Artesãos ensinam detentos a produzir arte com argila
Oficinas estão sendo ministradas em estabelecimentos penais de 7 cidades sul-mato-grossenses
27 MAR 2024 • POR ALY FREITAS • 12h50O mestre artesão Rodrigo Avalhaes e a instrutora Léia Cristina Marçal ministraram, entre os dias 20 e 27 de março, uma oficina de argila para 10 homens detentos do 3º Centro de Triagem Anisio Lima, em Campo Grande (MS).
A ação é parte do projeto "Reintegr'Arte", que desde fevereiro busca contribuir com a capacitação profissional de homens e mulheres detentos do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul, colaborando com a geração de renda e emancipação socioeconômica dos participantes.
“Eu acredito na ressocialização por meio da arte e esse projeto vai nos permitir qualificar cerca de 80 pessoas que terão, não só uma forma de ocupar o tempo, mas também uma forma de renda quando tiverem liberdade e fazer [arte] em Campo Grande tem aquele gosto de fazer na nossa casa", declarou Rodrigo, que já ministrou a oficina no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Zorzi”, onde foram produzidas 60 peças em argila.
Conforme o artesão, as oficinas acontecem até julho, com aulas teóricas e práticas, instrução coletiva e atendimento individual dos instrutores, para despertar o processo criativo e o interesse pelo trabalho. Cada turma prevê a participação de 10 alunos de estabelecimentos penais masculinos e femininos das cidades de Aquidauana, Campo Grande, Rio Brilhante, Jardim, Caarapó, Ponta Porã e Jateí.
Além de Rodrigo Avalhaes e Léia Cristina Marçal, também fazem parte do projeto o mestre artesão Cleber Ferreira e a instrutora Fabiane Avalhaes. Todos possuem vasta experiência no artesanato em argila, com peças reconhecidas nacionalmente. "[as oficinas] serão momentos de grande aprendizado, tanto pra eles quanto pra nós, que ministraremos as aulas. Será um momento em que as experiências de vida serão trocadas e poderemos deixar uma semente do artesanato plantada em cada estabelecimento", disse Cleber Ferreira.
O projeto 'Reintegr'Arte' foi contemplado com R$192.280,00 do Fundo de Investimentos Culturais (FIC/2022), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). Eis a íntegra.