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Mostra Cerrado Abierto

'Mostra Cerrado Abierto' leva cultura infantil de 3 países ao parque

Evento cultural nesta edição é voltado para a 1ª infância e os familiares

Por TERO QUEIROZ • 31/08/2023 • 06:19

Propostas culturais brasileiras, da França e da Espanha compõem a programação da 4ª edição da ‘Mostra Cerrado Abierto’, que acontece de 1º a 3 de setembro no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande (MS). Veja as atrações abaixo.

O evento cultural nesta edição é voltado para a 1ª infância e os familiares: “A gente pensou em ter um foco especial para as infâncias, porque a gente tem tido experiências em outros lugares onde a gente atua também, com apresentações e trabalhos de dança para crianças. A gente percebe, que existe uma carência grande de produções artísticas para essa faixa etária, principalmente da 1ª  infância”, introduziu Renata Leoni, produtora da Arado Cultural, proponente do evento.

O Cerrado Abierto teve sua 1ª edição em 2016, a 2ª edição em 2018 e a 3ª em 2021. Na época das três primeiras edições, a mostra era mais focada em ‘Danças Contemporâneas’ com ideia de conectar as produções locais com produções de outras cidades do bioma Cerrado e com países da fronteira com o Mato Grosso do Sul. Nessa 4ª, no entanto, foram aceitas propostas de diversas linguagens artísticas. “Nessa edição em especial não é uma mostra exclusiva de dança, nem de teatro, a gente estava aceitando várias propostas de diversas linguagens artísticas, inclusive de trabalhos híbridos”, detalhou Leoni.​

Essa é Renata Leoni. Foto: Redes
Essa é Renata Leoni. Foto: Redes

Outro diferencial dessa edição é a presença de propostas culturais infantis oriundas do continente europeu. “Foi sendo ampliado, tivemos participação de grupos da Argentina e na última edição tivemos participação de grupos da Espanha. Então, tem essa ideia de abrir as fronteiras e conectar o nosso local, que é o Cerrado, que faz essa menção do fechado [em espanhol] e abierto, aberto, né? O Cerrado também com menção ao bioma. Então, é com essa ideia de fazer conexões da produção local, com a produção brasileira e internacional”, esclareceu.  

A 4ª edição tem o tema “Fazendo Arte com crianças, de ontem, de hoje e de amanhã”, visando promover a fruição de espetáculos de diversas linguagens criados especialmente para as infâncias, proporcionando ações formativas para crianças. E, com isso, sensibilizar e conscientizar os tutores e a sociedade em geral sobre a relevância da arte e da cultura para o desenvolvimento sensível e cognitivo do público infantil.

Há 4 edições o Parque nos Altos da Avenida Afonso Pena é o ponto de realização do Cerrado Abierto. Leoni avaliou que o local sintetiza a proposta do Arado Cultural. “O Parque das Nações Indígenas é esse símbolo que a gente considera para ilustrar bem o que é o Cerrado, o Cerrado Abierto, com aquela vegetação, com toda aquela pujança, com os animais, enfim, com tudo que tem ali. Com a ocupação que a população tem, que faz uso do Parque. E ainda assim, precisa cada vez mais ser ocupado, utilizado, ser valorizado. E não é a primeira vez que a gente vai fazer a mostra lá, todas as outras edições ocorreram ali, mas a gente ocupou o espaço do Museu de Arte Contemporânea, da Concha Acústica e em alguns espaços abertos”, considerou.

Diante disso, fauna, flora, meio ambiente e povos originários estão entre os temas centrais das propostas culturais escolhidas.  “Nessa mostra em especial vamos levar para os espaços abertos. Também porque tem a ver com a temática, que os trabalhos que priorizamos foram os que tinham pesquisa, de alguma maneira, sobre os temas: a fauna e flora, o meio ambiente e os povos originários. Então, essas temáticas que nortearam as curadoras a escolherem os trabalhos”, adiantou Leoni.

Esta edição do Cerrado Abierto está sendo mais modesta, segundo Leoni, porque o edital público no qual o projeto foi contemplado, o Fundo Municipal de Investimentos Culturais (FMIC/2021), da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), tinha um teto que limitou a propulsão do projeto que crescia ano a ano. “Todo ano a gente inscreve projetos para captar recursos para fazer novas edições. E aí a gente tinha o edital do FMIC aberto e era um edital que tinha um limite de recursos, que era de até no máximo R$ 100 mil. E aí a gente resolveu fazer uma mostra com uma característica diferente das anteriores, né? A cada ano ela vem ganhando corpo, ganhando em quantidade de atrações, número de dias de mostra... como o recurso não era muito grande, a gente resolveu fazer uma mostra um pouco mais modesta, são só três dias, apesar de a gente ter umas ações em todo o mês de agosto, aos finais de semanas, que são os espaços brincantes”, contou. 

Apesar de agradecer a Sectur e a prefeitura de Campo Grande, Leoni lamentou a inconsistência do lançamento do FMIC, considerado por ela um mecanismo essencial para promoção cultural na cidade.  “Esses editais são importantíssimos para a gente continuar mantendo a produção na Capital, principalmente. É uma pena que eles não tenham uma periodicidade fixa. Por exemplo, esse ano a gente não teve ainda. Esse edital que a gente teve é de 2021. Sempre demora muito para sair o recurso e acaba que os editais são bienais, né? Mas ele ainda é um recurso que a gente tem e que não podemos deixar de cobrar os órgãos públicos, que eles mantenham o edital, porque é por meio dele que a gente consegue realizar as produções. Infelizmente, a gente ainda não tem condição de bancar as nossas produções e que haja retorno. Quer dizer, que o público  consuma e pague pela produção cultural local ou mesmo não local. Então, é um caminho ainda a ser trilhado, mas a gente insiste que esse é um recurso que é muito bem-vindo e a gente agradece sempre que é possível realizá-lo por meio do FMIC”.  Além do FMIC a proposta de Leoni recebeu o apoio cultural do SESC e Fecomércio MS.

A produtora completou celebrando a 4ª edição do evento cultural e o processo de seleção. “A gente está muito animado com essa edição do Cerrado Abierto para as infâncias, está sendo uma delícia construir esse projeto, essa produção. A parte de análise foi muito interessante, a gente recebeu coisas muito bacanas, que teve um trabalho criterioso e minucioso das curadoras. Uma pena que a gente não pôde acolher mais propostas”, completou.  

PROGRAMAÇÃO

Foram selecionados as seguintes propostas para realização de oficinas:

  • Sexta-feira (1.set), às 14 horas: ‘Interações cômica e musicais’, com Caísa Tibúrcio (DF), na entrada Kadiwéu do Parque.
  • Sábado (2.set), serão duas oficinas: 'Contos Dançantes', com Arborecer (MS/Espanha), às 9 horas, na entrada Kadiwéu do parque e, 'Encontros Coreopolíticos', com Alexandre Américo (RN), às 14h30, no Marco.
  • Domingo (3.set), às 9 horas, tem a oficina 'Interações cômica e musicais', com Caísa Tibúrcio (DF), também na entrada Kadiwéu do parque e, às 15h30, a oficina 'Uma viagem pelos rios brasileiros', com o Grupo Deslimites (MS), também na entrada Kadiwéu.
  • Somente para a oficina 'Encontros Coreopolíticos', com Alexandre Américo, é necessário se inscrever por este link, para as outras oficinas é só ir ao local no dia e horário conforme a programação.

Foram selecionadas as seguintes apresentações:

Foto: Biel Campón

Na sexta-feira (1.set), às 15h, haverá a performance participativa 'Para ser árvore', com Arborecer (MS/Espanha), no Parque (entrada Kadiwéu). “No espetáculo, uma bailarina e um músico conduzem o público a uma viagem por uma paisagem onde a natureza é contemplada e decifrada a partir do movimento. Uma trilha ao ar livre guiada pela dança e pela música, onde as árvores inspiram e fazem criar”, diz a sinopse da proposta. Veja aqui ficha técnica e saiba mais sobre esse trabalho.

Também na sexta, às 16h, a Cie LeMooveNeMent (MS/França), apresentará o espetáculo 'Caos', no Marco. “Caos é uma criação instalativa com dança, objetos e música. É inspirado no mundo das crianças para ser visto por públicos de todas as idades”, adiantam. Veja aqui a ficha técnica e saiba mais.

No sábado (2.set), às 10h, a artista Caísa Tibúrcio (DF), apresenta o espetáculo 'Sementes', no Parque (entrada Kadiwéu). “O espetáculo trabalha com a metáfora poética da semente. A criação iniciou com as lembranças de uma brincadeira de criança em que diziam: ´Se você engolir uma semente de fruta nascerá uma planta na sua barriga´. Essas possibilidades e fantasias povoaram a mente da atriz e palhaça Caísa Tibúrcio durante a montagem deste solo”, prometem. Veja mais sobre esse trabalho aqui.

Também no sábado (2.set), às 14h30, haverá contação de histórias com ‘Guadakan, histórias de encantados’, com a indígena Gleycielli Nonato (MS), no Parque (na entrada Kadiwéu). Veja mais sobre esse trabalho aqui.

Ainda no sábado (2.set), às 15h30, haverá a performance participativa ´Para ser árvore´, com Arborecer (MS/Espanha), no Parque (entrada Kadiwéu).

No sábado (2.set), às 16h30, a artista Caísa Tibúrcio (DF), apresenta o espetáculo 'Sementes', no Parque (entrada Kadiwéu).

Já no domingo (3.set) serão três apresentações culturais:

  • Às 10h, contação de histórias, com 'Guadakan, histórias de encantados', com a indígena Gleycielli Nonato (MS), no Parque (na entrada Kadiwéu).
  • Às 14h30, será encenado 'Navegantes', com o grupo Deslimites (MS), no Parque (na entrada Kadiwéu). “Navegantes é um espetáculo de teatro de rua, feito com atores e bonecos, que faz um passeio por riachos, rios e mares, mostrando a vida debaixo da água, com todos seus encantos e problemas. A peça é narrada sob o ponto de vista dos animais, destacando como a degradação ambiental afeta suas vidas”, apontam em sinopse. Veja menções a esse trabalho aqui.
  • A programação será encerrada às 16h30 com o espetáculo ´Muximba, o coração sempre permanece criança´, com a Cia Giradança (RN), no Parque (na entrada Kadiwéu). “Uma dança para crianças neurodivergentes, uma dança para todas as crianças, em Muximba, a companhia encanta o mundo outra vez ao devolver a arte ao chão, ao piso comum das relações entre coisas humanas e não-humanas dentro do universo da infância, para que possam ser-estar num mundo capaz de lhes admitir e dar sim ao que são”, revelam. Veja mais sobre esse trabalho aqui.

AQUECIMENTO: PREPARANDO O TERRENO!

Antes do início da programação oficial, o Cerrado Abierto realizou algumas ações em Campo Grande.

Nos dias 17 e 18 de agosto foi realizada a oficina 'Caos', com a Cie LeMooveNeMent (MS/França), na Escola Municipal Ana Lúcia de Oliveira Batista.

Em 27 de agosto, no Parque das Nações Indígenas foi realizada a oficina de 'Contos Dançantes', com Arborecer (MS/Espanha); apresentação do espetáculo 'Navegantes', com o grupo Deslimites (MS) e; oficina 'Uma viagem pelos rios brasileiros', com o Grupo Deslimites (MS).

E, n​este dia 31 agosto, às 12h30, farão apresentação do espetáculo 'Caos', da Cie LeMooveNeMent (MS/França), para alunos da Escola Municipal Ana Lúcia de Oliveira Batista.

Também, em todos os finais de semana de agosto, a Mostra contou com um espaço brincante de interação com a natureza, no Parque.

SERVIÇO

A Mostra Cerrado Abierto - 'Fazendo Arte com crianças, de ontem, de hoje e de amanhã', da Arado Cultural, acontece nos dias 1, 2 e 3 de setembro, no Parque das Nações Indígenas, com programação totalmente gratuita. 

O portão de entrada 'Kadiwéu' está localizado ao lado do Marco – Museu de Arte Contemporânea (avenida Antônio Maria Coelho, 6.000). Mais informações em www.cerradoabierto.com.br/ e pelo Instagram.

Colaborou: @alyfreitas

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Tags: Arado Cultural, Campo Grande, Cerrado Abierto, CULTURA, destaque, destaque_principal, Fecomércio MS, Mato Grosso do Sul, Mostra Cerrado Abierto, Renata Leoni, Sectur, Sesc

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