A modelo Katiane Andrade usando o cropped raglan com abertura em botão de pressão que facilita o manuseio da peça por pessoas que tem dificuldade de movimento no braço-mão . A peça traz um bolso duplo bordado a mão. / Foto: Diego Ares
Estão abertas até 30 de junho de 2024 as inscrições para o “I Prêmio Bocaiuva de Moda Inclusiva”, em Campo Grande (MS).
De acordo com os idealizadores, pessoas interessadas podem inscrever suas peças gratuitamente neste link [https://bit.ly/3wPeoEY].
As peças selecionadas integrarão o desfile da “I Semana de Moda Inclusiva”, programado para ocorrer de 16 a 21 de setembro de 2024.
O evento pioneiro de moda para pessoas com deficiência no Brasil acontecerá na Capital sul-mato-grossense com cursos, palestras, oficinas, desfile de moda, exposição de artes.
Podem se inscrever na premiação qualquer estudante matriculado em instituição de ensino superior, escola técnica, alunos matriculados em cursos livres ou profissionais e entusiastas da área de Moda de qualquer cidade do Brasil.
No concurso, o participante tem direito de propor até três “looks”, em que serão avaliados por uma comissão julgadora os critérios de adequação ao tema, pesquisa, desenvolvimento e inovação, criatividade, estilo e linguagem de moda e, por último, ficha técnica.
Eduardo e Luane, idealizadores do I Prêmio Bocaiuva de Moda Inclusiva, uma iniciativa pioneira em moda inclusiva na região Centro-Oeste.quiOs idealizadores do projeto são Eduardo Alves e Luane Sales, ambos designers de moda: “Queremos pensar a moda em um aspecto mais amplo, sociológico e simbólico, salientando a ausência de referências e falta de acesso para pessoas com deficiência”, introduziu Eduardo.
De acordo com Luane, a premissa do concurso é promover a reflexão entre os profissionais da Moda. “Da mesma forma que conhecemos a moda inclusiva através de um concurso, o Prêmio Bocaiuva vem para provocar criadores, estilistas, marcas já consolidadas, estudantes de moda a pensar nessa moda inclusiva. Quem for participar do concurso, vai ter que se aprofundar nesse tema e conhecer esse público que é tão grande e muitas vezes não é visto no mundo da moda”.
PREMIAÇÕES
Peças competem no 'I Prêmio Bocaiuva de Moda Inclusiva'.1º lugar:
- Máquina de costura da marca Siruba modelo HSM -2712 ou modelo similar.
- 3 meses de curso de Corte e Costura na Escola Alinhavo
- Acesso exclusivo à plataforma Molde.Me com software de modelagem, digitalização e ficha técnica por seis meses.
2º lugar:
- 2 meses de curso de Corte e Costura na Escola Alinhavo.
- 6 meses de acesso ao módulo de modelagem da plataforma Molde.Me.
3º lugar:
- 1 mês de acesso ao módulo de modelagem da Escola Alinhavo.
- 6 meses de acesso ao módulo de modelagem da plataforma Molde.Me.
Demais premiações:
- Serão selecionados até 2 looks dos finalistas que tenham em sua construção práticas de sustentabilidade para exposição no Brasil Eco Fashion Week.
- Os 20 finalistas do concurso terão a oportunidade de usar a plataforma digital Molde.Me para desenvolver suas modelagens de forma prática e inovadora.
CICLO FORMATIVO
Oficina de costura com mães de pacientes atendidos na Apae.Outra parte da ação de Eduardo e Luane foi O projeto “Bocaiuva – Um Olhar Atento às Pessoas”, que encerrou um ciclo formativo na Juliano Varela, Associação de mulheres com deficiência de Campo Grande e APAE, tendo 40 alunos e alunas capacitadas para a criação e modelagem de peças adaptadas para as necessidades das pessoas com deficiência. As oficinas ocorreram de 8 de maio a 12 de junho.
O robusto projeto está sendo desenvolvido com apenas R$ 35 mil conquistado por meio do edital para Demais Áreas culturais da Lei Paulo Gustavo em Campo Grande, gerenciado pela Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur).
"A ideia do projeto é difundir a moda inclusiva no Brasil e principalmente no Mato Grosso do Sul. Aqui, somos a única marca que trabalha com moda inclusiva," comentou Eduardo. “Com essa iniciativa, queremos inspirar outras marcas, estilistas e designers a considerarem a inclusão em seus produtos, criando um design universal que atenda a um público mais amplo, incluindo pessoas com deficiência”, acrescentou.
“O curso de criação e confecção de Moda Inclusiva abordou um nicho alternativo do mercado, frequentemente negligenciado pela indústria de moda convencional. A demanda por roupas que aliam conforto, estilo e acessibilidade está em crescimento, especialmente entre pessoas com deficiência e idosos”, declarou Luane Sales, também idealizadora dos trabalhos. “O Projeto Bocaiuva se destacou por ser pioneiro nessa área, oferecendo uma formação aprofundada e prática, algo raro no cenário nacional”.
Julia Delphino ministrou o curso de “Oficina de Adaptação para Peças Inclusivas” na Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande (Amdef) e avaliou que, por meio da oficina, as alunas ganharam mais autonomia e poder de escolha de seu vestuário. “Elas aprenderam a escolher aquilo que é melhor para elas, com acesso à informação. Poderão valorizar aquilo que elas querem que seja valorizado no corpo, seja o colo, as pernas, as unhas... Com liberdade para usar aquilo que quer e lhe cai bem, adaptado à sua deficiência”.
Oficina de costura na Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande.Com o encerramento dessa ação, o Projeto Bocaiuva dá continuidade às atividades que antecedem a I Semana de Moda Inclusiva, com feiras, desfiles, oficinas, workshops, rodas de conversa, dentre outras ações sobre diversidade no mercado da moda.
Para saber mais sobre as atividades desenvolvidas pelo Projeto Bocaiuva, acesse o site: https://www.bocaiuvamodainclusiva.com/
