nosso Estado, nossa gente e nossas raízes", disse.
Riedel, ao contrário de governadores anteriores, participou integralmente do evento, visitando todas as salas, assistindo às performances e ao espetáculo teatral na íntegra.
Ao deixar o local, o governador de MS compartilhou suas impressões com a TeatrineTV: “O teatro é maravilhoso. No final do espetáculo, o Barão de Munchhausen mencionou que esta casa deve estar sempre repleta de arte. Acredito que esse é o objetivo e o papel da secretaria, da Fundação, será, a partir de agora, estimular para que o Boca de Cena funcione, oferecendo conteúdo artístico para a população e dando espaço para a expressão dos jovens artistas aqui. É incrível ter o José Octávio Guizzo de volta à cena e estrear em grande estilo!”, declarou.
GESTORES DE CULTURA
O diretor-presidente da Fundação de Cultura, Eduardo Mendes, não escondeu a felicidade de estar no momento de entrega de uma das principais obras culturais de Mato Grosso do Sul. "Iluminado, né? Foram oito anos fechados, dois anos e meio quase de obra para poder chegar e estarmos aqui hoje entregando para os fazedores de cultura e para a população. Eu sempre falo que é uma balança entre fazedores de cultura e população: sem fazedores de cultura não tem plateia e sem plateia não tem artista".
Eduardo garantiu que a Fundação vai trabalhar para envolver a população ao local e agradeceu ao chefe do executivo estadual. “Eu acho que é muito importante esse Centro estar sendo reaberto, para que a gente possa realmente ter oficinas, a gente possa envolver a nossa população para aprender as artes. Aqui a gente vai poder ter música, dança, teatro, circo, artes visuais, todas as linguagens de arte dentro do Centro. Então, me sinto muito privilegiado de estar à frente da Fundação de Cultura com um governador que entende a necessidade de ter equipamentos culturais e que está aqui hoje”.
O Secretário de Esporte, Turismo e Cultura (Setesc), Marcelo Miranda, citou a entrega como uma das principais contribuições do governo, visando a valorização de equipamentos culturais. “Eu acho que até agora essa é uma das principais entregas que a gente fez, porque em termos de política pública precisamos pensar em vários pilares: a questão do financiamento dos nossos fazedores de cultura, a questão dos programas de trazer grandes eventos, de trazer grandes espetáculos para a população ter acesso. A questão da formação cultural, a questão de oportunizar para a garotada que tenha oportunidade de seguir na arte. E o quarto pilar, que acho fundamental, é a questão da infraestrutura, os equipamentos culturais são muito importantes. Então, essa situação do Octávio Guizzo fechado há 8 anos era uma situação que nos incomodava muito”, revelou.
Miranda disse ainda que o governo tem a intenção agora de avançar com a valorização de outros espaços culturais de MS. "Agora a gente precisa pensar nessa questão dos espaços de cultura, de valorizar os locais de arte e cultura, porque sem espaço a gente não consegue ter o devido fomento à cultura", defendeu.
O secretário disse que o Centro Cultural aberto vai fazer grande diferença não só para possibilitar ao público grandes espetáculos, mas também em torno da formação de jovens artistas. "Oficinas, que era um dos grandes objetivos do José Octávio Guizzo, era que esse espaço fosse utilizado para oficinas, para oportunizar para os jovens o acesso à cultura”.
Ainda de acordo com Miranda, além de oficinas de curto prazo se faz necessário retomar programas formativos. “A questão da formação, não é só oficinas pontuais, mas programas de formação dos nossos artistas em todas as linguagens. Acho que é essa é uma das principais questões que a gente precisa retomar na Fundação de Cultura, é ter grandes programas de formação, e aqui é um espaço super adequado para isso”, concluiu.