A 8ª edição da Pantalhaç@s – Mostra de Palhaç@s do Pantanal terá início nesta 4ª.feira, de 29 de maio e ocorre até 2 de junho em Campo Grande (MS).
Segundo os organizadores, ao longo dos quatro dias, as ruas e espaços artísticos da cidade vão receber 13 espetáculos, 3 oficinas e duas mesas redondas para debates sobre. Todas as apresentações e ações são gratuitas.
"A Pantalhaç@s surgiu no momento que os grupos de Campo Grande queriam dialogar sobre a palhaçaria. A gente juntou alguns grupos em uma mostra só de artistas locais que queriam estudar porque é caro sair para fazer curso. Na primeira edição, sob o título de 'Risada di Cena', reunimos só artistas locais e, de lá para cá, transformou, cresceu. Alguns artistas seguiram outro rumo e o Flor e Espinho e Circo do Mato deram continuidade e transformou isso tudo em 'Pantalhaç@s'. Primeiro a gente trouxe um artista da Bahia, João Lima, diretor de teatro e de circo, foi um evento mais tímido e, nos anos seguintes, captamos mais recursos e, hoje, chegamos a esta edição. Já trouxemos gente do México, Argentina, Peru, Uruguai”, contou um dos organizadores do evento e artista, Anderson Lima.
A mostra é organizada pelo Circo do Mato em conjunto com a Cia Flor e Espinho Teatro, tendo sido contemplada com R$ 225 mil do Fundo de Investimentos Culturais (FIC) de 2022, edital gerido pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), do Governo do Estado.
De acordo com os idealizadores, graças à Pantalhaç@s, Campo Grande se insere no circuito internacional dos festivais de palhaçaria. E são espaços públicos como o Teatro Aracy Balabanian e o Centro Cultural José Octávio Guizzo que serão os “picadeiros” para os palhaços do Centro-Oeste, de outras regiões do País e da Argentina apresentarem a magia da arte de encantar o público e produzir risos.
A Pantalhaç@s tem apresentações de Cami Basterra, da Argentina, Celeiro das Antas de Brasília/DF; Palhaça Maku, da Argentina; Circo Os Kaco, de Tocantins; Palhaça Mixirica, de Campo Grande; Du Cafundó, de Mato Grosso; Palhaço Muzzarela, do Rio de Janeiro; Cia LaClass Excêntricos de São Paulo, Cia TruPior e Cia Theastai da cidade de Dourados; Palhaço Ritalino, do Paraná; Circo Caramba e Damião e Cia, de São Paulo, e Naomi Silman, de São Paulo.
Além de trazer as famílias para perto da palhaçaria, a Mostra, em todas suas edições, oferece oportunidade de reciclagem e formação do artista; nesta serão 3 oficinas oferecidas ao público interessado. “A última edição, o Tomate [palhaço argentino] ministrou uma oficina de confecção com balões, a gente fez a palhasseata com um polvo gigante, uma escultura gigante feita de balões. Nesta edição, teremos a contribuição de duas palhaças de grande prestígio a nível mundial, posso dizer, duas palhaças que têm um trânsito internacional grande, além da oficina de Rafael Senna, Palhaçaria com Técnicas Teatrais, artistas que vão ministrar suas oficinas e apresentar os seus espetáculos. É mais uma oportunidade de aprofundamento no trabalho artístico, lembrando que apreciar os espetáculos, também contribui para este fim, assim, artistas locais e plateia se abastecem de arte e cultura”, detalhou a produtora cultural e uma das idealizadoras da mostra, Laila Pulchério.
"Agora, a gente também quer contemplar os fazedores e fazedoras, porque como teve a pandemia e todas as tribulações, com esse tempo todo parado, a gente entende que é importante reciclar, dialogar sobre as nossas técnicas e as estéticas. Então, terão mesas redondas, que vão falar sobre a pedagogia do riso, desse tempo da pandemia e o que isso provocou no trabalho artístico, também será discutido as formas de inserção no fazer e na produção artística, queremos ouvir o que os artistas pensam a respeito, debater os temas", completou.
Outro ponto alto desta edição é o espetáculo “O Concerto”, Palhaçaria para bebês da Cia Celeiro das Antas, de Brasília, que será apresentado no sábado (1º de junho), às 16h, no Centro Cultural José Octávio Guizzo. “Não tem desculpa para ficar em casa, tem programação para toda a família. Lembrando que os espetáculos para bebês, sejam peças de teatro ou a palhaçaria, são sempre uma experiência linda também para os pais”, avaliou Pulchério.
E para aqueles avessos à palhaçaria, Anderson explicou que o riso é um campo democrático e faz um convite especial. "Quem não é fã de palhaços, convido vir só para fazer um teste, porque palhaçaria é um universo muito plural e muitas vezes têm pessoas que se apropriam deste símbolo, pintando o rosto, colocando um figurinão colorido, saindo nas ruas e ‘gritando’, às vezes assustando as pessoas. E, não é porque tem o signo [cores e nariz vermelho] caracterizado no seu corpo, que é palhaço propriamente dito. Inclusive, na Pantalhaç@s a gente vai ter palhaços que não usam nariz, que não usa aquela maquiagem carregada, que é outro lugar”, provocou ele que, como bom artista e palhaço, não perde a oportunidade para tirar onda. “Depois da Pantalhaç@s, se continuar não gostando de palhaço, aí eu pago uma casquinha de sorvete", finalizou.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA MOSTRA 8ª PANTALHAÇ@S:
Acesse a programação também abaixo:
Quarta-feira (29 de maio)
- 8h às 12h - Oficina
- A Verdade do Palhaço: Palhaçaria com Técnicas Teatrais
- Rafael Senna (palhaço Muzzarela/Rio de Janeiro)
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
14h30h Brincante
- Palhaço Muzzarela (Rio de Janeiro/RJ)
- ETI Iracema Mª Vicente (R. Rotterdan, 2053 - B Rita Vieira)
16h30 Mixiriquinha
- Palhaça Mixirica (Campo Grande/MS)
- Sala Rubens Corrêa - Centro Cultural José Octávio Guizzo
19h30 - Abertura Oficial
20h:
- O Não-Lugar de Ágada Tchainik
- Naomi Silman – Lume Teatro (Campinas/SP)
- Teatro Aracy Balabanian
Quinta-feira (30 de maio)
9h30 às 12h30 - Oficina
- Vivência: A Beleza do Ridículo
- Com Naomi Silman (Campinhas/SP)
- Sala Conceição Ferreira - Centro Cultural José Octávio Guizzo
14h - Mesa Redonda
- Pedagogia do Riso E-book entrevista
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
17h - Pipockét Pernalhaça
- TruPior - Dourados/MS
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
18h - O Grande Salto
- Cia. Theastai - Dourados/MS
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
20h - Gran Cirque Brado
- Circo Caramba e Damião e Cia (Americana e Campinas/SP)
- Teatro Aracy Balabanian
Sexta-feira (31 de maio)
9h às 11h - Partitura Física para Palhaçxs - A Descoberta do Corpo Cômico
- Palhaça Maku Fanchulini (Buenos Aires/Argentina)
- Sala Conceição Ferreira - Centro Cultural José Octávio Guizzo
14h - Mesa 2 –
- O fazer artístico pós-pandemia e nos novos tempos (de inclusão)
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
17h - Kombinando com Cerrado
- Du Cafundó (Rondonópolis/MT)
- Teatro Aracy Balabanian
18h - Palhasseata
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
20h - Metro e Meio
- Palhaça Maku Fanchulini (Buenos Aires/Argentina)
- Teatro Aracy Balabanian
Sábado (1º de junho)
16h - O Concerto - Palhaçaria para bebês
- Celeiro das Antas / Zé Regino (Brasília/DF)
- Sala Rubens Corrêa - Centro Cultural José Octávio Guizzo
18h - O melhor show do Mundo... na minha opinião
- Palhaço Ritalino (Londrina/PR)
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
20h - Encontro - Cia LaClass Excêntricos (São Paulo /SP)
- Teatro Aracy Balabanian
Domingo (2 de junho)
16h - Kadulino, O Palhaço Corda Bamba
- Circo Os Kaco (Taquaruçu/TO)
- Centro Cultural José Octávio Guizzo
18h - Yo soy Américo
- Cami Basterra (Rosario/Argentina)
- Teatro Aracy Balabanian
20h - Encerramento – Cabaré
- Centro Cultural José Octávio Guizzo.
FINANCIAMENTO
Neste ano, a Mostra não é financiada pelo Fundo Municipal de Incentivos Culturais de Campo Grande (FMIC), o mais recorrente mecanismo de financiamento do projeto, devido ao calote da prefeita Adriane Lopes nos editais públicos culturais da cidade.
Apesar disso, a Mostra conseguiu ser contemplada com R$ 225.000,00 do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC-MS), da Fundação de Cultura (FCMS), lançado em 2022, mas que no entanto só foi pago no final de 2023. Eis a íntegra.
IMPACTO
Espetáculo com Pepe Ñunez - Espanha/Brasil - Teatro de Arena da Orla Morena 2018. Foto: Laila Pulchério
Na última edição, em 2019, participaram da Mostra 363 trabalhadores (artistas, equipe, oficineiros, participantes da palhasseata).
Ao todo, segundo a organização, a Mostra atinge um público médio de 9.857, seno: Oficinas (67 pessoas); Mesas de diálogos (70 pessoas); Espetáculos (7.650, estimado); Palhasseata (2.000, estimado) e Encerramento oficina de palhaço (70 pessoas).
Mais detalhes sobre os artistas que formam a programação e outras informações da mostra acesse o Instagram (@pantalhacos) ou o blog da Mostra https://pantalhacos.blogspot.com/.