O Grupo Casa celebra nesta 4ª.feira (14.mar.24) dez anos de atividade em Campo Grande (MS).
A companhia fundada e gerida por Ligia Tristão Prieto tem raízes no teatro, palhaçaria, poesia, cinema e literatura.
Ligia é escritora, atriz e poeta, formada em psicanálise e gestão cultural, mestranda em Artes Cênicas com 23 anos de carreira artística.
Conforme a fundadora, desde 2014 o Grupo Casa já realizou mais de 40 espetáculos, formou ao menos mil alunos e participou de cerca de 20 festivais.
Ao longo da última década, o ‘Casa’ também organizou mostras teatrais para crianças e educadores, bem como seminários, encontros de pesquisa e intercâmbios com artistas de outros estados.
Atualmente o coletivo conta com onze integrantes diretos: Ligia Prieto, Erika Oelke, Leonardo de Medeiros, Leonardo de Castro, Ana Lúcia Serrou, Isabela Lopes, Fernando Averaldo, Gabriella Thais, Jaqueline Araújo, Jéssica Santos e Lethicia Rodrigues.
A equipe total à frente do ‘Casa’, entretanto, é de ao menos 55 pessoas considerando as pessoas que atuam em projetos pontuais.
COMO SURGIU O GRUPO CASA
Em entrevista ao TeatrineTV, Ligia Prieto revelou que o ‘Grupo Casa’ surgiu da relação da sua mãe, Nildes Maria das Graças Tristão Prieto, com a arte.
"‘O Casa’ nasce a partir de um lugar de construção da minha mãe – da vida e da obra que ela existiu na poesia, a partir do surgimento da ‘Casa da Poesia’ – e ele nasce dessa urgência, inclusive, de que as pessoas possam se entender como artistas, ter um espaço de criação e consigam a partir daí se experimentar, se experienciar e levar para o mundo suas criações. Isso é muito legal, se a gente olha hoje, inclusive há muitos artistas da cidade que passaram pelo ‘Casa’. Na verdade, mais de 1 mil pessoas já passaram enquanto alunos do ‘Casa’”, introduziu.
‘A DÉCADA DO CASA’
Ao analisar a década do coletivo, Ligia disse que consegue dividir os desafios em três momentos. "Esses dez anos me marcam enquanto gestora da Companhia, três períodos, muito nítidos para mim: a fase inicial do Casa – uma fase em que a gente não entendia ainda o que era um coletivo e onde finalizava a singularidade e começava o coletivo. Havia uma imposição do que é o coletivo em cima das singularidades. Aí a gente passa, uma fase da primeira infância, onde a gente termina e onde começa o outro, né? Nesse momento dos bebês, eu acho que esse foi o momento do nascimento ali do Casa, que fica ali uns bons anos iniciais para a gente conseguir entender, onde é que termina a singularidade de um indivíduo ali dentro e onde começa o objetivo do coletivo, o funcionamento do coletivo. Aí a gente passa por uma fase de transição muito radical, onde muitas pessoas saem, onde a equipe se reformula, onde a gente tem novas possibilidades de construção, e onde a gente começa então a definir nossos valores, objetivos e desejos de forma mais estruturada, mais consistente. E aí a gente chega nessa fase que estamos agora, que acho que é uma fase mais adulta, onde a gente consegue entender onde termina a individualidade e a singularidade de cada indivíduo ali dentro, e a gente começa a perceber onde começa o coletivo e entende que o coletivo é formado por singularidades, que quanto mais respeitadas forem, mais potentes são".
A fundadora ressaltou que a década possibilitou ao coletivo a descobertas que projetarão um futuro promissor. "Acho que o movimento mais importante desses 10 anos é a gente se entender enquanto um coletivo de artistas independentes, onde todo mundo tem suas criações, seus desejos, e o Grupo Casa é esse lugar, esse espaço onde todas essas ideias se encontram e a gente busca realizar todas elas. E pensando nesse ponto específico em que a gente assume de verdade, mais ainda, a literatura, a poesia e o cinema como também pilares do Casa, além de somente o teatro. A partir de agora nós começamos uma nova história, onde temos vários pilares, os valores estabelecidos, nossa missão e visão estabelecidas, para a gente se entender como um coletivo de movimento e ação".
O CASA DE HOJE
Ligia definiu o ‘Grupo Casa’ hoje como um coletivo de artistas independentes, unidos por buscas coletivas, se valendo e respeitando a individualidade. "É um espaço ideológico e físico para artistas se reunirem, criarem juntos e fortalecerem a arte. Sua missão inclui a luta pela equidade de gênero, diversidade e ampliação de possibilidades artísticas", esclareceu.
Foi trabalhando no equilíbrio do individual com o coletivo que Ligia conquistou avanços à frente do Grupo Casa. "Todo mundo ali tem seu CNPJ e projetos individuais. A partir de 2024 a gente consegue fazer com que a Casa não tenha apenas projetos com dramaturgias ou direções assinados por mim, não, a gente tem outros projetos em funcionamento, agora com foco ainda maior. Por exemplo, a gente está buscando apoio para um documentário que tenha a dramaturgia e o roteiro da Gabriella Thais, então a gente vai cada hora percorrendo um espaço. A gente consegue agora dialogar numa mesa de propostas, de ideias e construções e isso é um lugar muito potente”, disse.
Além de ser um coletivo de diversas artes da cena, o Grupo Casa hoje também ingressou no mercado de editoração de livros e produção de filmes. "Hoje a Casa é também, de forma muito estruturada, uma editora e uma produtora audiovisual. A gente tem trabalhado e conseguido construir nossos filmes e a gente tem lançado nossos livros, e isso vale para todo mundo. A gente agora está preparando uma coletânea dos alunos, a gente está preparando publicação de outras pessoas ali dentro, de todo mundo que tem várias dramaturgias escritas. Então, a editora vai também servir para que esse coletivo consiga fazer suas publicações, consiga fazer seus registros de pesquisas. E também é aberto para quem quiser dizer algo para o mundo, também a editora do Grupo Casa segue aberta", convocou Ligia.
"Hoje, o ‘Casa’ é formado por onze artistas da cena, artistas-pesquisadores, que escrevem, que dão aula, a gente tem hoje sete, oito professores diferentes, que conseguem conduzir suas pesquisas também nesse lugar pedagógico. A partir de uma escuta da criação, a partir de um desenvolvimento afetuoso, de todas as áreas da Casa, a gente segue hoje impondo, principalmente, o lugar do respeito. Aí, a Casa tem como valores: a escuta, a criação, o afeto e a diversidade. Então, é um espaço para todo mundo, é um espaço que cabe todo mundo, um espaço para a gente conseguir construir coletivamente respeitando muito as individualidades. Nesse processo de dez anos, entendo que um coletivo é formado de singularidades e são as pessoas que formam esse coletivo, e não o coletivo que forma essas pessoas", anotou Ligia.
Também é um diferencial do grupo, a setorização, com equipes dedicadas a cada área específica. “Tem a equipe de venda de espetáculos e projetos, a equipe de criação, a equipe de marketing, a gente tem a equipe pedagógica... Essa setorização a gente pensa assim: nossa, que chatice! Mas na verdade, tem pessoas repetidas em cada setor. Mas é só para a gente conseguir perceber que o teatro não é simplesmente entrar em cena e fazer teatro. A gente precisa fazer todo um caminho e sustentação burocrática de consistência para que isso tudo funcione”, pontuou Ligia.
'ESPAÇO DE ARTE SEGURO'
Ao longo da entrevista, Ligia citou diversas vezes a importância de o agente cultural se qualificar para promover ações culturais mais seguras. “A gente tem um processo de construção, que para mim foi um processo de desenvolvimento. Hoje, falar até parece fácil, mas aprender tudo isso na prática, no estudo, na teoria, na técnica, enfim, foram duas especializações no estado da cena e agora o mestrado”, observou.
Na opinião de Ligia, para conquistar um espaço seguro é preciso torná-lo primeiramente diverso. "Hoje eu vejo o Casa como esse espaço que é muito precioso. É um espaço que eu desejo para mim e para todo mundo. Um lugar seguro para nossas criações. Um lugar seguro para a gente ser quem a gente é. Um lugar onde a gente possa ser respeitado por sermos quem somos. A maioria das pessoas que fazem parte do Coletivo são mulheres, né? E são pessoas LGBTs. E a gente tem essa diversidade bastante incluída mesmo, aliás acho que a gente só tem dois homens héteros e brancos na Companhia. E são onze pessoas que circulam suas pesquisas e construções. E isso, acho que é fundamental porque a gente consegue assumir o que a gente está lidando enquanto missão, que é ampliar, lutar pela equidade de gênero na criação e lutar por uma diversidade de artistas da cena. Então, hoje a Casa é formada por uma pluralidade de pessoas e isso faz com que a gente consiga enxergar melhor para nosso coletivo e uns para os outros”.
Tão grande é o trabalho para formar esse espaço seguro aos alunos, que muitas vezes Ligia pensou em desistir. “Pensando inclusive aqui em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, um estado é uma cidade completamente atrasada, digo, né? Machista, misógina! Que não quer ouvir a mulher. Que não vai até o Casa porque sabe que vai ter muito mais mulheres do que homens ali dentro e a gente ainda tem uma classe artística dominada por homens nos lugares de fala, por homens que representam e falam, os ‘mestres do teatro’, enfim, já é uma coisa antiga, cansativa. Então, a gente tem um caminho muito longo para percorrer e eu te digo que em muitos momentos, eu pensei em desistir, se não todos os dias, mas quando eu olhava para as pessoas que estavam ali, quando eu olho para todos os alunos que passaram por nós e estão com gente hoje, as crianças, a turma do grupo Casinha eu ficava: não, a gente pode construir uma nova história, pode construir uma nova história, então vamos seguir tentando construir. Porque hoje a gente vive numa cidade em que a gente lida com assédio, abusos todos os dias, a gente lida com opressões todos os dias, e isso faz com que a gente ainda insista em manter um espaço acolhedor e seguro, principalmente para mulheres, pessoas negras, para pessoas LGBTs. E aí a gente fica prezando por um espaço carinhoso e seguro, e isso dá muito trabalho”.
Apesar dos obstáculos sociais, a diretora disse acreditar que o projeto tem conseguido ser alternativa segura à arte e apelou por mais espaços. "Eu vejo hoje que a Casa vive numa pequena bolha segura para que a gente consiga crescer e se desenvolver sem tantos ataques, sabe? Assim, diretos. Eu vejo que isso tem funcionado até certo ponto. Acho que a gente precisa ter mais espaços seguros. Fazer teatro numa cidade tão conservadora, onde todo mundo não sabe o que é arte e cultura, onde a gente não consegue ter uma consciência do que é o alimento artístico, um consumo da arte, uma valorização da arte, eu acho que a gente precisa se construir coletivamente mesmo, e conseguir se encontrar e lutar por aquilo que a gente acredita”.
'ALGUNS DE CASA'
Gabriella Thais, de 25 anos, pós-graduanda em Docência no ensino do Teatro, teve seu primeiro contato com o Grupo Casa aos 15 anos. "Eu entrei na Casa como aluna na primeira turma, tinha uns 15 anos na época, estava no ensino médio e parei quando entrei na faculdade. Voltei para a Casa em 2022, novamente como aluna. Se eu pudesse resumir minha experiência com a Casa em uma palavra, seria gratidão. Me sinto extremamente grata pelo meu caminho de início e volta na Casa, a Lígia sempre me recebeu de braços abertos, com muita escuta e carinho. Hoje faço parte da equipe da Casa, como atriz, professora, produtora, head de vendas", declarou.
Ao longo da juventude, além de se desenvolver artisticamente, Gabriella diz que foi acolhida ao ser vítima de um relacionamento abusivo. "Meu coração mora na Casa, me sinto acolhida, me sinto em um lugar seguro onde consigo ser quem eu sou e consigo crescer com a arte. Quando eu voltei para a Casa, estava saindo de um relacionamento abusivo de seis anos e precisei de medida protetiva para conseguir sair dele e aqui na Casa eu tive o acolhimento que lá fora eu não estava tendo. As pessoas daqui me deram força para continuar, me seguraram em um dos momentos em que estive mais perdida. Eles sempre estiveram do meu lado. E eu só posso agradecer esses 10 anos de muita alegria, força e resistência", considerou a integrante do coletivo.
O ator e produtor, Leonardo de Medeiros, de 26 anos, explicou que chegou no segundo semestre de 2015 ao coletivo e que no coletivo conseguiu encontrar mais que um local seguro. “O Casa, para mim, faz parte de um encontro, onde encontro um lugar seguro para criação, onde consigo trazer meus desejos e partilhas e fortalecer o desejo dos nossos pares. O Casa é realmente nosso ponto casa, nosso ponto de encontro a partir da escuta, do olhar para os caminhos possíveis de sonhar os meus sonhos e os sonhos alheios e aí que está a diferença do singular que nos torna plural enquanto coletivo. São 10 anos e sigo hoje ainda acreditando que temos um lugar seguro para criações e além de seguro hoje um espaço com afeto, carinho e amor. Pois só assim será possível espalhar arte para o mundo", definiu.
Leonardo de Castro, de 31 anos, licenciado em Artes Cênicas (UEMS), Mestre em Educação (UFMS) e Pós-Graduando em Teatro e Educação (IFNMG), lembrou coomo sua entrada no Grupo Casa há 7 anos. "A Casa começou a entrar na minha vida em 2017 com apresentações da 'Turma do Bagacinho' em que fui convidado como ator/sonoplasta para ajudar na sonoplastia dos espetáculos. Em 2018 convidei a Ligia Prieto para ser diretora do espetáculo 'Crema', do qual sou dramaturgo, montando a peça com a Nilcieni Maciel e a Nathália Maluf. Esse contato nos aproximou ainda mais fortalecendo o desejo de fazer parte do grupo. Neste mesmo ano fui convidado para atuar no espetáculo 'A Borboleta Mais Velha do Mundo', escrito e dirigido pela Ligia, o que foi meu convite definitivo para entrar na Casa. Daí pude ser mais diretamente dirigido pela Ligia, experimentando um outro lugar, uma outra escuta, um outro preparo para meus sentimentos enquanto ator", reviveu.
Para Castro, desde então ele tem vivenciado um momento ímpar em sua carreira. "De lá até aqui, pude experimentar uma relação diferente das que já havia experimentado. O Grupo Casa possui uma filosofia de escuta e acolhimento que fortalece quem se aproxima e nos revela os pontos primordiais para o nosso crescimento enquanto pessoas e, portanto, enquanto artistas. Pude experimentar um lugar de escuta maior e com mais troca, um espaço não só de respeito às ideias, mas também à criação e à potencialidade de cada um", detalhou.
No Grupo Casa, Castro tem grande destaque ocupando funções de Diretor Musical, professor, dramaturgo, projetista, sonoplasta e ator. Ele apostou que o grande diferencial do Casa em relação ao demais grupos que já trabalhou, é a seriedade no que tange o afeto e colhimento. "Fico muito feliz em dizer, sentir e escrever o quanto o Grupo Casa é seguro afetivamente. Existe uma preocupação enorme com a humanidade de cada integrante, com o respeito e com a ética no ambiente de trabalho e na criação. Todos os nossos produtos, espetáculos, workshops e produções são pensados de modo a abrilhantar o que há de melhor no ser humano, em cada criador. Talvez por isso eu, que já trabalhei com diversos outros grupos, tenha me sentido tão em casa. O respeito é levado muito à sério, não deixando espaço para toxidades nas relações, por menores que possam parecer ser, inclusive com todos aqueles que se aproximam de nós com desejo de vida, afinal de contas, Teatro é sobre vida, sobre relações humanas, sobre como podemos nos potencializar sendo quem somos e crescendo com quem estamos".
A bióloga, Thais de Andrade Farias Rodrigues, de 39 anos, compartilhou que sua filha, Talita, teve o primeiro contato com o Grupo Casa aos 4 anos e até hoje, com 12 anos, segue no coletivo. "Talita conheceu o Grupo Casa com 4 anos quando foi chamada para subir ao palco pela primeira durante uma apresentação do grupo no Shopping Bosque dos Ipês e, desde então, nunca mais desceu. Brincamos que ela tem mais tempo comigo e com a Ligia juntas do que só comigo. Ela é um pouquinho da Ligia também. Foi um encontro de almas e é lindo ver como ela se sente em casa, a vontade para dizer o que pensa, o que sente e transformar tudo isso em texto e cena, sem medo de estar errada ou de ser boba", externou.
Ainda segundo a mãe, Talitadescobriu no teatro maneiras de superar diversos desafios da infância e agora da adolescência. “É no teatro que ela se sente livre para ser quem ela realmente é. Desde que ela entrou, já passamos por muitas fases do crescimento. Teve medo de monstro, que a fez trocar o personagem de uma peça, porque estava muito difícil ser um deles, teve princesa, teve Bailarina, teve choro, teve despedidas. A evolução e o amadurecimento dela é nítido não só para mim, que sou mãe coruja assumida, mas para as pessoas que trabalham ou que dão aulas para ela. Apesar de eu apoiá-la, a escolha de permanecer no curso é dela, que diz que quer fazer isso a vida toda”, acrescentou.
O CASA EM 2024
Ainda segundo Ligia Prieto, o ano do Grupo Casa está ‘cheio de coisas’. “Temos os workshops livres, que começam agora, provavelmente em abril, que são os workshops de poesia, de dramaturgia e de modelo. A gente tem também as aulas fixas, que são cinco turmas fixas de teatro, a partir de dois anos de idade: a Turma Passarinho, a Turma Borboleta, a Turma Desafio, a Turma Vivências I e a Turma Vivências II, que é para maiores de 50 anos. Todas essas turmas estão fazendo seus enfrentamentos, suas pesquisas, suas construções e passam por três processos: a leitura em cena, o texto em cena e a montagem. Então, no segundo semestre desse ano a gente vai ter várias montagens de todas as turmas e a gente vai poder acompanhar isso de pertinho", adiantou.
Além disso, Ligia disse que o Casa segue com os festivais de grande impacto cultural na cidade. “O ETECA, por exemplo, que é nosso festival mais importante, e a gente segue também com o PEC – projeto em cena – que é uma pesquisa que eu dirigi, de senhoras, já tem sete anos. Então, muitos projetos continuam firmes, fixos, e novos projetos estão surgindo”.
"A Casa hoje tem setenta alunos. Temos uma programação extensa. O espaço está sendo aberto para outros tipos de trocas, por exemplo, nesta última semana fizemos o 1º Casa Cult, que também é uma novidade desses dez anos, fazer nossos encontros Casa Cult, que são espaços para pesquisas e debates, discussões políticas e sociais sobre a existência da arte. Tivemos o 1º, que foi o Mulheres em Cena, que foi muito potente. Teve poesia, música, dança, teatro, performance e uma discussão político-social sobre a existência da arte e qual é o objetivo filosófico e revolucionário que ela nos aponta. Foi muito emocionante, então já temos o próximo Casa Cult, que será na próxima sexta-feira, e assim seguimos com uma programação recheada, pensando nesse lugar, discutindo território, discutindo ferramentas, discutindo dispositivos para que possamos viver da nossa arte e fazer com que ela seja possível, mesmo numa cidade, num estado que não entendem a arte como uma profissão, como um dispositivo de revolução, de amor, de afeto, de encontro".