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A REVOLUÇÃO DA CATÍ

Autora de MS lança livro em homenagem a Catarina Guató na Bienal de SP

Indígena é única escritora de MS a lançar uma obra em uma das maiores ações culturais da América Latina

Por TERO QUEIROZ • 21/08/2024 • 16:02
Imagem principal A atriz, contadora de histórias e escritora Gleycielli Nonato. Foto: Reprodução

A artista sul-mato-grossense Gleycielli Nonato lança, em 7 de setembro, seu livro “A Revolução da Catí” na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre os dias 6 e 15 de setembro na Capital paulista. 

Realizado pela Câmara Brasileira do Livro e organizada pela RX, em sua 27ª edição, a Bienal é considerada uma das maiores ações culturais da América Latina, focada na classe literária, visando reunir editoras, expositores e diversos profissionais, como autores e ilustradores brasileiros e estrangeiros para lançamentos, bate-papos, palestras exclusivas e curadorias.  

De acordo com Gleycielli, ela estará num stande localizado na Travessa Literária 5 no Distrito Anhembi, onde promoverá uma sessão de autógrafos.

A produção literária integra a coleção “A Revolução das Princesas”, da ONG Plan International Brasil, conhecida por reimaginar contos clássicos.

Conforme Gleycielli, a ONG que é responsável por publicar recriações das histórias de Cinderela, Rapunzel, Aurora (Bela Adormecida) e Ariel, e de resgatar a trajetória da líder quilombola Tereza de Benguela, agora faz uma homenagem a uma personalidade pantaneira. “O livro é sobre uma heroína Guató, uma menina de oito anos de idade, que ao ver o seu Pantanal acabado pelas chamas dos incêndios, sai em busca da Mãe da Mata, um ser encantado que refloresta os caminhos. Essa menina chama-se Catí Guató, uma homenagem a dona Catarina Guató, nossa anciã e doutora honoris causa pela UFMS”, explicou Gleycielli. 

No livro, Catí em sua aventura, percorre as aldeias dos povos originários do Mato grosso do Sul e aprende um pouco do saber ancestral em casa uma delas. O livro conta com a ilustração de Alexandra Krenak.

No enredo de a “A Revolução da Catí”, a jovem Catí Guató e seu filhote de onça-pintada embarcam em uma jornada pelo Pantanal, conhecido como Guadakan, em busca de uma semente mágica que pode restaurar a vitalidade da região devastada pelo fogo. A história é uma celebração da força e da resistência dos povos indígenas, destacando a importância da preservação ambiental e do respeito pelos saberes ancestrais.

Gleycielli Nonato atualmente vive em Coxim, no norte de Mato Grosso do Sul, de onde realiza produções e milita pela cultuar indígena . “Ao trazer Catí para as mãos de inúmeras crianças leitoras, trago o valor tradicional, o respeito ancestral e a reexistência de um povo, do meu povo, que sempre resistiu ao tempo e à colonização”, afirmou a autora.

Nas ilustrações, Alexandra Tupi Krenak, utilizou técnicas tradicionais para criar as imagens do livro. Sua abordagem artística visa vida à história de forma vibrante e autêntica.

A designer Luana Coelho colaborou na criação do design do livro, garantindo uma apresentação visual que complementa a riqueza da narrativa.

Cynthia Betti, CEO da Plan International Brasil, avaliou a importância da obra para a organização. “É uma alegria contarmos a história da Catí e levarmos a mensagem sobre o nosso compromisso com a preservação do meio ambiente e com a proteção dos povos indígenas, reacendendo a ancestralidade no coração de cada um de nós”, declarou. 

Com uma faixa etária recomendada a partir dos 9 anos, “A Revolução da Catí” também está disponível para contação de histórias e apreciação das ilustrações no canal da Plan International Brasil no YouTube, ampliando o alcance da mensagem para leitores de todas as idades.

Gleycielle celebrou o lançamento como um momento ímpar na sua carreira: “É sem dúvida um momento único. Tenho noção da tamanha representatividade pelo meu povo Guató e para os escritores e artistas indígenas. Além dos escritores em geral de nosso estado, já que serei a única escritora de Mato grosso do Sul a lançar um livro na Bienal esse ano. Espero que com isso outros autores indígenas alcance e sonhem como um dia sonhei. E que a escrita originária tome o seu posto de estaque como lhe é de direito ancestral”, completou.

Com mais de 49 mil crianças inscritas, a 27ª Bienal tem a expectativa de receber cerca de 120 mil estudantes de 4 a 14 anos nesse ano. O programa de visitação escolar é gratuito e inclui visitas guiadas personalizadas por especialistas, adaptadas a grupos e interesses específicos.


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