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CINEMA INDEPENDENTE

Debatendo amor e etarismo, curta "Eleonora" é filmado no interior do MS

Em 4 dias, equipe filmou 22 páginas imersos em alegrias e desafios

Por ALY FREITAS • 17/07/2024 • 08:24
Imagem principal A atriz Ana Lucia Serrou (à esquerda) ao lado da diretora Lígia Tristão Prieto. Foto: Gabriella Thais

O curta-metragem "Eleonora" teve suas filmagens concluídas no último domingo (14.jul24), em Aquidauana, no interior de Mato Grosso do Sul. Ao todo, foram 4 dias de set para serem filmadas 22 páginas. 

Produzido pela Grupo Casa Produções e com roteiro e direção assinados por Lígia Tristão Prieto, o filme conta a história de Eleonora, uma mulher que, aos 60 anos, se vê apaixonada por um homem mais jovem ao mesmo tempo em que se despede de um antigo amor.   

Ao TeatrineTV, a diretora contou que se sentiu realizada com o empenho da equipe e a receptividade nas locações. "A gente escolheu com muito carinho cada pessoa que tá aqui nessa equipe. É uma equipe que foi muito amorosa e conseguimos chegar a lugares muito potentes do começo ao fim. A receptividade nas locações também foi maravilhosa. Isso tudo fez com que o filme ficasse ainda mais emocionante", introduziu Lígia.

Foto: Gabriella ThaisLígia acredita que o empenho da equipe fez toda a diferença durante as gravações | Foto: Gabriella Thais

A história se passa em três locações principais: o Haras Campos Freire, as Furnas dos Baianos e uma pousada nos arredores do distrito de Piraputanga na região pantaneira. 

Proprietária do Haras Campos Freire, a psicóloga Valéria Vidal Freire, de 56 anos, considerou que receber a equipe de filmagem em suas terras, oportuniza a exaltação da beleza das atividades rotineiras do campo. "A filmagem aqui na fazenda trouxe um valor para o cotidiano de quem mora aqui. Muito do que acontece nessa produção basicamente é o que acontece na nossa vida, não especificamente na parte do relacionamento, mas na rotina do leiteiro é o que acontece aqui", destacou.

Foto: Gabriella ThaisO filme teve cenas gravadas no Haras Campos Freire. Foto: Gabriella Thais

O zootecnista e também proprietário do haras, Carlos Alberto Pompeo Campos Freire, de 64 anos, revelou alegria em poder abrir portas para o cinema independente. "Na vida você aprende que você tem que abrir portas e jamais fechá-las e, quando eu comecei, as portas foram abertas pra mim, alguém abriu, e isso daí eu carrego comigo e tento abrir dentro do meu possível seja na cultura, seja no esporte, seja no treinamento de pessoal para a fazenda que é o meu ramo e traz uma enorme vivência pra gente. A gente espera que o filme fique bom, faça sucesso, vá pra Cannes (risos), mas se não alcançar o Sol, que ao menos alcance algumas estrelas (sic)", desejou.

Foto: Gabriella ThaisOs atores Tero Queiroz e Ana Serrou recebem orientações da diretora Lígia Prieto. Foto: Gabriella Thais

ESTREIA NAS TELAS

Ana Lúcia Serrou destacou as semelhanças que a aproximam de Eleonora. Foto: Gabriella ThaisAna Lúcia Serrou destacou as semelhanças que a aproximam de Eleonora. Foto: Gabriella Thais

Em sua primeira experiência no cinema, a atriz protagonista do filme, Ana Lucia Serrou, de 65 anos, buscou nas semelhanças o necessário para dar vida a Eleonora. "É uma mulher da minha época, do meu tempo. Uma personagem que vai em frente, que vai à luta, que é quase uma fênix que renasce, que não quer ficar presa ao passado e quer viver, ela é incrível", opinou.

Para Ana Lúcia, o maior desafio, no entanto, esteve justamente nessas semelhanças entre ela e a personagem. "É um senso de responsabilidade incrível dar vida a uma personagem que, apesar de ter muito de mim, nasceu no coração de outra pessoa que escreveu. Conseguir alcançar as sensações dessa mulher que foi escrita por outra pessoa e saber como ela pensa foi um dos maiores desafios até agora", pontuou.

Além de Ana, o curta tem no elenco os atores Tero Queiroz, Edilton Ramos, Amarilis Irani e Flávia Laís. 

PERTENCIMENTO

Um dos destaques da equipe, a figurinista Dayane Bento, de 29 anos, disse que filmar "Eleonora" foi gratificante, mas envolveu alguns desafios. "O tempo de pré-produção e a verba disponível foram os dois maiores desafios, mas por ser uma produção local e independente foi justamente o motivo de eu ter topado participar do projeto. Apesar da dificuldade da verba baixíssima e do tempo muito curto, o fato de estar sendo dirigido por uma mulher, a Lígia, me fez querer muito estar nesse projeto e eu fico muito feliz de poder trabalhar nele", declarou.

A figurinista Dayane Bento no set de filmagem do curta-metragem 'Eleonora'. Foto: Gabriella Thais A figurinista Dayane Bento no set de filmagem do curta-metragem 'Eleonora'. Foto: Gabriella Thais 

Para ela, o fato de a produção ser composta majoritariamente por mulheres e pessoas pretas, trouxe uma sensação de pertencimento profissional ainda maior. "Significa que eu estou entre os meus e que tem esse tipo de profissional aqui. Na maioria dos sets eu sou, às vezes, a única pessoa negra. Eu não sei, por exemplo, de mulheres pretas que participam da parte técnica do audiovisual e até figurinistas tem poucas, as mulheres negras recebem bem menos e quem recebe mais são os homens brancos figurinistas que fazem um mesmo trabalho. É um lugar mais acolhedor quando tem pessoas negras e mulheres trabalhando", considerou.

Foto: Gabriella ThaisA figurinista Dayane | Foto: Gabriella Thais

Além de Dayane, completa a equipe técnica de "Eleonora", a 1ª assistente de direção, Lethicia Rodrigues, a diretora de fotografia Jéssica Asan, o operador de câmera, Fernando Averaldo, o diretor de som, Leonardo de Castro, a produtora geral e still, Gabriella Thais, a produtora de arte, Erika Oelke, o produtor de elenco, Leonardo Medeiros e a maquiadora Isabela Lopes. 

LEI PAULO GUSTAVO

O curta-metragem "Eleonora" foi contemplado com R$ 98 mil em edital da Lei Paulo Gustavo de Campo Grande (MS) e deve estrear ainda em 2024. "Agora vamos pra uma segunda etapa que é a pós-produção, onde vamos trabalhar a montagem, a colorimetria, essas coisas. E aí, assim que o filme estiver pronto, estimo que entre setembro e outubro, pretendemos submeter ele a festivais e outras janelas. Queremos levar essa história de amor, desconstrução e coragem para o mundo", finalizou a diretora.

 


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