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FESTIVAL DE CINEMA

'Familiar, mas que tem um olho para o mundo', diz Mônica Guimarães sobre o FestiVali

'O Ricardo é um motivo de estudo, porque não é possível esse sujeito', brincou

Por TERO QUEIROZ • 19/08/2024 • 19:19
Imagem principal Renato Câmara e Mônica Guimarães no encerramento do FESTIVALI, onde Mônica recebeu um troféu. Foto: Renan Braga

Júri da Mostra Competitiva de Longa-metragem da 18ª edição do Festival do Vale do Ivinhema (FESTIVALI), Mônica Guimarães celebrou a existência desse festival de cinema sul-mato-grossense, que aconteceu de 10 a 16 de agosto em Ivinhema (MS). “Você vem para o interior do Mato Grosso do Sul, onde eu venho fazendo um trabalho também com o Documenta do Pantanal, e acha que vai ver um festival assim... mas, de repente, você se depara com a peculiaridade de um festival que é familiar, mas que tem um olhar para o mundo, com uma curadoria de filmes excelentes”, introduziu ela em entrevista ao TeatrineTV.

Guimarães pontuou que, estando em São Paulo, alguns preconceitos são desenvolvidos sobre as ações culturais em municípios de menor porte. “Olha, primeiro, a gente é de São Paulo, a maior capital desse país, a maior população desse país, a maior renda per capita. Então, às vezes, a gente sai com valores, a gente sai com preconceitos na cabeça”.

Desde 2004, Guimarães é Produtora Executiva do ‘É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários’ e revelou que se impressionou com o FESTIVALI sob a direção de Ricardo Câmara. “Eu faço um festival também, sou produtora executiva do ‘É Tudo Verdade’ e sei o quanto isso é difícil. Então, louvo o Ricardo Câmara, realmente. O Ricardo é um motivo de estudo, porque não é possível esse sujeito”, brincou.

Mônica Guimarães durante debate no 18º FESTIVALI. Foto: Renan BragaMônica Guimarães recebe troféu no 18º FESTIVALI. Foto: Renan Braga

De acordo com Guimarães, a curadoria do cineasta Joel Pizzini produziu uma mostra competitiva de gêneros ficcionais e documentais de alto nível. “A gente teve um trabalho danado para discutir cada filme, cada questão, com essa coisa que me parece muito bacana que o Joel fez, que é misturar documentário com filme de ficção. A minha especialidade é documentários. Então, foi muito bacana”.

Para Guimarães, um dos momentos marcantes em sua carreira foi estar na mostra competitiva de curtas estudantis. “Sobretudo por ver estudantes nas salas, seja fazendo barulho, seja quietos, seja prestando atenção, seja não prestando atenção. Eles vieram ao cinema, saíram dos quadrados das salas para ir para um retângulo que é muito mais aberto para o mundo, que é o retângulo da tela do cinema. Então, isso é muito bacana ver que, de alguma forma, isso se torna parte da história deles para o resto da vida”, avaliou.

Ela também observou a diversidade de atrações e os momentos oportunizados pela programação do FESTIVALI. “Isso é muito legal ver as oficinas. E, sobretudo, numa região que parece lindíssima, eu ainda não conheci o parque, mas parece que é maravilhoso. Estamos loucos para conhecer. Então, só tem surpresas boas. E começa com Chico César, vem Pitanga, te conheço, e acaba com esse show maravilhoso do Paulinho Simões e do Celito Espíndola. Enfim, são coisas muito caras, muito legais. Saber que o cinema interessa a tanta gente, saber que os filmes, sejam documentários, dramas ou comédias, interessam às pessoas e mobilizam a cidade... E que a cidade venha, que essa capilaridade pegue mais, que o festival vá crescendo”, desejou.

O longa-metragem vencedor da 18ª edição do FESTIVALI foi 'Ivy Pyte, Coração da Terra', uma produção Brasil-Paraguai do sul-mato-grossense Alberto Alvares e José Cury. Após o anúncio do grande campeão, perguntamos a Mônica Guimarães se é incomum filmes do gênero documentário serem os grandes campeões em festivais de cinema. “Não, temos exemplos. Já tivemos exemplos em Cannes, no Festival de Berlim, e já houve Oscars saindo do documentário e sendo indicados como filme geral. Essa barreira está sendo rompida”, considerou.

Por fim, Mônica Guimarães explicou que pode haver quem diga que o documentário ganhou porque ela estava no júri; no entanto, ressaltou que a decisão foi unânime. “É claro que você sempre vai ter a ficção e o documentário, isso sempre vai existir, mas são barreiras que agora parecem estar diminuindo. E o documentário cresceu, cresceu. Eu sei que as pessoas falam: ‘pô, ganhar um documentário com a Mônica sendo presidente do júri’. É verdade. Sinto muito, gente, é a causa. E vou te falar, foi unânime. Está aqui o outro jurado ao meu lado [Daniel Rockenbach], que participou da discussão. A gente tinha três filmes e o filme que venceu, 'Ivy Pyte', foi unanimidade. Então é isso, não é que é comum, mas não está mais incomum”, finalizou.


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