Bicicletada da Jujuba em Campo Grande (MS)
Julieta Hernández sagrou-se como uma mulher e artista multifacetada
13 JAN 2024 • POR TERO QUEIROZ • 12h02A "Bicicletada da Jujuba" teve início às 19h30 desta 6ª.feira (12.jan.24), no Centro de Campo Grande (MS) em homenagem ao trabalho da palhaça venezuelana Miss Jujuba (Julieta Inés Hernández Martínez) e em protesto contra o assassinato da artista aos 38 anos. O movimento internacional tem abrangência em 139 cidades, em dez países.
Na capital sul-mato-grossense, a concentração foi feita no Relógio Central, no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Calógeras. O trajeto de bicicleta foi da Rua 14 de Julho, passando pela Rua Plutão, seguindo pela Avenida Noroeste, passando pela Orla Morena, até a Avenida Duque de Caxias e em seguida direção à Casa da Mulher Brasileira.
Em frente à Casa, ativistas mulheres e homens fizeram uma roda de conversa sobre a trajetória de Julieta nas artes e dos desafios no campo a arte e social em busca do combate a violência contra mulher. Dentre as personalidades que falaram, estavam:
- A vereadora Luiza Ribeiro
- A Historiadora e Militante dos Direitos das Mulheres, Maria Rosana Gama
- A Jornalista, Ativista e Produtora Cultural, Laila Saad Pulchério
- A Militante da Juventude Ladielly Souza,
- Os Artistas e Produtores Culturais Fernando Cruz e Anderson Lima;
- A ativista cultural e cicloativista, Fernanda Savaris
Veja algumas falas dos membros na cobertura em vídeo do TEATRINETV (abaixo ou no topo):
Na Capital de Mato Grosso do Sul, a Bicicletada da Jujuba foi organizada pela Massa Crítica Campo Grande MS, um movimento independente nacional de cicloativismo.
Leia também: Bicicletada da Jujuba acontecerá em 139 cidades do mundo
CRIME CONTRA JUJUBA
Julieta desapareceu em 23 de dezembro, quando passava por Presidente Figueiredo (AM), no Brasil. O corpo dela foi encontrado na 6ª.feira (5.jan.24), como mostramos aqui no TeatrineTV. Ela foi assassinada por Thiago Agles da Silva, de 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, de 29 anos, casal que morava em uma pousada onde Julieta passaria a noite de 23 para 24 de janeiro, antes de seguir para a casa da mãe em Puerto Ordaz, na Venezuela. O casal criminoso foi preso no mesmo dia 5 de janeiro.
CICLOVIAJANTE
Como mostramos aqui no TeatrineTV, Julieta atravessava o Brasil de bicicleta de maneira autônoma, contando com contribuição de seu público por onde passava. Assim, desde 2019, Julieta levou arte de bicicleta para diversas regiões da Brasil e países vizinhos.
Julieta Hernández sagrou com uma mulher e artista multifacetada. Ela era formada em veterinária, mas seu grande amor e interesse de vida era pelo teatro e pela arte da palhaçaria.
Em 2015, Julieta viajou para o Brasil para estudar Teatro do Oprimido e logo começou a se envolver em pesquisas e experimentações artísticas. Como palhaça "Miss Jujuba", ela se apresentou em nove estados do Norte e Nordeste do Brasil, tocando seu Cuatro Venezuelano e compartilhando seus saberes de forma voluntária em encontros e festivais autogestionados em pequenas comunidades nos interiores do Brasil.
Além disso, Julieta foi uma participante ativa de iniciativas coletivas como a Red de Payasas Venezolanas e os Palhaços Sem Fronteiras no Brasil.
Ontem, agora, amanhã e para sempre, Julieta Hernández continua a ser uma inspiração para artistas nômades e migrantes em toda a América Latina, cuja vida e obra serão lembradas com carinho.
APOIO À FAMÍLIA DE JULIETA
A família de Julieta precisa de apoio financeiro para lidar com o impacto de sua morte. Colaborações em dinheiro podem ser feitas através da conta PayPal da irmã de Julieta: sophialarouge@gmail.com. Também é possível contribuir por meio do Pix, usando a chave contato@circodisoladies.com.br.