A mesa de debate sobre Políticas Públicas e Legislação do Audiovisual: perspectivas para MS, ocorreu na manhã desta 4ª.feira (13.ago.24), durante a programação do Festival de Cinema do Vale do Ivinhema (FestiVali).
A mesa foi mediada pelo cineasta Joel Pizini, com o produtor cultural Belchior Cabral, o analista do Sesi Cultura-MS, Ítalo Zikemura, com o cineasta Ulísver Silva, a servidora do Ministério da Cultura (MinC), Mariana Arndt e o servidor público da Fundação de Cultura, representando a Film Comission, Daniel Rockenbach.
Mesa contou com a presença de cineastas e servidores públicos | Foto: Tero Queiroz
Contando com a presença de estudantes da escola pública de Ivinhema e com acadêmicos de audiovisual de Campo Grande, o debate abordou a necessidade de buscar a reabertura do Cine Campo Grande. “Precisamos nos reunir no coletivo, com o Sesc, para buscar a reabertura do cinema de Campo Grande, é o único que temos e está lá há anos fechado. A articulação é a palavra central”, introduziu Pizini.
Belchior apontou a necessidade de que haja continuidade da política pública e o engajamento do estado com o produtor. “Temos recursos nacionais para o audiovisual que Mato Grosso do Sul não acessa, porque o estado não investe no audiovisual nas contrapartidas necessárias, tivemos recentemente a perda de um grande recurso para TVs. Temos os editais, mas o principal que é o Fundo de Investimentos Culturais (FIC), ainda carece da continuidade da execução. O governo do Reinaldo Azambuja, por exemplo, executou um edital em oito anos, isso é lamentável, afeta negativamente a cadeia produtiva do Audiovisual em MS”, explicou.
Inclusive, vale lembrar que o FIC de 2024 ainda sequer foi lançado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
Ulísver detalhou aos presentes que por meio do Colegiado Estadual do Audiovisual, os trabalhadores debatem o fortalecimento do mercado. “Nos reunimos para decidir quais serão as maneiras de execução de editais como os da Lei Paulo Gustavo, agora a Aldir Blanc..., enfim, o colegiado é uma organização da sociedade civil”, pontuou.
O representante do Sesi Cultura, Ítalo Zikemura, mencionou os caminhos que a instituição está adotando para impulsionar o Audiovisual sul-mato-grossense. “A gente está buscando projetos aprovados na Lei do Audiovisual nacional, na Lei Rouanet, para ligar com empresas, os empresários interessados em apoiar o audiovisual. Também estamos brigando para que haja a possibilidade da criação da nossa própria Lei só Audiovisual no estado”, revelou.
Mariana Arndt explicou como funciona brevemente o Escritório do Ministério da Cultura em MS. “Em Mato Grosso do Sul estão eu e a coordenadora Caroline Garcia, que somos um braço do MinC em MS. Temos atuado agora também com o retorno dos Comitês de Cultura, algo importante. Temos agora caminhando a Política Nacional Aldir Blanc, que vai durar cinco anos. Estamos retomando os pontos de Cultura, temos agora o Pontão em Corumbá, então quem tiver de olho em editais já solicita. O audiovisual tem que organizar para solicitar que seja inserido e que ganhe uma fatia do bolo”.
Daniel Rockenbach defendeu que a articulação é o princípio da atividade da Film Comission em MS. “A saída nossa aqui é a articulação política, é a conversa com empresários”. pontuou.
Para o servidor, a Film Comission pode aproveitar o momento de declínio da indústria audiovisual americana, maior explorador do circuito comercial brasileiro. “A indústria cultural deles está acabando. A nostalgia lá do jogo Deadpool é o fim da indústria deles. Eles podem ter uma nova Hollywood, como já fizeram, mas é o fim para eles”, completou.
A Film Comission teve seu time apresentado durante o Festival de Cinema de Bonito (CineSur).
O FestiVali ocorre de 10 a 16 de agosto com mostras competitivas de cinema, debates e oficinas.