A atriz Fernanda Torres recentemente conquistou seu segundo prêmio internacional, o Satellite Awards, na categoria de melhor atriz por sua atuação no filme Ainda Estou Aqui. A premiação, concedida pela International Press Academy, colocou Fernanda ao lado de grandes nomes como Angelina Jolie, Lily-Rose Depp, Nicole Kidman, Saoirse Ronan e Tilda Swinton.
Além da quantidade de prêmios que tem conquistado, 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles, chama a atenção pelo seu orçamento nanico, principalmente quando comparado com outros grandes concorrentes ao Oscar 2025.
'Ainda Estou Aqui' foi produzido com cerca de US$ 1,35 milhão. Com a cotação do dólar em R$ 5,92 no momento, isso corresponde a aproximadamente R$ 7,99 milhões. Mesmo com um orçamento modesto em relação aos padrões de Hollywood, o filme conseguiu se destacar, recebendo reconhecimento pela sua narrativa sensível e pela performance de Fernanda Torres.
Em comparação, Duna: Parte 2, também indicado ao Oscar de Melhor Filme, tem um orçamento significativamente maior. O épico de ficção científica dirigido por Denis Villeneuve custou cerca de US$ 190 milhões. Com a conversão de hoje, esse valor equivale a aproximadamente R$ 1,13 bilhões. Ou seja, o orçamento de Duna: Parte 2 é mais de 140 vezes maior que o de Ainda Estou Aqui, o que reflete a escala colossal da produção, que inclui efeitos especiais avançados, locações exóticas e uma equipe técnica de alto nível.
Essa disparidade nos orçamentos entre os dois filmes destaca as diferenças de recursos entre o cinema brasileiro e o de Hollywood. Enquanto Ainda Estou Aqui se apoia em uma produção mais enxuta e na profundidade emocional de sua história, Duna: Parte 2 investe pesadamente em tecnologia, efeitos visuais e uma narrativa grandiosa.
A comparação entre esses filmes também levanta questões sobre o impacto financeiro nas possibilidades criativas. Filmes com orçamentos mais baixos, como Ainda Estou Aqui, enfrentam desafios logísticos e de recursos, mas muitas vezes se destacam pela qualidade de sua história e a competência de sua equipe. Por outro lado, produções como Duna: Parte 2 têm recursos para explorar uma ampla gama de opções, desde efeitos visuais até campanhas de marketing de grande escala, permitindo um alcance global massivo.
QUADRO HISTÓRICO
O filme mais barato a ganhar o Oscar de Melhor Filme foi Moonlight, em 2017, com um custo de apenas US$ 1,5 milhão. Isso o torna mais econômico até do que o custo de um anúncio de 30 segundos no Oscar, que chega a US$ 2,2 milhões. Filmes independentes de baixo orçamento têm se destacado nos últimos anos: Parasita (2019) custou entre US$ 11 milhões e US$ 13 milhões, Green Book (2019) US$ 23 milhões e A Forma da Água (2018) US$ 19,3 milhões. Em contraste, Titanic (1998) gastou US$ 284 milhões antes de conquistar 11 prêmios.
Junto com Moonlight, Rocky: Um Lutador (1976) e Marty (1955) estão entre os vencedores mais baratos. Rocky custou US$ 4,6 milhões e venceu filmes como Taxi Driver, enquanto Marty, com US$ 3,2 milhões, superou grandes produções da época. Outros vencedores econômicos incluem Um Estranho no Ninho (1975, US$ 13,5 milhões) e Aconteceu Naquela Noite (1934, US$ 5,9 milhões), ambos vencedores do "Big Five" do Oscar, com as principais categorias. Se 'Ainda Estou Aqui' levar 'Melhor Filme' será histórico a nível mundial.