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ORLA MORENA

Após destruir mural, presidente de associação leva 'proposta de mosaico' à Funesp

Ao contrário do que afirmava, Eduardo Cabral não detinha autorização dos responsáveis pela Orla

3 FEV 2024 • POR TERO QUEIROZ • 14h01
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Acusado de atacar artista e destruir mural esteva na Funesp na tarde da 6ª feira (2.fev.24). Foto: Reprodução

O diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) de Campo Grande (MS), Maicon Luis Mommad, reuniu-se na tarde de 6ª.feira (2.fev.24) com Eduardo Cabral, de 60 anos, presidente da Associação de Moradores do Bairro Cabreúva (AMBC), acusado de destruir um mural de 25 metros feito, na Orla Morena, pelos artistas visuais Thais Maia, de 28 anos, Karol e Gabriel GB.

Como mostramos aqui no TeatrineTV, na manhã da sexta-feira (2.fev), Maicon já havia se reunido com Thais e com Kitty, responsável pela Feira São Chico, que também acontece na Orla.

Neste sábado (3.fev.24), AMBC enviou uma nota à reportagem, em que explica que Eduardo Cabral foi até o mural [no dia 30 de janeiro] “atendendo a um chamado de moradores” e assumem que Cabral, de fato, jogou tinta sobre esboços e grafites no local — ele foi filmado fazendo isso.

(1.fev.24) - Mural feito por Thais Maia, Karol e Gabriel GB foi alvo de ataque e descaracterização na Orla Morena, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz(1.fev.24) - Mural feito por Thais Maia, Karol e Gabriel GB foi alvo de ataque e descaracterização na Orla Morena, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz

Mostramos que além de Cabral, Thais Maia acusa de participar dos ataques: Francisco, o Chico, vice-presidente da associação e o advogado do Procon (MS) e professor, Munir Sayeg, que mora em frente ao local onde os grafites haviam sido feitos.

No documento, a AMBC confirmou que o presidente da associação se reuniu com o chefe da Funesp na tarde da 6ª feira (2.fev), para “discutir uma solução amigável para o episódio”.

(1.fev.24) - Eduardo Cabral mostra croqui do mosaico que teria autorização para realizar na Orla Morena, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz (1.fev.24) - Eduardo Cabral mostra o croqui de um mosaico que teria autorização para realizar na Orla Morena, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz 

Anteriormente, como mostramos aqui no TeatrineTV, Cabral afirmava que Thais não poderia ter feito  grafites no muro da Orla, pois ele já teria uma autorização para “fazer um mosaico de azulejos” no espaço. Apesar disso, na nota de hoje, a AMBC disse que a reunião com Maicon também foi uma oportunidade para ser: “apresentado ao Diretor-presidente, o andamento do projeto de revitalização com mosaicos do palco da Orla e do local onde Thaís fez sua intervenção”.

(2.fev.24) - Thais Maia (dir.) e Kitty (esq.) em reunião na Funesp com Maicon. Foto: Tero Queiroz(2.fev.24) - Thais Maia (dir.) e Kitty (esq.) em reunião na Funesp com Maicon. Foto: Tero Queiroz

Na manhã da 6ª feira, durante a reunião com Thais Maia e Kitty, Maicon disse que não havia autorizado a instalação de um ‘mosaico’ na Orla. 

A AMBC argumentou na nota que havia conseguido autorização da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur): “O projeto da AMBC já havia sido aprovado pela Sectur”. A secretaria, no entanto, não tem gerência sobre o espaço da Orla.

Em sua manifestação, a AMBC fez questão de apontar que Thais Maia também “não tinha nenhuma autorização da Funesp” para fazer o grafite.

De acordo com o posicionamento da associação, Maicon cobrou que a associação e Thais Maia, levassem “um projeto que será realizado em conjunto”. "A Funesp aguarda os projetos para análise. Até lá, nenhum dos dois envolvidos têm autorização para realizar nem mosaico e nem grafitagem no local", disse a associação.

_MG_5632(1.jan.24) - Thais Maia lamenta destruição de mural na Orla Morena. Foto: Tero Queiroz 

Por fim, a AMBC fez uma defesa da gestão de Eduardo Cabral à frente da associação do Bairro Cabreúva. “Ressalta que a Associação sempre esteve empenhada em trazer benfeitorias para o bairro e que o Patrimônio Público é de todos, mas existem regras para que todos possam usufruir. Importante lembrar, ainda, que pela lei, grafitagem é TODA intervenção COM autorização prévia. Enquanto que qualquer intervenção SEM autorização é considerada pichação”. Eis a nota na íntegra.

Apesar do que sustenta a associação, o Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Mato Grosso do Sul, João Santos, explicou à reportagem na 6ª feira (2.fev.24), que existe diferença entre Patrimônio Público e Patrimônio Público CulturalLeia aqui