Com cinco anos de carreira, o Projeto Kzulo, banda formada em Campo Grande (MS, dá mais um passo rumo à expansão de sua arte. Nesta sexta-feira (18.nov.22), a partir das 13h (horário local) o grupo musical se apresenta no programa Showlivre, atração com alcance nacional que é transmitida pelo Youtube. O show pode ser visto neste link.
Com influência do ritmo afro-brasileiro e colombiano, a banda formada em 2017, apresenta o show Memória e Identidade. Essa é uma oportunidade muito esperada pela banda, que entrou em contato com a produção do programa em meados de 2020, mas conseguiram um retorno apenas esse ano.
Em São Paulo (SP) desde quinta-feira (17.nov.22), a banda formada por Kalélo, e Wellington, mais conhecido como Nino, nos vocais, Lucas Rabelo, na guitarra, Cláudio, ou Dedo, no trombone, bem como o baixista Ricardo, percussionistas Julian e Lana e Alejo, como baterista, conta ao TeatrineTV como está a expectativa para esse momento tão aguardado.
“É muita responsabilidade apresentar nosso trabalho em um lugar como esse, mas estamos muito contentes e com uma expectativa grande, já que o programa tem bastante repercussão”, conta Alejo, que é um dos dois artistas colombianos do grupo e que traz a influência musical de seu país para o repertório da banda.
Entretanto, não é apenas o alcance que anima o pessoal, mas também o fato de que muitos artistas consagrados e que os membros do grupo acompanham já passaram, em algum momento da carreira, pelo palco da atração.
“Estamos muito felizes, já que é uma plataforma que está na internet e por terem muitos artistas que a gente admira que já passaram por lá. Também é um material que pode trazer experiências maiores para gente”, acrescenta Rabelo, que toca guitarra no conjunto.
Desde o surgimento do programa, nos anos 2000, o apresentador Clemente Tadeu já recebeu nomes como Emicida, Criolo, Liniker e os Caramelows, bem como a também campo-grandense Marina Peralta, que hoje segue carreira nacionalmente.
Por essas e outras razões, este show é considerado um marco na carreira do grupo, que se apresenta pela primeira vez na capital paulista. Anteriormente, os músicos já tinham se apresentado no Sesc de Presidente Prudente, no interior de SP.
“Já é um divisor de águas apenas pelo fato de estarem saindo do Estado, fazendo uma viagem juntos e se sentindo artista mais profissional”, reiterou Alejo.
O convite para tocar no programa surgiu depois que a banda entrou em contato com a produção e mandou uma proposta de apresentação em meados de 2020.
“O Showlivre sempre deixa aberto para os artistas mandarem uma proposta de apresentação. Então, a gente entrou em contato em 2020, e agora eles entraram em contato falando que gostariam que a gente fosse lá gravar.
Por não contarem com patrocínio fixo ou grandes apoiadores, a banda realizou diversas campanhas de arrecadação, inclusive com a organização de uma rifa. Além disso, puderam contar com a contribuição de amigos que acreditam na arte que eles fazem..
“Esse trabalho é independente, não tem ninguém por trás. É uma felicidade pra gente poder representar o MS dessa forma”, pontua Ricardo.
No entanto, a banda também recebeu apoio governamental por meio de um edital feito pelo programa Cidadania Viva, do governo de MS. À época, a proposta de apresentação e realização de uma oficina ministrada pelos membros do grupo resultou em um incentivo financeiro que também foi usado para custear a viagem.
“Foi um trabalho, uma troca e essa ação também fez parte da campanha de arrecadação”
Por outro lado, o baixista Ricardo esclarece que não é um caminho fácil, mas a banda vem se preparando há cinco anos, inclusive incorporando músicas autorais no repertório, já que compor canções e fazer a produção delas é outra forma de mostrar a arte que o grupo faz e quer consolidar.
“Nosso trabalho é consequência das leis de incentivo e de editais, mas só conseguimos porque estamos preparados. Nesses cinco anos a gente veio se preparando para isso, mas não é fácil e a gente teve que correr atrás”, relembra Ricardo.
O músico ainda lembra que a banda surgiu de forma despretensiosa em 2017, quando ele conheceu Kalélo e Nino e propôs que eles trabalhassem juntos. Dessa forma, Kalélo também trouxe seu irmão Rabelo e a banda seguiu inicialmente com os quatro integrantes.
O baterista Alejo e o percussionista Julian, que já se conheciam anteriormente, entraram na banda ao mesmo tempo, ainda em 2017, quando Alejo se ofereceu para tocar bateria com o grupo, após uma apresentação na Praça da Bolívia.
“E ele chegou e disse ‘yo soy el baterista de usted’”, relembra Ricardo, acrescentando que Alejandro foi o responsável por trazer Julian.
Nesses cinco anos de estrada, os músicos contam que dois foram apresentando principalmente cover, mas as músicas autorais foram surgindo”
A questão na música autoral é outra questão porque temos que compor, fazer o arranjo, fazer a produção, gravar, fazer a divulgação, então, é toda uma cadeia de produção que veio de formando conforme o desenho da banda
“Tem um momento em que a gente percebe que as músicas autorais são um caminho para conseguir mais incentivo. Teve alguns apoios que conseguimos porque falamos que eram músicas nossas, mas foi uma coisa que foi surgindo”, conta Ricardo.
Com um EP Bráslumbia, que foi contemplado pela Lei de Incentivo Cultural Aldir Blanc e lançado em 2021, a banda possui também vários singles e já dividiu palco com outros artistas de Mato Grosso do Sul, como o duo Vozmecê, Marte Cel e Teatro Maracangalha.
Na apresentação de hoje, o cantor Duka fará uma participação especial na faixa “Deus do Carnaval”.
“Esta reportagem foi produzida com apoio do programa Diversidade nas Redações, da Énois, um laboratório de jornalismo que trabalha para fortalecer a diversidade e inclusão no jornalismo brasileiro. Confira as metodologias na Caixa de Ferramentas”.
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