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'OLUBAYO'

Nove quilombos terão cinema gratuito com filmes de SP e MS

Projeto divulga lista de filmes selecionados

Por REDAÇÃO • 21/01/2025 • 17:45
Imagem principal Cena do filme Luzes Debaixo, de Tero Queiroz.

Cinco cineastas, sendo três sul-mato-grossenses e duas paulistas, tiveram filmes selecionados para o ‘Olubayo – Cinema nas Comunidades Quilombolas’. O projeto oferecerá sessões cinematográficas gratuitas entre fevereiro e abril deste ano em nove comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul.

As produções selecionadas de MS, seguidas da direção:

  • "Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha" – Daphyne Schiffer;
  • "Luzes Debaixo" – Tero Queiroz;
  • "Águas" – Raylson Chaves.

As produções selecionadas de SP, seguidas da direção:

  • "Fábula de Vó Ita" – Joyce Prado;
  • "Bonita" – Mariana França.

Todas os filmes foram produzidos por cineastas negros. Eis imagens dos selecionados (clique na imagem para melhor visualização): 

Daphyne Schiffer durante filmagens do curta-metragem 'Filme Jardim de Pedra', que a trajetória da atriz campo-grandense Glauce Rocha. Foto: Arquivo Frame do filme 'Jardim de Pedra Vida e Morte de Glauce Rocha', dirigido por Daphyne Schiffer, com fotografia de Rodrigo Rezende.Frame do filme Luzes Debaixo, dirigido por Tero Queiroz.Frame do filme 'Águas', de Raylson Chaves. Frame do filme 'Bonita', de Mariana França;

‘OLUBAYO’

O nome "Olubayô", originado da língua Yorubá, significa "maior alegria", e reflete a proposta do projeto de levar momentos de cultura e alegria às comunidades quilombolas.

Idealizado por Bartolina Ramalho Catanante, a professora Bartô, presidenta do Grupo de Estudos e Trabalho Zumbi (TEZ), o projeto ‘Olubayo’ celebra os 40 anos do TEZ. “O critério mais marcante na seleção dos filmes foi a questão da linguagem cinematográfica, principalmente observando se os autores conseguem realmente passar o recado, ter uma mensagem clara. Valorizamos a ancestralidade, a representatividade negra, a estética e a beleza. Queríamos obras que dialogassem com o público por meio da poesia e temas diversos, atendendo às crianças, adolescentes e juventude”, explicou Bartô.

Ela também destacou a importância da representação nas telas. “Estamos num momento muito fértil na construção de narrativas e identidades que retratam o pensamento dos cineastas negros. Isso fortalece a resistência e a identidade das comunidades quilombolas, criando um link com suas próprias realidades”.

‘ONDE VAI PASSAR?’

Na janela de 3 meses, o projeto passará pelas seguintes localidades:

  • Tia Eva e São João Batista (Campo Grande);
  • Furnas do Dionísio (Jaraguari);
  • Águas do Miranda (Bonito);
  • Furnas dos Baianos (Aquidauana);
  • Picadinha (Dourados);
  • Comunidade dos Pretos (Terenos);
  • Família Jarcem (Rio Brilhante); e
  • Família Cardoso (Nioaque).

‘DUAS DE CINCO’

Personagem entrevistado no filme Luzes Debaixo. Foto: Tero QueirozPersonagem entrevistado no filme Luzes Debaixo. Foto: Tero Queiroz

O filme documental sul-mato-grossense Luzes Debaixo (2021), dirigido pelo artista Tero Queiroz, terá a primeira oportunidade de chegar a um público por meio de exibições, fortalecendo a valorização do audiovisual negro.

“Estou muito feliz por integrar este projeto lindo e potente. ‘Luzes Debaixo’ aborda a invisibilidade de pessoas que vivem à margem da sociedade, como um grupo que habitava debaixo de uma ponte em Campo Grande. Mesmo em situação de rua, enfrentaram o desabrigo forçado. O filme dá voz a essas pessoas e suas resistências, conectando-se profundamente com o objetivo do Olubayo”, contou Tero, que optou pelo uso mínimo de equipamentos e realizou as filmagens sozinho, pois não queria intimidar as pessoas que lá viviam.

Filme Fábula da Vó Ita, de Joyce Prado.Filme Fábula de Vó Ita, de Joyce Prado.

O curta-metragem paulistano Fábula de Vó Ita, dirigido por Joyce Prado e Thallita Oshiro (2016), narra a história de Gisele, uma menina negra que, após sofrer preconceito, se torna tímida. Sua avó cria uma história fantástica sobre identidade e beleza negra, onde Gisa, ao buscar mudar sua aparência, é reconhecida por sua mãe, a rainha Andrea, através de seus cabelos que refletem suas emoções.

“Fico muito feliz e emocionada com a escolha de ‘Fábula da Vó Ita’ e ansiosa pela recepção das crianças nos territórios quilombolas do MS. O filme busca promover a autoestima nas crianças e o reconhecimento da beleza em suas manifestações mais diversas. Tem tatu, tuiuiú e outras inspirações da fauna e flora do Centro-Oeste. Uma história lúdica e familiar. Espero que o público do Olubayo se divirta muito”, comenta Joyce sobre a participação no Olubayo.

CUSTOS

O projeto recebeu R$ 200 mil de incentivo ao ser contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). A íntegra

Cada filme selecionado receberá um cachê de R$ 3 mil.

O TEZ

O Grupo de Estudos e Trabalho Zumbi (TEZ), fundado em 1985, foi a primeira entidade do movimento negro em Mato Grosso do Sul. O grupo atua no combate à opressão e às desigualdades sociais, com foco em debates sobre as questões raciais e na promoção da diversidade na educação infantil.

Ao longo de 40 anos, o TEZ se tornou uma referência, inspirando outros movimentos negros e fortalecendo o protagonismo negro no estado.

Neste ano, o TEZ celebra seu legado com o projeto Olubayo, que resgata a história afro-brasileira e conecta as novas gerações à ancestralidade por meio do cinema.

Para mais informações sobre o projeto siga a página do Instagram (@olubayo_cinemanegro).


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Tags: Águas, Daphyne Schiffer, Fábula de Vó Ita, Jardim de Pedra – Vida, Luzes Debaixo, Raylson Chaves, Tero Queiroz

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