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Artes Cênicas

#CPIdoSertanejo: Em MS, Jads & Jadson e Michel Teló levam R$ 700 mil

Por TERO QUEIROZ • 27/05/2022 • 19:31

A tag #cpidoSertanejo foi amplamente repercutida por usuários do twitter nos últimos dias. Adiantamos aqui no TeatrineTV a sangria que essas as contratações diretas para shows sertanejos, que esvaziam os cofres da Cultura em estados e municípios.

A sugestão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é para que se investigue o uso de dinheiro público para a contratação de shows dos artistas do sertanejo por prefeituras do interior. 

O assunto ganhou notoriedade após Zé Neto, da dupla Zé Neto e Cristiano, atacar artistas que se usam da Lei Rouanet: mecanismo legal que abate impostos de empresários que financiarem apresentações artísticas. 

COMO É A LEI ROUANET?

A Lei Rouanet, funciona assim: ao invés de o empresário pagar "todo valor que deve em impostos para a União", ele pode destinar uma porcentagem para ações culturais. Isso é, uma verba usada para uma promoção cultural às pessoas (movimentação clara e Constitucional).

Para conseguir o apoio via Lei Rouanet, o artista solicita a Secretaria Especial de Cultura uma aprovação de seu projeto cultural. Na secretaria será avaliado como o artista vai gastar, seguindo um cronograma, tudo bem detalhado. Se aprovado o projeto na Secretaria, o artista ganhara uma "carta de crédito" no valor de seu projeto. Tal documento permitirá ao artista procurar empresários interessados em "patrociná-lo", esse trabalho de campo é por conta dos artistas interessados.  Certo, essa é o mecanismo de patrocínio via Leia Rouanet, que é frequentemente atacado por bolsonaristas.

CONTRATAÇÕES DIRETAS (TERMOS DE PARCERIA)

No caso dos pagamentos feitos às duplas sertanejas, porém, não existe tanta transparência quanto no trâmite da Rouanet. Os acordos para essas contratações ocorrem nos gabinetes, de maneira direta, muitas vezes o artista é representado por "representante" do CNPJ.

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e os municípios por todo o Brasil se valem da chamada 'inexigibilidade' de licitação - (por se tratar de algo único, exclusivo), para fazer as contratações diretas.

É por esse canal que a indústria sertaneja tem sangrado os cofres da Cultura ao longo dos anos, o que ganhou maior força nos últimos 4 anos, quando a maioria das cidades de pequeno porte do País passaram a fazer essas contratações diretas em grande quantidade, pois, nesses lugares, se chama menos a atenção de órgãos de investigação.  

PAVIO

O cantor bolsonarista que atacou colegas da música apenas com sua opinião.

As atenções só foram voltadas para esse "modus operandi" da indústria do sertanejo, após o cantor bolsonarista Zé Neto, da dupla com Cristiano, iniciar ataques e críticas aos artistas que já fizeram ou fazem uso da Lei Rouanet. Em vídeos na internet, Zé Neto, se vangloriou por não ter necessidade de usar tal Lei, dando alfinetadas na estrela mundial do Pop Anitta. Na compreensão de Zé Neto, quem paga seus shows são "o povo". E de fato é, mas não por meio de ingressos, como ele vinha sustentando.

Os ataques de Zé Neto desencadearam revelações de cachês milionários pagos a cantores sertanejos por prefeituras de cidades pequenas. O cantor bolsonarista que atacou colegas da música apenas com sua opinião, não apresentando nenhuma evidência, acabou sendo rebatido com cópias de extratos em diários oficiais que contabilizam repasses milionários aos sertanejos em ano de eleição. 

SERTANEJOS EM MS 

Nos já adiantamos a farra que é as contratações diretas na Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, quando se trata de shows sertanejos.

No diário oficial de MS e até mesmo em diários municipais, a cada nova edição é fácil encontrar as cifras milionárias sendo pagas para shows sertanejos. 

A cidade de Jateí (MS), por exemplo, contratou o cantor sertanejo Michel Teló com inexigibilidade de licitação, por R$ 250 mil para um show. O aviso foi publicado no Diário Oficial da União da sexta-feira (20.mai.22). Teló vai deverá se apresentar no dia 1º de julho durante a 45ª Festa da Fogueira, conforme documento assinado pelo prefeito Eraldo Jorge Leite. (A ÍNTEGRA)

Antes de ir para Jateí, Teló foi contratado para um show no Festival América do Sul Pantanal, que aconteceu ontem (26.mai). Para ocasião, o artista ganhou mais R$ 213.000,00 (duzentos e treze mil reais) correspondente ao preço de 1h30 de show musical. (A ÍNTEGRA). Dessa vez, pago pelo cofre de Cultura do estado.  

No mesmo Festival em que Teló se apresentou, tocará às 22h deste desta sexta-feira, 27 de maio, a banda Atitude 67, representados pela A Atitude 67 Produções Artísticas LTDA. Mesmo sendo uma banda, formada por 6 integrantes, apenas por ser do gênero 'Pop' o cachê da banda nacional é de e R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), para também tocar 1h30 no Fasp. (A ÍNTEGRA).

A dupla Jads e Jadson foi outra contratada de maneira direta pela FCMS que faturou R$ 240 mil em dois shows em MS. (A ÍNTEGRA). No mesmo mês, "Jads e Jadson" levou mais R$ 120 mil para realizar um show na Expocam, em Camapuã (MS). (A ÍNTEGRA).

Se considerar apenas as apresentações de Jads e Jadson e Michel Teló, foram gastos R$ 703 mil dos cofres da Cultura com shows sertanejos em um mesmo mês.  


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Tags: #arte, #compartilhetetarineTV, #TeatrineTV

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