Ao longo dos 3 dias — de 24 a 26 de abril — da 2ª edição do Prêmio Campo Grande ao Teatro, dez produções sul-mato-grossense disputaram R$ 12 mil e troféus. O prêmio é idealizado por Espedito Di Montebranco, por meio da Associação Artística Cultural Palco de Artes Cênicas.
A cerimônia de premiação ocorreu na noite da 4ª.feira (26.abr.23), no Teatro Glauce Rocha, em Campo Grande (MS).
Como mostramos aqui, o concurso cultural foi dividido em duas fases. A 1ª foi o período de inscrição, de 07 de março a 1º de abril. Ao todo, 18 propostas se inscreveram, sendo que dessas, 10 foram as habilitadas para a segunda etapa.
A 2ª fase, consistiu na disputa em apresentações presenciais, de 24 a 26 de abril, no Teatro Glauce Rocha, da UFMS, na Praça Ary Coelho e na Esplanada Ferroviária.
Foram premiados os espetáculos e artistas mais bem avaliados pelo júri composto por Ataíde Arcoverde, Beth Terras, Roma Román e Marcílio Caetano.
Na competição, havia 3 categorias: “Adulto”, “Infantil” e “Rua”. E, apenas um espetáculo de cada categoria levou o prêmio em dinheiro, destinado exclusivamente àqueles que ganhassem como ‘melhor espetáculo’, considerado prêmio principal.
Eis a lista dos vencedores da premiação principal:
- Na categoria 'Adulto'- venceu como melhor espetáculo: “Uma Moça da Cidade”, do Grupo UBU;
Diretor de 'Uma Moça na Cidade', Bosh falou sobre a raiz ancestral dessa dramaturgia exitosa:
"Nós temos uma pesquisa dentro do grupo UBU, que é a de estudar a região Norte desse estado, que é composta por nortistas e nordestinos. E o estado esquece desse povo, que é mais de 60% da população desse estado. A gente se orgulha de boliviano, paraguaios, argentinos, japones, libaneses, europeus, chineses, mas a gente tem vergonha dos nordestinos e dos nortistas, não se fala que eles compõe nosso estado... Aí nossa vamos mostrar para o mundo e para Mato Grosso do Sul que existe comunidades nortistas que arregam nossa cultura, e aí que nasce Pelega e Porca Prenha e Uma Moça da Cidade, que contam histórias lá da região de Baianópolis, ao lado de Rochedo, do lado do Fala Verdade", revelou Bosh.
- Na categoria 'Infantil' - venceu como melhor espetáculo: “Navegantes”, do Grupo Deslimites;
Lú Bigatão, diretora de Navegantes, disse que o Prêmio se torna interessante ao fazer um apanhado das melhores produções e facilitar o acesso do público ao teatro produzido em Campo Grande. "Para os fazedores de teatro é uma celebração: encontrar os companheiros de jornada, mostrar o trabalho, participar dos debates, discutir a produção... Nós, da Deslimites, ficamos lisonjeados com os prêmios recebidos com o espetáculo “Navegantes”. É uma maneira de recarregar as baterias e seguir em frente. Fazer teatro é uma tarefa árdua e precisamos de incentivo pra continuar resistindo sempre”, considerou.
- Na categoria de 'Rua' - venceu como melhor espetáculo: “O Que os Olhos Veem, o Coração Sente?”.
O ator e diretor Alexandre Melo, que comandou o elenco de “O que os olhos veem o coração sente?”, falou sobre o desafio do prêmio e de sua satisfação das conquistas alcançadas "É desafiador, principalmente para quem está em início de carreira. A princípio, participamos do prêmio com intuito de divulgar o trabalho e fomos agraciados com seis prêmios. Receber o prêmio de melhor espetáculo é um grande reconhecimento para qualquer diretor, sempre temos medos e anseios e este prêmio vem como um incentivo para seguir e acreditar no meu trabalho. É gratificante saber que o prêmio faz a nossa arte poder chegar a mais pessoas. Agradecemos a oportunidade de participar e esperamos continuar a contribuir para o mundo com espetáculos que toquem o coração e a mente do público. Afinal, nem sempre o que os olhos veem o coração sente”, disse.
Além do prêmio principal, foram distribuídos troféus nas categorias: “melhor ator”, “atriz”; “texto original”; “cenografia”; “figurino”; “maquiagem”; “Iluminação”; “melhor sonoplastia” e “direção”.
Veja a lista de ganhadores de troféus dentro das categorias infantil e adulto:
Categoria infantil:
- melhor direção - Lú Bigatão (espetáculo Navegantes, da Cia Deslimites);
- melhor Iluminação - Sirlei Sanches (espetáculo Navegantes, da Cia Deslimites);
- melhor sonoplastia - Ewerton Goulart (espetáculo Navegantes, da Cia Deslimites);
- melhor maquiagem, texto original, cenografia e figurino - Anderson Bosh (espetáculo “Pelega e Porca Prenha na Mata do Pequi”, do grupo UBU);
- melhor ator ficou - Douglas Moreira (espetáculo “Pelega e Porca Prenha na Mata do Pequi”, do grupo UBU);
- melhor atriz - Fernanda Kunzler (espetáculo Navegantes, da Cia Deslimites).
Categoria adulto:
- melhor direção, figurino, texto original e maquiagem - Anderson Bosh (espetáculo “Uma Moça da Cidade”, do grupo UBU);
- melhor sonoplastia - Júlio Queiroz (espetáculo “Eu Preciso que vocês me Escutem”);
- melhor ator - André Tristão (espetáculo “Eu Preciso que vocês me Escutem”);
- melhor iluminação - Espedito Di Montebranco (espetáculo “Eu Preciso que vocês me Escutem”);
- melhor cenografia - Fernando Lopes; (espetáculo “Como nascem as estrelas”, da Cia Teatro do Mundo);
- melhor atriz para Laura Santoro (espetáculo “Como nascem as estrelas”, da Cia Teatro do Mundo).
Categoria rua:
- melhor direção, figurino, melhor sonoplastia - (espetáculo O Que os Olhos Veem o Coração Sente?);
- melhor atriz - Monique Lopes (espetáculo O Que os Olhos Veem o Coração Sente?)
- melhor ator - Luiz Alberto (espetáculo O Que os Olhos Veem o Coração Sente?)
- melhor texto original e melhor cenografia - espetáculo “Miragens no Asfalto”, do Grupo Teatral Imaginário Maracangalha
O júri ainda concedeu 5 troféus de destaque aos seguintes artistas e grupos pelos seus trabalhos:
- Troféu destaque para Kelly Figueiredo e Leonardo de Castro, do Grupo Casa;
- Troféu destaque para Fábio Umeda, do Grupo Deslimites;
- Troféu destaque para Fernando Cruz, do Grupo Maracangalha;
- Troféu destaque para Edner Gustavo, integrante dos Grupos UBU e Fulano Di Tal.
OUTRAS HOMENAGENS
Na abertura da cerimônia de premiação, o primeiro troféu foi entregue por Espedito Di Montebranco à equipe da empresa Vaca Azul – Helton Perez e Hanna Chaves – em reconhecimento ao trabalho dedicado por anos no registro artístico em MS.
Em seguida foi a vez do professor e diretor teatral Roberto Figueiredo, homenageado do Prêmio, e que recentemente foi nomeado Superintendente de Cultura da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur) e que no ato representou a Secretária, Mara BethâniaGurgel. O professor Marcelo Fernandes, Pró-Reitor de Cultura, Extensão e Esportes da UFMS entregou o troféu ao homenageado.
"Em 3 dias nos embebedamos da arte teatral. Foi possível nos deliciar com peças infantis, adultas e a magia do teatro de rua. Discutir com diretores seus trabalhos, ouvir o processo de criação e sentir como a arte nos faz bem. O Prêmio Campo Grande de Teatro nos enche de prazer pois é a valorização e reconhecimento aos nossos talentos. Sim, é gostoso ouvir: o melhor espetáculo é....., a melhor atriz é ...., com aquele friozinho na barriga. Parabéns, Espedito Di Montebranco, parabéns Sectur e principalmente a este projeto e ao FOMTEATRO, tão importantes para a classe como teatral", celebrou o Figueiredo.
No evento também foram homenageados as artistas Roma Román e Beth Terras que também fizeram parte da curadoria e avaliação dos espetáculos ao lado de Marcilio Caetano e do ator global Ataide Arcoverde.
O evento ainda registrou a presença de Tom Conceição, coordenador do Curso de Teatro da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS e acadêmicos.
Ao fim da cerimônia de premiação, o idealizador do prêmio, Espedito Di Montebranco, lembrou da importância do Fomteatro e mencionou os criadores da lei de incentivo: Paulo Preché, Amirtes Menezes e Edson Profeta (in memoriam).
FINANCIAMENTO E HISTÓRICO DO PRÊMIO
O 2º Prêmio Campo Grande ao Teatro foi contemplado no edital de 2021 do Programa Municipal de Fomento ao Teatro (FOMTEATRO), tendo recebido R$ 95.647,00 da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) para a ação. O prêmio também teve o apoio da Universidade Federal do Estado (UFMS).
A 1ª edição ocorreu em 2021, restrita ao público em razão da pandemia de Covid-19. Desta vez, o público foi convidado ao concurso cultural e pode assistir as produções com entrada franca.