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ESPETÁCULO TEATRAL

'As Preciosas' revelam verdadeiras autoras de contos de fadas

Espetáculo é inspirado no livro 'Na companhia de Bela: contos de fadas por autoras dos séculos XVII e VXIII'

Por ALY FREITAS • 20/03/2023 • 19:59

O Grupo Casa apresenta de 5ª.feira (23.mar) a domingo (26.mar) o espetáculo “As preciosas”, na Casa de Ensaio, em Campo Grande (MS). Serão duas sessões por dia, sempre às 19h e às 20h30. Os ingressos custam R$20 (inteira) ou R$10 (meia) e podem ser adquiridos AQUI.

Inspirado no livro ‘Na companhia de Bela: contos de fadas por autoras dos séculos XVII e VXIII’, das escritoras Cassia Leslie, Roberta Asse e Susana Ventura, o espetáculo foi contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro – FOMTEATRO 2021, tem classificação livre, dramaturgia e direção de Lígia Prieto, direção musical de Sofia Basso e direção de arte de Raphael Henrique.  

Ao TeatrineTV, Ligia contou que se encantou pela história das Preciosas após ter ganho o livro de presente, durante a pandemia. “O que mais me encantou no livro e me conectou, foi conhecer essas mulheres que tinham escrito contos que, depois, homens assinaram como se fossem deles. Eu, enquanto mulher artista já vivenciei isso muitas vezes, de homens levarem os louros de um trabalho meu. Quando eu me conectei a isso, pensei: É preciso falar disso! Nenhum homem pode tomar o que foi uma mulher que criou. O meu desejo principal com essa obra é ampliar o lugar de criação das mulheres”, introduziu.

Na peça, escrita e dirigida por Lígia, três funcionárias da máquina do tempo da humanidade (Kelly Figueiredo, Lívia Lopes e Renata Cáceres) buscam sincronizar a consciência humana com o período cronológico histórico. Neste processo, surgem ‘As Preciosas’: escritoras de Contos de Fadas que foram esquecidas, dadas como anônimas ou que tiveram suas histórias assinadas por homens entre os séculos XVII e XVIII.

A dramaturga explicou que o espetáculo faz uma brincadeira atemporal ao abordar a liberdade na criação de mulheres artistas, percorrendo suas trajetórias junto da história da humanidade. “Infelizmente isso ainda é contemporâneo, então a gente precisa continuar lutando e falando sobre isso, sobre a potência delas diante da própria criação, do domínio delas diante da própria criação, da nomeação a elas diante da própria criação”, esclareceu.

Para contar essa história, Lígia chegou a se imaginar palco, mas no decorrer do processo, sentiu que seu lugar não seria na cena e sim em pontos bem específicos, relacionados à criação do espetáculo. “Eu li esse livro em abril de 2020 e desejei fazer ele enquanto atriz. Seria eu e Kelly, minha sócia, em cena. Uma atriz e uma palhaça, discutindo, brincando, trazendo essa história, dessas mulheres. No decorrer do processo, conforme fui escrevendo a dramaturgia, eu percebi que não tinha como ser duas atrizes, precisavam ser três. Depois eu percebi, também, que não tinha como eu estar em cena, que eu precisava estar, de fato, na dramaturgia e na direção”, explicou.

Ao longo do projeto, surgiram alguns imprevistos que, de certa forma, ajudaram a obra a tomar forma. Das três atrizes que estavam em processo de ensaios, duas precisaram se afastar, o que, segundo a diretora, levou à escolha de Lívia Lopes e Renata Cáceres, que nunca haviam trabalhado com o Grupo Casa.

“Quando me veio a Lívia e a Renata, eu pensei: como que eu não convidei essas meninas antes? Essas mulheres, elas são maravilhosas! A Lívia que é da dança, a Renata é mais do circo. Quando a gente se depara com uma cena que tem uma atriz que vem do circo, uma atriz que vem do teatro e uma atriz que vem da dança, a gente consegue entender as possibilidades que a gente tem. Pra mim, o elenco é perfeito” exaltou.

Além das atrizes em seu primeiro trabalho com o grupo, o projeto conta, também, com outros profissionais trabalhando no teatro pela primeira vez. Entre eles, estão profissionais da direção de arte, figurino e música, que vieram de experiências no audiovisual.

Ao todo, se passaram três anos desde o início do projeto. Destes, seis meses de trabalho foram focados no edital, resultando no espetáculo de 45 minutos de duração e cerca de oito horas de montagem. Nesta temporada, todas as apresentações acontecerão na Casa de Ensaio, parceria que, segundo Lígia, acolheu a equipe e o projeto. “É uma peça que não dá pra apresentar em qualquer lugar. Precisa ter, no mínimo, oito horas disponíveis para montagem. Até agora, tudo foi feito na Casa de Ensaio: montagem, confecção de cenário e ainda teremos as apresentações”.

AS APRESENTAÇÕES

Quem for à Casa de Ensaio para assistir a uma das oito apresentações dessa temporada, precisa adquirir os ingressos pelo Sympla e chegar ao menos 15 minutos antes do início do espetáculo. Dos quarenta lugares disponíveis a cada sessão, 10% são destinados a pessoas surdas, que terão intérprete de LIBRAS à disposição. Além disso, outros 10% dos ingressos são reservados à SECTUR, como contrapartida obrigatória prevista em edital.

Após a apresentação das 20h30 do sábado, a equipe fará uma bate-papo sobre criação e no domingo, a conversa será sobre literatura, com a presença de Susana Ventura, uma das autoras do livro que inspirou o espetáculo.

‘As Preciosas’ faz parte do projeto “Mulheres em Cena – Manutenção do Grupo Casa”, contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro – FOMTEATRO 2021, em parceria com o SESC e com a União Brasileira dos Escritores (UBE-MS). Outras ações relacionadas ao projeto podem ser acessadas AQUI.

SERVIÇO

A Casa de Ensaio fica na Rua Visconde de Taunay, 203, esquina com a Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (MS).

Mais informações podem ser obtidas no Instagram do Grupo Casa.


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