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Audiovisual

Relacionamento real inspira música e videoclipe produzido 'na raça'

Além de protagonizar videoclipe, o cantor Julio Ruschel também produziu, dirigiu e o editou

Por ALY FREITAS • 27/10/2023 • 08:15

O cantor sul-mato-grossense Julio Ruschel, lançou no último domingo (22.out.2023) a música 'Check-out Onze' nas plataformas de streaming de música. O videoclipe que foi produzido, dirigido e editado pelo próprio artista, está disponível no Youtube desde 2ª.feira (23.out). Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=9tuHqMAx5eU

Ao TeatrineTV, Julio contou que a inspiração para a música surgiu há pouco mais de um ano. "Falei com uma amiga minha, que tem um relacionamento super legal com o parceiro dela. Essa música surgiu desse diálogo sobre essa relação, de como [essa amiga] se sentia. Ela sabia que eu ia escrever uma música e à partir dessa conversa, das coisas que ela disse, eu escrevi", explicou o artista. "Não é nada literal. Tudo é um atravessamento metafórico, subjetivo, mas que surge dessa relação, desse casal, desse amor, desse desejo um pelo outro", resumiu.

O cantor explicou que apesar de ter em seu repertório outras músicas que falem sobre o amor entre casais, Check-out Onze é a primeira em que ele segue a estética do R&B. "É uma música mais sensual, uma pegada meio Glória Groove e ao mesmo tempo forte", destacou o artista orgulhoso de ter viabilizado o próprio videoclipe.

Foto: Reprodução/ Youtube

Para viabilizar a produção, Julio contou com a parceria dos amigos Eric Torres (atuação), Gabrielly Matos e Lidiane Correia (câmeras). "Tudo se resume em artista independente. É o meu caso e o caso de outros artistas. É o artista que precisa se desdobrar pra dar conta de tudo, porque não tem uma equipe por trás. No caso, eu tenho amigos por trás. Eu meio que obrigo eles a trabalhar comigo, aí eu digo: ei, você não quer andar na minha lancha lá no futuro quando eu ficar famoso? Então você me ajuda a fazer esse trabalho aqui (sic)", brincou.

Foto: Reprodução/ Youtube

De acordo com o artista, trabalhar com música independente no Mato Grosso do Sul demanda diálogo e comprometimento. "É no dialogo, nas conexões que a gente vai resolvendo as problemáticas de ser um artista independente, que é justamente a falta de financiamento. Porque toda a produção, a divulgação, é tudo caro e não cabe dentro do meu bolso, que sou professor. Eu tiro do meu bolso pra produzir e manter uma carreira artística que toque as pessoas com uma qualidade boa. Eu não quero entregar coisas menores do que eu já entreguei, então isso exige muito de mim, do meu dinheiro, da minha vida pessoal, profissional. Só que é o que eu gosto de fazer, então tudo isso é recompensado pelos feedbacks", comentou.

Para lançar o videoclipe, Julio se desdobrou entre as funções de produtor, diretor e editor. Foto: Arquivo Pessoal/ Ruschel

O clipe de Check-out Onze levou cerca de duas semanas para ficar pronto. "Foi muito rápida a produção. Desde quando eu decidi produzir o clipe, a música já estava pronta. Até a gravação em si, foi em torno de duas semanas. Eu fui pesquisar locais, pegar um roteiro, trabalhar em cima desse roteiro, ir atrás de elementos cênicos pra compor as cenas. Eu também editei o vídeo, o que é algo difícil de fazer, mas eu gosto. Quando eu digo que é difícil é que eu queria ter mais conhecimento pra explorar outras formas de edição e tudo mais, mas eu acho que trabalhei a produção em um tempo ok, dentro dos meus conhecimentos sobre essas áreas".

Julio disse que apesar dos desafios enfrentados e do pouco espaço que os artistas lgbtqiapn+ tem para mostrar sua arte em Mato Grosso do Sul, considera importante insistir, para que o público saiba que existem artistas pop produzindo no estado. "Ser um artista dessa comunidade aqui no MS é muito difícil, porque nosso mercado é quase zero. São poucos os lugares pra gente trabalhar, pra mostrar quem realmente nós somos. Eu ando fazendo shows, cantando com frequência, ganhando dinheiro com isso, mas de outros modos, cantando em outros estilos, tipo voz e violão, numa estética mais mpb. Eu também gosto, mas não é muito dentro do pop que eu gosto de fazer. É um desafio, mas eu sei que eu e os outros companheiros do gênero pop aqui no estado somos pioneiros nisso. Eu tenho certeza que mais pra frente, se a gente continuar lutando por esse espaço, fazendo as pessoas saberem que a gente existe aqui no MS, isso vai ser reconhecido grandiosamente mais pra frente (sic)", prospectou.

 

 


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