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'ORIGINAL QUEBRADA'

Única crew de Lowbike de MS, Vadios67 lança seu 1º álbum

Grupo fará evento gratuito na praça do Tijuca II em 9 de março

Por TERO QUEIROZ • 04/03/2024 • 06:10
Imagem principal (29.fev.24) Vadios67: Og Nato, Bodão, Snoop e Mano BR durante entrevista no estúdio 'Tattoo Bodão', em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz

Sol intenso, às 14h20 da 5ª.feira (29.fev.24), a equipe de reportagem do TeatrineTV chega ao estúdio ‘Tattoo Bodão’, na Rua Lúcia dos Santos, nº 664, Parque do Lageado, em Campo Grande (MS).

Estamos no local para entrevistar o grupo Vadios67 – a única crew de Lowbike de Mato Grosso do Sul – que lançará seu 1º primeiro álbum: 'Original Quebrada'.

Em frente ao estúdio de tatuagem, sob uma pequena varanda, tomam Tereré os integrantes do Vadios67: Bruno (Mano BR), Nelson Marques (Bodão), Renato Higor (Og Nato) e Jones Santos (Snoop).

(29.fev.24) -  {da esquerda para a direita}: Vadios67: Mano Higor, Bodão, Mano BR e Snoop. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – {Da esquerda para a direita}: Og Nato, Bodão, Snoop e Mano BR, integrantes do Vadios67. Foto: Tero Queiroz

Tatuador e proprietário do estúdio, Bodão, de 29 anos, inicia a conversa com o repórter esclarecendo que apesar de o álbum seu o 1º, os integrantes do Vadios67 tem trajetória anterior no Hip Hop. "Vamos lançar nosso 1º disco (álbum) agora, mas não é nossa primeira formação, tá ligado? Eu sou um dos fundadores do Vadios67. O grupo vem desde 2011 com o grupo de Breaking que chama VadiosCrew. Com o passar do tempo, nós criamos o grupo de Rap de Campo Grande MS03 e com o fim do MS03, nós formamos a Vadios67 que agora fez 3 anos de caminhada (sic)", introduz.

(29.fev.24) - Bodão fala sobre o lançamento do álbum da Vadios67 'Original Quebrada', em entrevista na varanda do seu estúdio 'Tattoo Bodão', em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Bodão fala sobre o lançamento do álbum da Vadios67 'Original Quebrada', em entrevista na varanda do seu estúdio ‘Tattoo Bodão’, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz

O álbum do Vadios67 contará com 11 faixas que serão apresentadas ao público num grande evento a partir das 17h, de 9 de março, na Praça Multiesportiva do Bairro Tijuca II, na Capital. A entrada será gratuita.

Além de tatuadores, entre os integrantes do Vadios67 há Breaking s, rappers e MC’s. 

Um dos responsáveis pelas composições das músicas que estarão no disco, Mano BR avalia que a Vadios67 surge da união de expoentes e estilos da cultura Hip Hop. "Nesses três anos, com a junção da MS03 e do VadiosCrew, que era um grupo de B-boys, a gente sentiu que essa união fortaleceu a representatividade não só na dança, mas também no Rap, porque o Hip Hop são a junção de cinco elementos, agora com o conhecimento, mais o Breaking, o Graffiti, o DJ e o MC".

(29.fev.24) - Mano BR fala sobre o lançamento do álbum da Vadios67 'Original Quebrada', em entrevista na varanda do estúdio 'Tattoo Bodão', em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Mano BR fala sobre o lançamento do álbum da Vadios67 'Original Quebrada', em entrevista na varanda do estúdio ‘Tattoo Bodão’, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz

BR ainda revela que a Vadios67 conta com um dos mais importantes DJs em atividade no Estado. "Com o DJ somos cinco, né? Temos com a gente o DJ Billy. Ele tem uma caminhada das antigas, acho que ele é o mais ‘old-school’ entre nós. O Billy é das antigas mesmo, tá ligado? Da época do começo do Hip Hop aqui no estado (sic)".

No momento da entrevista, Billy não estava presente. No entanto, a crew partilha abaixo uma imagem em que eles praticam Lowbike na praça onde ocorrerá o lançamento do álbum:  

LOWBIKE

Os integrandes da banda Vadios67 no Instagram: @originalgangsta_nato, @nelson_marquesv67, @bruno_br_067 e @jones.santos.7712. A crew posa para foto na Praça do Tijuca II onde lançarão o álbum 'Original Quebrada'. Foto: ReproduçãoParte dos integrantes da banda Vadios67 posam para foto na Praça do Tijuca II onde lançarão o álbum 'Original Quebrada'. Foto: Reprodução

Um dos grandes diferenciais do Vadios67 é, sem dúvida, o fato de serem eles os precursores da prática da Lowbike em Mato Grosso do Sul. "A cultura Lowbike está associada à cultura Lowrider, que significa 'andar baixo'. É porque nos anos 50, lá em Los Angeles, os chicanos [mexicanos radicados nos EUA] baixavam os carros nas oficinas e daí botavam um hidráulico. Assim, quando a polícia vinha, eles subiam o carro, porque não podia andar rebaixado lá nos Estados Unidos. Então, tinha os moleques dos caras, que frequentavam as oficinas e começaram a fazer essas customizações também, só que nas bikes, tá ligado? Assim nasceu a Lowbike (sic)", contextualiza Snoop, de 33 anos.

(29.fev.29) - Da esquerda para a direira: Snoop, Mano BR e Bodão próximo a uma bike costumizada pela crew. Foto: Tero Queiroz(29.fev.29) – {Da esquerda para a direita}: Snoop, Mano BR e Bodão próximo a uma bike customizada pela crew. Foto: Tero Queiroz

Oficialmente, a Lowbike é registrada em meados de 1990 no Brasil, porém, somente em 2021 a Vadios67 teria iniciado o movimento dessa cultura em MS. "A gente se entende como a primeira crew voltada para cultura chicana no estado. Começamos em 2021 e, desde lá, temos a banca voltada ainda só para a Lowbike, mas já estamos com o projeto de um carro, para representar Mato Grosso do Sul com a cultura Lowrider, que só tá tendo ainda nos grandes centros como São Paulo. Temos as conexões com a galera de São Paulo em várias vertentes e essa é uma que queremos fortalecer (sic)", diz Bodão.

Em prol do fortalecimento da prática da Lowbike, o álbum ‘Original Quebrada’ deve trazer músicas da relação da ‘molecada’ campo-grandense com a ‘bike’. "A 'Original Quebrada' é uma música para quem gosta de andar de bike pela cidade. Quem curte vai se identificar bastante, vai aumentar a autoestima, porque é música que fala para andar de cabeça erguida", adianta BR. 

CONVIDADOS E PALCO NO TIJUCA

Lançamento do álbum do Vadios67 'Original Quebrada'. Crédito da arte: Camila MayaraLançamento do álbum do Vadios67 'Original Quebrada'. Crédito da arte: Camila Mayara

O evento de lançamento do álbum conta com a seguinte lista de convidados que farão apresentações diversas da Cultura Hip Hop:

  • Dj Lattyna;
  • DJ Gabis (Dourados-MS);
  • Dj Danlitros(Dourados-MS);
  • Dj Magão;
  • CPS;
  • Voz do Gueto;
  • Posse Sul Rapper’s;
  • Relatos MC’s;
  • Coletivo Suburbanas;
  • Suburbia;
  • Thalita Valiente (tatuagem ao vivo).

Além disso, a apresentação será feita por Letícia Polidorio e o CJ. 

O palco será montado na Praça do Tijuca. Para BR, o local escolhido é bastante simbólico. "Essa fita do show lá no Tijuca é histórica, pelo menos pra mim, porque lá foi onde surgiu o grupo Posse Sul, né? A gente ensaiava lá no Centro Comunitário em 2006, então o Bairro Tijuca é um bairro que a gente tem o maior amor, pela população que mora ali, todo mundo conhece a gente. O Bodão também mora lá, um morador antigo lá. Então, a galera sempre tem esse amor pela gente, então a gente espera fazer um show dia 9 que representa tudo isso, para essa galera. Que a gente possa estar levando lá mensagem de paz, amor, união, diversão, porque é isso que o Hip Hop prega (sic)", resume. 

‘ÁLBUM ORIGINAL QUEBRADA’

(29.fev.24) - Bodão fala sobre o lançamendo do disco 'Original Quebrada', da Vadios67. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Bodão fala sobre o lançamento do disco 'Original Quebrada', da Vadios67. Foto: Tero Queiroz

Conforme Bodão, as músicas do disco ‘Original Quebrada’ buscam desestigmatizar a periferia. “As mensagens são voltadas para a periferia, sim! Tem protesto em algumas músicas, mas também nós procura fazer música pra festa, né? Porque a preferia não é só crime, tem altas coisas mais (sic)”, anuncia. 

BR acrescenta que as faixas abordam a vida do campo-grandense periférico da virada do milênio. "As músicas são a cara de Campão, quem escutar vai se identificar, tem inclusive uma música com esse nome no disco. Fala do moleque que colocou e apertou o play junto com o rec para gravar na fita cassete seu Hip Hop”.

Ainda segundo Mano BR, o álbum busca refletir as vivências e desafios do artista do Hip Hop na Capital de MS. "Temos uma música que se chama 'Tamo Vivendo', que fala desses irmãos que fazem esse corre independente. E já quantas e quantas vezes não voltamos de um evento de Rap de madrugada, às vezes por ser longe, na época não tinha Uber, não tinha Moto Uber, aí a gente tinha que voltar a pé. Então, essa música fala sobre isso, né? Fala sobre você lutar pelo seu sonho, que é só você mesmo acreditar em você. Esperar o Corujão passar para você pegar o último ônibus, às vezes não dá tempo nem de você cantar no rolê, porque você fica por último, o rolê acaba e você não canta, mas volta para casa com aquela emoção de estar participando do Hip Hop". 

(29.fev.24) - Mano BR fala sobre o lançamento do álbum 'Original Quebrada', da Vadios67. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Mano BR fala sobre o lançamento do álbum 'Original Quebrada', da Vadios67. Foto: Tero Queiroz

As histórias narradas nas músicas do CD Original Quebrada, segundo BR, foram vividas pelos integrantes do Vadios67 desde os anos 90 e 2000. “Então, quem escutar vai se identificar bastante, tanto o pessoal da nova, como o pessoal da 'old-school' vai ver que tem muita coisa que fala sobre isso, sobre essa trajetória do rapper, a nossa vida”, garante BR.

Apesar de grande parte das músicas dedicadas aos rappers tratarem de desafios enfrentados pelos campo-grandenses, BR acredita que o CD pode ‘furar a bolha’ regional. “A gente vê muito isso, o rapper às vezes só muda a caneta, as histórias são muito semelhantes: pai ausente, mãe solteira, trabalhar e fazer rap, dividir família, trabalho e arte. A gente sabe que é uma balança muito pesada às vezes colocar o trabalho, a família e a nossa arte. A gente sabe que quem vive da arte mesmo é uma luta, uma batalha para a vida inteira. Então, este CD representa isso, a caminhada do Hip Hop aqui no MS. A gente espera que possa alcançar aí vários patamares, que a gente possa furar essa bolha", deseja. 

Outro tema de valor emocional para crew, que está em uma das músicas, é uma homenagem às mães. “Todas as músicas são independentes escritas por nós mesmos através do nosso cotidiano, o BR é um grande letrista, acho que o melhor do grupo é ele, mas a gente vem aprendendo e evoluindo. Uma das músicas fala da mãe, que eu perdi minha coroa muito cedo, o Snoop também, e nós fizemos uma música dedicada às mães”, adiciona Bodão, citando que um dia antes do lançamento do disco se celebra o 'Dia Internacional da Mulher'. 

‘FORA DOS PALCOS E DA MÚSICA’

(29.fev.24) - Vadios67 lança seu 1º álbum em Mato Grosso do Sul. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Vadios67 lança seu 1º álbum em Mato Grosso do Sul. Foto: Tero Queiroz

Os relatos apresentados nas letras são com base nas histórias de rappers crianças ou no auge da juventude. Os desafios, entretanto, acompanharam os integrantes do Vadios67 até a vida adulta, visto que ainda precisam buscar trabalhos fora da arte e gastar parte de seus salários com a crew. “A gente faz com o coração, o pode crer dos irmãos é o salário que a gente tem. Que nem agora [no lançamento do álbum], a Fundação ajudou muito com a estrutura, porque são necessárias três notas (Fiscais) de cachê para comprovar e a gente ter o cachê, mas não temos essas notas, então não tem cachê”,  lamenta BR. 

Fora dos palcos, Snoop trabalha em uma padaria, Bodão é tatuador, e Mano BR trabalha como porteiro. Para manter a crew, os integrantes tiram porcentagens de seus salários para comprar os equipamentos para os shows.  “Viver da arte a gente sabe que é uma luta constante. A gente corre atrás de editais aí também, que assim também conseguimos conseguir nossos equipamentos, graças a Deus nós temos hoje os equipamentos para fazer nossos equipamentos”, observa BR.

Apesar dos desafios, BR considera que há o que ser comemorado no que se refere ao amparo do poder público a Vadios67. “Estamos felizes, porque a gente que vem de quebrada, ter uma estrutura boa, com palco já é uma vitória muito grande, porque a gente sempre faz com nosso próprio dinheiro e o próprio equipamento. A gente fica feliz com o mínimo, mas esperamos que na próxima vez a gente tenha essas notas e consiga o cachê”, prospecta.

(29.fev.24) - Bodão em entrevista ao TeatrineTV sobre o lançamento do disco 'Original Quebrada', da Vadios67. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Bodão em entrevista ao TeatrineTV sobre o lançamento do disco 'Original Quebrada', da Vadios67. Foto: Tero Queiroz

Além de integrar a Vadios67, Bodão é idealizador do projeto “Salve Hip–Hop”, que chegou a 4ª edição em 2023, tendo levado expoentes da cultura de Rua à favela do Mandela, como mostramos aqui. Para Bodão tanto a crew como o  projeto Salve Hip Hop são uma decisão de estilo de vida. “Geralmente o recurso vem de nós mesmo. O Trabalho do ‘Salve Hip Hop’ é da hora, com ele chegamos no Tijuca, no Noroeste, na Favela Mandela, Só Por Deus, no Nhanha, tivemos muitos apoios, mas a maior parte é do nosso dinheiro mesmo. Levamos o Grafite, Rap, Breaking, deixando a quebrada colorida com o Salve Hip Hop. Esse ano ainda não teve, mas com o apoio do governo com parte da estrutura será mais da hora, porque o cotidiano nosso aqui é difícil, cada um tira um pouco do bolso, quando estraga equipamento nosso bolso que paga. Mas nós procura trazer cultura pra nossa comunidade, mesmo com o gasto, modificamos as bikes. Tem gasto, mas é a vida pela cultura que nós decidimos levar”, declara. 

(29.fev.24) - Crente no futuro da crew, Snoop carrega colar com nome Vadios67 junto ao lema do Hip Hop: fraternidade, lealdade, disciplina e respeito. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) - Crente no futuro da crew, Snoop carrega colar com nome Vadios67 junto ao lema do Hip Hop: fraternidade, lealdade, disciplina e respeito. Foto: Tero Queiroz

Snoop, por outro lado, aposta em um futuro de dedicação e renda financeira exclusivo da arte. “Eu trabalho na área da cozinha, gastronomia e como todo mundo falou: tem que tirar do nosso bolso! Sem gasto a gente não tem conquista, né? Por enquanto é isso, enquanto a gente não conseguir viver exclusivamente da nossa arte, vamos ter que investir para alcançar o que a gente quer”.

‘ARTE RESOLVE, MANO!’

(29.fev.24) - Vadios67 acredita que arte ter o poder de resolver problemas sistêmicos nas periferias. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Vadios67 acredita que arte ter o poder de resolver problemas sistêmicos nas periferias. Foto: Tero Queiroz

Mesmo com todos os desafios, a existência e resistência do Vadios67 pode resolver problemas sistêmicos na periferia, por meio da arte. “Eu era um jovem de periferia sem nada para fazer, entre 12 e 15 anos, conheci o Breaking através de um projeto social que teve na Escola Estadual Amando de Oliveira. Conheci o Hip Hop, achei a dança muito da hora e comecei a querer aprender a dançar. Eu era gordo, não sabia fazer porra nenhuma, não tinha nenhuma habilidade, mas o próprio Breaking me ensinou a ter a perseverança”, conta Bodão. 

A mudança de perspectiva no horizonte, para Bodão, é o grande poder da arte na vida de uma pessoa periférica. “Hoje eu sou tatuador graças ao Hip Hop, eu comecei dançando Breaking, eu tinha dom do desenho, aprendi o Graffiti e virei tatuador, graça da Deus hoje eu tenho uma profissão, graças ao Hip Hop”, celebra.

Ainda de acordo com Bodão, por meio do Vadios67 e de projetos como o Salve Hip Hop, pretende resgatar vidas, como a sua foi resgatada. “Com certeza a arte resolve a quebrada, eu sou uma prova viva de que a arte resolve. Cada um daqui do grupo Vadios67 é a prova de que a arte resolve. Quando nós chega na quebrada leva doce, refri, rap e livro pras crianças. Com mensagens boas, rap com repertório pronto pras crianças. E quando a gente chega, vem a biblioteca do Horto Florestal com apoio da responsável Suzamar Rodrigues, conta histórias, tô falando através do Salve Hip Hop. Temos apoio da Cufa também. Então. Com certeza a arte resolve... Resolve, mano! Porque vários aí tão morrendo pela polícia, pelo próprio crime, a arte é válvula de escape até para a pessoa ficar mais de boa na periferia, que tem uns lugares perigosos no Dom Antônio, no Tijuca, mas a gente é bem-vindo em qualquer lugar através da arte. A arte abre portas e estende caminhos (sic)”, sustenta.

(29.fev.24) - Snoop declara que o Hip Hop o salvou por meio de uma letra de Rap construída com o amigo de infância e agora companheiro de crew, Bodão. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Snoop declara que o Hip Hop o salvou por meio de uma letra de rap construída com o amigo de infância e agora companheiro de crew, Bodão. Foto: Tero Queiroz

O objetivo de Bodão já pode ser atestado como eficaz, inclusive por um testemunho vindo de outro integrante da própria Vadios67.  “Como o Bodão falou: se não fosse o Rap, o Hip Hop, eu poderia estar numa biqueira vendendo drogas. Eu conheci o Hip Hop a partir do Bodão, a gente se conhecia desde moleque. Tentei o Breaking, não deu certo. Tentei o Grafitti, também não tenho o dom pro desenho. Aí uma vez certa noite tava eu e o Bodão tomando um vinho, aí ele falou: quero escrever um Rap, vamos escrever? Aí eu falei: vamos! Falei: do que você quer falar? Ele falou: do que a gente vive, tá ligado? A gente só vivia em farra, festa e zueira. E daí veio o Estilo Vagabundo, uma música nossa (sic)”, lembra Snoop. 

(29.fev.24) - Snoop durante entrevista ao TeatrineTV. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) – Snoop durante entrevista ao TeatrineTV. Foto: Tero Queiroz

PRODUÇÃO

Para o lançamento do disco ‘Original Quebrada’ será montada uma grande estrutura viabilizada com a produção de Jéssica Cândido de Oliveira e Camila Maiara Barbosa, por meio da Afronta. “É produção de mina preta, a Jess e a Camila apoiaram a gente na ideia e do lançamento do CD Original Quebrada, tá ligado? A gente espera que saia tudo bem, vai ser com certeza, um grande show, um espetáculo que a Vadios vai fazer. Convidamos vários grupos do estado, de Dourados, Corumbá, daqui de Campo Grande vários DJs e grupos, tá ligado? E a Luciana [Luciana Ferreira da Silva] também está apoiando, com a gente na caminhada, e graças a Deus vai dar tudo certo (sic)”, detalha BR.

Também integra a equipe de produção do evento Jaqueline Paixão, vice-presidente do Bairro Tijuca II.

(29.fev.24) - Vadios67 lança álbum 'Original Quebrada' com a produção da Afronta. Foto: Tero Queiroz(29.fev.24) - Vadios67 lança álbum 'Original Quebrada' com a produção da Afronta. Foto: Tero Queiroz

O governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura do Estado e da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cidadania (SETESC), assinam a correalização do lançamento do show. 

Além disso, segundo Mano BR, diversos comerciantes estão apoiando o evento. “Apoio do Real Essência, apoio do Espetinho do Bola, apoio da Conveniência do Alisson, ali do Tijuca mesmo; apoio do Japa Conveniência, do Xexéo que um cara que fortalece também aí o freestyle da cidade, as batalhas”, lista. 

Para BR, a expectativa é de que o show seja um marco na história para a cultura periférica sul-mato-grossense. “A gente espera que seja um grande dia para o Hip Hop. Tanto o pessoal da nova, quanto o pessoal das antigas que vão colar, a gente espera que eles se sintam representados no show”, finaliza.  

SERVIÇO

  • O quê: Show de lançamento do disco “Original Quebrada” do grupo de rap Vadios67;
  • Quando: em 09/03/2024, das 17:00 às 23:00;
  • Onde: Praça Multiesportiva do Bairro Tijuca II (Av. Dinamarca - Tijuca, Campo Grande - MS);
  • Preço: Entrada gratuita. 

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Tags: Bodão, Mano BR, Mano Higor, Mato Grosso do Sul, Original Quebrada, Snoop, única crew de Lowbike, Vadios67

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