Bloco Reggae. Foto: Mateus Ishikawa

O Bloco Reggae 2025 deve agitar a Esplanada Ferroviária, em Campo Grande (MS), nos dias 28 de fevereiro e 1º de março. Com entrada gratuita, o evento celebrará a música reggae e a cultura local e sagra-se como o mair encontro de sound systems e reggae de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a produção, a festa começa na sexta, 28, com apresentações ao vivo no palco Lincoln Gouveia a partir das 17h. Além disso, o primeiro terá performances voltadas para o público infantil, como as de Rasdair, 'Vem Cantar Comigo' e 'Banda Batuque’.

Ainda na sexta, 28, a partir das 18h30, o reggae será comandado por Manuzera, Laris, Marolo e Louva Dub. A noite será finalizada com um show de Sandim e Jerry Espíndola.

 

 

 

 

 

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Após os shows, o público poderá seguir o tradicional desfile do bloco de reggae.

Já no sábado, 1º de março, o evento se destacará com a presença dos principais Sound Systems artesanais de MS. No palco Arena Sound System, as apresentações de Rockers Sound System e Radiola Reggae MS, garantem que vão agitar o público com graves potentes oriundos da cultura de rua. O evento  também contará com a participação de convidados especiais nos microfones.

Neste ano, o Bloco Reggae 2025 realizará o concurso “Rei ou Rainha do Reggae”, onde o participante com o melhor estilo, atitude e presença receberá R$ 100 e brindes exclusivos. Para concorrer, basta fazer a doação de 1kg de alimento não perecível.

Em 2025, o evento reafirma seu compromisso com causas sociais, um dos pilares do movimento reggae.

Diego Manciba é o segundo da direita para a esquerda na imagem. Foto: Mateus Ishikawa

Segundo o produtor Diego Manciba, o bloco se envolverá em diversas campanhas de conscientização. "A luta contra o feminicídio será um tema importante, com a ação #TodosPorElas. Também vamos apoiar a campanha Protocolo Não é Não, promovendo um carnaval livre de assédio. Além disso, queremos conscientizar sobre o respeito ao patrimônio cultural da nossa cidade", explicou.

ESPAÇO INFANTIL E AÇÃO SOLIDÁRIA

O Bloco Reggae 2025 também disponibilizará um Espaço Kids com brinquedos gratuitos e atividades recreativas para as crianças.

Sobre a campanha solidária, em que estarão arrecadando alimentos não perecíveis e roupas, os organizadores do bloco revelaram que as doações serão encaminhadas a quem mais precisa e os postos de coleta estarão abertos nos dois dias do evento.

SERVIÇO

• Datas: Sexta-feira, 28/02/2025 e sábado, 01/03/2025;
• Horário: Das 17h às 23h;
• Local: Esplanada Ferroviária – Monumento Maria Fumaça, Campo Grande/MS;
• Entrada: Gratuita;
• Campanha Solidária: Doe 1kg de alimento não perecível ou uma peça de roupa.

REGGAE PELO MUNDO 

O reggae é um gênero musical que surgiu na Jamaica no final dos anos 1960, com uma fusão de estilos como o ska, o rocksteady e influências africanas. Ao longo do tempo, tornou-se um dos principais símbolos culturais da Jamaica, expandindo-se para diversas partes do mundo.

A origem do reggae está fortemente conectada ao movimento Rastafari, que nasceu também na Jamaica na década de 1930. Esse movimento, que tem Haile Selassie I, imperador da Etiópia, como uma figura central, desempenhou um papel importante na evolução do reggae, especialmente nas letras das músicas, que tratam de temas como resistência, justiça social, espiritualidade e a luta contra a opressão.

A popularização do reggae em nível global é atribuída principalmente a Bob Marley, que, diante da carreira musical global, usou sua visibilidade para divulgar mensagens de paz, amor e união, além de promover as crenças rastafáris. Seu álbum "Catch a Fire", de 1973, marcou um momento chave na disseminação do reggae fora da Jamaica.

Com o tempo, o reggae também influenciou outros gêneros musicais e se tornou uma importante forma de expressão em diversos movimentos sociais e culturais, promovendo mensagens de conscientização e igualdade. Além disso, gerou subgêneros como o dub e o reggaeton.

A sonoridade do reggae é caracterizada pelo ritmo "one drop", linhas de baixo marcantes e uma guitarra que enfatiza o offbeat, criando uma estrutura melódica que, junto com as letras, ajudou a consolidar o reggae como um dos gêneros musicais mais duradouros e influentes da história.

SOUND SYSTEM PELO MUNDO 

A origem dos Sound Systems remonta ao final dos anos 1940 e início dos anos 1950, na Jamaica. Naquela época, a música não alcançava todas as regiões da ilha, e muitas comunidades não tinham acesso a equipamentos de som para suas festas e eventos. Como resposta a essa limitação, começaram a surgir sistemas de som montados por empreendedores locais, geralmente em espaços ao ar livre, para promover eventos de dança e celebração. Esses sistemas eram compostos por caixas de som grandes, amplificadores e discos.

O termo "Sound System" refere-se a esse formato de evento, que se tornaria um componente central da cena musical jamaicana. Empreendedores como Tommy Cowan, Duke Reid e Coxsone Dodd foram pioneiros nesse movimento, montando suas próprias instalações de som e oferecendo música para a população. Esses organizadores, conhecidos como “selectors”, eram responsáveis pela escolha das músicas e pela condução dos eventos, muitas vezes com DJs que falavam ou faziam intervenções sobre as faixas, algo que influenciaria mais tarde a prática de MCs no hip hop.

Durante os anos 60, com a popularização do reggae, o Sound System passou a ser uma plataforma importante para a disseminação desse estilo musical. A associação com o movimento rastafari também se tornou uma característica, já que as mensagens de justiça social e espiritualidade, presentes nas letras das músicas, eram frequentemente promovidas nos eventos.

O modelo de Sound System se expandiu para outros locais além da Jamaica, especialmente para o Reino Unido, onde a comunidade jamaicana migrante o adotou. Nos anos 70 e 80, o Sound System foi essencial para a divulgação do reggae e do dub em Londres, influenciando também o desenvolvimento de novos estilos musicais, como o jungle e o drum and bass.

Atualmente, o Sound System continua sendo uma forma de expressão cultural ligada à música jamaicana, mantendo seu papel na promoção e divulgação de estilos musicais, além de sua relevância como um componente de identidade cultural.