'Interiorização' marca abertura da IV Conferência de Cultura em MS

Com início às 8h e término às 19h30, o 1º dia foi usado para apresentações, tanto do poder público, quanto de cerca de 20 membros de colegiados culturais

(20.nov.23) - IV Conferência Estadual de Cultura é realizada de 20 a 23 de novembro em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz

Cerca de 30 delegações municipais da cultura-sul-mato-grossense compareceram ao dia inaugural da IV Conferência Estadual de Cultura, realizada na 2ª feira (21.nov.23), no Teatro Glauce Rocha, em Campo Grande (MS). Ainda não foi divulgado o número total de participantes, mas metade da sala de espetáculos que comporta 700 pessoas foi ocupada. 

A tônica do 1º dia de encontro foi de que é preciso descentralizar os recursos e ações das diversas culturais. “Precisamos que o interior seja ouvido e valorizava”, bradava durante as discussões agentes culturais do interior.

A Conferência, como mostramos aqui no TeatrineTV, segue até o dia 23 na Capital sendo presidida pelo Secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (SETESCC), Marcelo Miranda e pelo Diretor-Presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Eduardo Mendes. “Um dos grandes objetivos da Conferência é a gente montar o nosso time de delegado que vai representar Mato Grosso do Sul a nível nacional e estamos aproveitando para discutir as ações locais aqui, qual as políticas públicas que o pessoal espera. Hoje, por exemplo, foram apresentadas as ações que a Fundação fez esse ano, as ações que já foram realizadas em anos anteriores, que por algum motivo pararam de ser realizadas e alguns projetos futuros, como prêmios e festivais... Esperamos que haja uma participação efetiva. Abrimos espaço não só da discussão nos eixos temáticos, mas também por meio de uma plataforma que está coletando as colaborações, para que possámos compilar isso e ver qual a expectativa da população e dos fazedores da Cultura”, comentou o Secretário.

(20.nov.23) - O Secretáro de Cidadania, Esporte, Cultura e Turismo, Marcelo Miranda durante a IV CONCE em Mato Grosso do Sul. Foto: Tero Queiroz

Com início às 8h e término às 19h30, o 1º dia foi usado para apresentações, tanto do poder público, quanto da demanda de cerca de 20 representantes de colegiados culturais, em grande maioria do interior. Esse grupo foi indicado como ‘delegado (com direito a voz e voto) pelo Fórum Estadual de Cultura (FESC). No entanto, o aceite desse novo grupo gerou um debate acirrado, pois não estava previsto no regimento de 6 páginas publicado na Diário Oficial do Estado.

(20.nov.23) - A Coordenadora do FESC, Angela Montealvão durante a IV Conec de Mato Grosso do Sul. Foto: Tero Queiroz

A coordenadora do Fesc, Angela Montealvão, considerou que no 1º dia foi soberana a sociedade civil. “Destacamos uma forte articulação da sociedade civil por meio do Fesc e seus colegiados que já tinha garantido desses grupos na condição de delegado – ou seja, com direito a voz e voto – nas duas últimas reuniões da Comissão Organizadora, votada e aprovado por unanimidade. Porém teve uma falha no regimento publicado, que não constou essa alteração aprovada na última reunião. E aí, por isso, precisamos trazer aqui para a plenária e a plenária por aclamação decidiu por sim,  manter esses indicados do Fesc por colegiados nessa condição de delegados. Isso é um grande ganho, sobretudo porque estamos numa Conferência Estadual de Cultura e o protagonismo deve vir da sociedade civil, então, quando a gente consegue garantir a participação dessa condição de voto e voz ativa de mais agentes da sociedade civil é muito bom para a construção das nossas próximas políticas públicas para a Cultura”, explicou Montealvão.

(20.nov.23) - Agentes culturais dialogam com a Coordenadora do FESC, Angela Montealvão durante a IV CONEC MS. Foto: Tero Queiroz

Segundo a coordenadora do Fesc, um dos principais desafios é descentralizar investimentos para a Cultura. “É isso que dissemos em nossa fala de abertura: essa visão ‘centrocrata’ precisa ser combatida urgentemente! E essa Conferência é o momento para isso, porque as políticas públicas para o interior precisam ser discutidas pelos agentes culturais moradores dessas regiões e não o que a Capital acha que importante para eles. Reforçamos a presença do interior com esses indicados do Fesc, porque solicitamos aos setoriais que dessem preferência a representantes do interior. E defendemos que mais, as políticas públicas, vagas, recursos, precisam ser regionalizadas. Porque sempre fica concentrada na Capital ou em uma ou outra cidade que se destacou nas articulações e o restante fica à margem. E esse pensamento Centrocrata ele afeta a Capital, porque do mesmo jeito que os municípios ‘periféricos’ de Mato Grosso do Sul não são atingidos e contemplados em todos os sentidos, as periferias de Campo Grande também ficam a margem desse pensamento central, de quem produz no centro”, completou.   

Veja a galeria do evento que está em andamento no Teatro Glauce Rocha (imagens em atualização): 

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