Acontece na sexta-feira (24.jun) e sábado (25.jun) cerca de 21 apresentações integrantes da programação do Boca de Cena - Mostra Sul-mato-grossense de Teatro e Circo, na Praça Ary Coelho em Campo Grande (MS). Será uma virada artística que terá início às 18h da sexta e encerrará às 22h30 do sábado. Todas as apresentações serão gratuitas.
A mostra é organizada pelos colegiados de Teatro e Circo de Mato Grosso do Sul, que após muitas interlocuções com a Fundação de Cultura (FCMS), conseguiram garantir o investimento de R$ 240 mil que beneficiará 21 artistas/grupos que integram a programação, além de ter homenageados.
O Boca de Cena é um festival que aconteceu pela última vez em 2018. O Festival teve início em 2008 e era organizado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul em comemoração a duas datas importantes: Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo. Até sua última edição o Boca de Cena havia contemplado 123 apresentações de artistas sul-mato-grossenses, com um público estimado de 22 mil pessoas. Em 2019, entretanto, o festival foi descontinuado deixando o um vácuo cultural de 3 anos.
Em 2022, porém, os coletivos fizeram reuniões com a FCMS para conquistar recursos para realização do festival. Após várias discussões, a FCMS disse que “tinha o recurso, mas não tinha a mão de obra” para organizar a mostra. Assim, voluntários de teatro e circo organizaram toda a programação seguindo orientações da FCMS, que ficou com o papel de realizar as análises documentais.
Além do patrocínio da FCMS, a Mostra ganhou o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur).
PALCOS E HOMENAGEADOS
Ao todo, haverá 3 palcos montados em pontos estratégicos da Praça. Esses palcos recebem os nomes de ativistas de cultura e artistas destaques da arte sul-mato-grossense.
O palco principal ganhou o nome de “Profeta” – que era o apelido de Edson da Silva (falecido em 20 de agosto de 2020), aos 77 anos. Ator, diretor, escritor e poeta, ‘Profeta’ dizia ter nascido em Cassilândia e começou suas inspirações artísticas nos circos e teatro ainda na década de 60.
O 2º palco ganhou o nome de “Jair Damasceno”: ator, diretor, bailarino, coreógrafo, dramaturgo, professor e pesquisador Jair Balieiro Damasceno, falecido em 3 de maio de 2021, aos 73 anos. Reconhecido como um dos principais artistas sul-mato-grossenses, ele nasceu em Tefé, no Amazonas, mas sagrou-se artista de MS. Combatente e ativista pelas causas culturais desde 1966.
E o 3º palco que ganhou o nome de ‘Bia Marques’ – Fabíola Marques Fernandes, falecida aos 49 anos em 9 de maio de 2019. Servidora pública, Bia foi durante 7 anos coordenadora do Centro Cultural José Octávio Guizzo e atuou por 3 décadas em áreas culturais do Estado.
Apenas uma das apresentações será realizada no Teatral Grupo de Risco, pois devido a necessidade específica de uma das atrizes. As outras 20 apresentações acontecerão todas na Praça.
PROGRAMAÇÃO DO 1º DIA
A abertura oficial do evento será às 18h30 da sexta-feira. Logo depois, iniciam-se as apresentações de 24 de junho:
Às 19h acontece, no palco principal, a peça ‘Navegantes”, do grupo Deslimites, de Campo Grande. Com duração de 35 minutos, livre para todos os públicos. “Navegantes faz uma viagem pelos rios brasileiros, mostrando a vida dos animais debaixo d 'água. Um espetáculo divertido e poético, que mostra a degradação ambiental causado pelo desmatamento, excesso de lixo e falta de saneamento básico”, diz uma sinopse do espetáculo. O texto e direção é de Lu Bigatão Rios.
Às 19h40 acontece, no 2º palco, a peça ‘O Grande Salto’, do grupo Theastai de artes Cênicas, de Dourados. Com duração de 35 minutos. Livre para todos os públicos.
Às 20h será apresentado, no 3º palco, o espetáculo teatral ‘A Cartista’ – da Cia Teatral Sou o Que Sou, de Aparecida do Taboado. Com duração de 53 minutos. Classificação indicativa de 14 anos. “Narradora de sua própria vida e contadora de sua própria história. Com tonalidade poética, reflexiva e forte atuação dramática, a Cartista nos faz pensar sobre vários aspectos dos sentimentos humanos, sobretudo o Amor. O amor quando realmente é amor, é mútuo, é fonte de paz, não acaba, não é vencido pela distância, pelos obstáculos, pelos conflitos e surpresas; e só lamenta a distância quem viveu um adeus que levou para longe um amor verdadeiro”, diz a sinopse do espetáculo com texto de Wadna Salles e a direção é de Moysés Chama.
E a última apresentação da sexta acontece às 21h30 no palco principal. O espetáculo ‘Tradicional Pocket Show’, do Grupo Le Chapeau, de Dourados. Com duração de 50 minutos. Classificação indicativa de 12 anos. “Entre um número e outro, entre trocas atrapalhadas de figurinos e trabalho das “barreiras” para deixar tudo pronto para o show, além da engraçada disputa entre dono do circo e o palhaço para serem a figura central do espetáculo: O apresentador! “Tradicional Pocket Show” irá transformar qualquer lugar em um verdadeiro circo sem lona”, promete o espetáculo com a concepção de Junior de Oliveira.
2º DIA DE APRESENTAÇÕES
No sábado (25.jun) as apresentações começam ainda pela manhã:
Às 10h será apresentado, no palco principal, o espetáculo ‘Dom Quixote’, da Cia de Teatro do Mundo, de Campo Grande. Com duração de 45 minutos. Livre para todos os públicos. “Desta vez Bolonhesa e sua Trupe vão encenar a mais bela e louca história já escrita, Dom Quixote. Nesta aventura de capa e espada, a trupe de palhaços se diverte vivendo os personagens marcantes criados pelo grande autor espanhol Miguel de Cervantes. Escrita em 1605, este romance de capa espada atravessa o tempo celebrando a criatividade e a loucura de Alonso Quixano, mais conhecido como Dom Quixote De La Mancha. Um duelo apaixonado entre a sanidade e a loucura”, diz um resumo do espetáculo. A direção é de Fernando Lopes Lima.
Às 10h50 será apresentado no 3º palco, ‘A Borboleta Mais Velha do Mundo’, do Grupo Casa, de Campo Grande. Com duração de 40 minutos. Livre para todos os públicos. “As aventuras de uma borboletinha que tenta descobrir os segredos da longevidade, encontra a borboleta mais velha do mundo e entende que viver o presente é uma tarefa mais difícil do que pensava”, diz o release da peça com direção de Ligia Prieto.
Às 11h40 será apresentado no 2º palco, ‘Varietê (Anderson Lima)’, do grupo Flor e Espinho, de Campo Grande. Com duração de 40 minutos. Livre para todos os públicos. “Varietê do Lima é um compilado de números de palhaçaria onde o palhaço Anderson Lima usando suas habilidades técnicas, leva adultos e crianças ao estado de alegria com muita interação”, diz o release da peça com direção de Anderson Lima.
Às 13h, no palco principal, será apresentado ‘O Sapo Encantado e Outras Histórias’, do Grupo Teatral Unicórnio, de Campo Grande. Com duração de 50 minutos. Livre para todos os públicos. A peça é composta de três histórias curtas, unindo o Folclore, Conto-de-Fadas, e a Magia do Circo. “O que pode acontecer quando uma bela Princesa, brincando, deixa cair no Brejo uma bolinha de ouro? Numa adaptação do clássico dos Irmãos Grimm, o Sapo pega a bolinha para a Princesa, que lhe dá em troca um beijo salvador. Então acontece aos olhos do espectador uma completa transformação de Sapo em Príncipe”, inicia o release a peça com direção de Amélia Rocha.
Às 14h acontece no 3º palco, o espetáculo ‘Vendê-Graça’, do Palhaço Challito, de Nova Alvorada do Sul. Com duração de 60 minutos. Livre para todos os públicos.
Às 15h acontece, no 2º palco, a peça ‘Pantanalia’, do grupo Oficina de Bonecos, Tareco Treco, de Campo Grande. Com duração de 30 minutos. Livre para todos os públicos. “Um mini palco de 2m por 1cm, com duas tapadeiras laterais, sendo esquerda e direita de 1m por 1 m. Uma trave de 1m de altura por 2 m de largura, e dois pedestais de 1m por 1m”, diz um resumo sobre onde os bonecos que contam essa história habitam. A direção é de Wilson Mota Ishikawa.
Às 15h40 acontece, no palco principal, a peça ‘Com a Palavra, O Poeta’, do grupo Bazar de Poesia, de Dourados. Com duração de 45 minutos. Livre para todos os públicos.
Às 16h30, no 3º palco, acontece a peça ‘Gritaram-me Bugra’, do grupo Liberdade PKR (Pa’i Kuara Rendy), de Amambai. Com duração de 30 minutos. Livre para todos os públicos. “O espetáculo teatral “Gritaram me Bugra” trás em cena um misto de sentimentos que uma mulher indígena Guarani Kaiowá vive na pele como o preconceito, a discriminação, a violência e o sentimento de orgulho de pertencer ao grupo étnico que mantem sua cultura viva”, diz um resumo da peça com direção de Duadino Martines.
Às 17h, no palco principal, acontece o espetáculo ‘Revolução’, do Teatral Grupo de Risco, de Campo Grande. Com duração de 53 minutos. Livre para todos os públicos. “É um espetáculo de rua com adaptação do texto. “A Revolução na América do Sul” (de Augusto Boal). Desenrola a história de um operário que busca melhoria de salário e ao conseguir é despedido de seu emprego. Zequinha Tapioca, também operário, tenta organizar uma revolução e se torna um dos candidatos à presidência da república. No país, é ano eleitoral. Conchavos políticos e midiáticos são travados enquanto José da Silva e sua mulher tentam sobreviver e alimentar 11 crianças. Disputa de poder. Miséria. Ganância. O retrato desastroso de uma pátria combalida e conspurcada. Com irreverência e graça o elenco encena o espetáculo que provoca o riso e a indignação. Revolução, uma peça para rir, refletir e agir, diz um resumo sobre os temas do espetáculo com direção coletiva do Teatral Grupo de Risco.
Às 18h, no 2º palco, acontece o espetáculo ‘A Fabulosa História do Guri-Árvore’ – do grupo Fulano Di Tal, de Campo Grande. Com duração de 50 minutos. Livre para todos os públicos. “É livremente inspirado na obra de Manoel de Barros e é uma celebração à infância e suas histórias. Os irmãos Palmiro (Edner Gustavo) e Abílio (Douglas Moreira), cada um do seu jeitinho, relembram suas histórias no quintal de casa”, é o resumo do que aborda o espetáculo com a direção de Marcelo Leite.
Às 19h, no 3º palco, será apresentado ‘Gran FinaLLe’ – do grupo Pisando Alto, de Campo Grande. Com duração de 40 minutos. Livre para todos os públicos. “Um casal de velhinhos alegres, ativos, engraçados. Sonhando com o passado brilhante ou com uma realidade que não existe, mas sempre sonhando, e esperando seus filhos e netos para uma visita, enquanto esperam contam suas histórias, causos e percalços da vida de artista de circo”, diz a sinopse da peça com direção de Breno Moroni.
Às 19h45, no palco principal, será exibido ‘Delírios de Nito e Outros Devaneios’ – do grupo Jovens Bons, de Campo Grande. Com duração de 45 minutos. Livre para todos os públicos. “Um viajante no tempo e na maionese em busca do Nito o palhaço mais bonito e mais mentiroso do Brasil, apresentando e aprendendo Números em Bares, praças e ruas. “Delírios de Nitos e Outros Devaneios” é o espetáculo Com números clássicos e contemporâneos que envolve o público no universo despido do Palhaço marginal e conta com a ilustre participação do palhaço Fefito”, resumidamente são os temas da peça dirigida por Renderson Valentim.
Às 20h30 acontece na sede do Teatral Grupo de Risco o espetáculo ‘Lídia Bais: Uma mulher à frente de seu tempo' da Aplausos e Cia Teatral, de Campo Grande. Com duração de 50 minutos. Livre para todos os públicos. “O espetáculo tem proposta cênica a partir das rodas de contação de histórias, Tatiana De Conto narra e vivencia a história da artista apresentando ao público uma mulher que viveu a frente de seu tempo, Lídia Bais, artista, musicista, espiritualista, mística, caritativa e feminista. “Lídia ceifou o Mato com pincel, e coloriu com as tintas à Campo, não com sangue”, aborda a peça com direção de Thathy D. Meo.
Às 20h30 acontece por toda a praça (em movimento) a apresentação de “Corina e Genésio” – do Grupo Ubu de Artes Cênicas, de Campo Grande. Com duração de 30 minutos. Livre para todos os públicos. “O Brincante se dá com os atores entrando no recinto de apresentação em cortejo, brincando e galhofando com o público com cantorias, adivinhas, brincadeiras e pequenas cenas recheadas de momentos lúdicos e resgates folclóricos da cultura popular brasileira, então, realiza-se a cena curta “O encontro de Corina e Genésio”. A saída do recinto é como a entrada, porém com cantorias e brincadeiras que findam a atividade artística. A cena curta é toda encenada em pernas-de-pau”, explica um release da peça com direção de Anderson Bosh.
Às 21h acontece também por toda a praça (em movimento) a apresentação do espetáculo ‘Areôtorare – O verbo negro e bororo do índio profeta’, do grupo Teatro Imaginário Maracangalha, de Campo Grande. Com duração de 45 minutos. Livre para todos os públicos. “A ação cênico-poético de rua revisita as obras "Areôtorare" (1935) e "Sarobá" (1936) do escritor modernista Lobivar Matos (1915-1947), nascido em Corumbá (MS), aborda as relações humanas e sociais do seu tempo. Desta forma, questões como desigualdade, preconceito e desenvolvimento econômico são desveladas sob a ótica dos trabalhadores, índios e negros que até hoje "refletem os anseios, as revoltas, as durezas amargas da época e do meio em que vivem" (MATOS, L.)”, diz um resumo da história do espetáculo com direção de Fernando Cruz.
Às 21h45 acontece em movimento pela praça, uma 2ª sessão de “Corina e Genésio” – do Grupo Ubu de Artes Cênicas, de Campo Grande. Com duração de 30 minutos. Livre para todos os públicos.
Por fim, às 22h15 no palco principal acontece o espetáculo ‘Sub-Troço Do Vice-Treco’, do Tripé – Comédia a Três, de Campo Grande. Com duração de 60 minutos. Livre para todos os públicos. “Utilizando a técnica plágio-combinação em sua dramaturgia, a técnica de sincronia no trabalho vocal e corporal e, claro, a técnica de arrancar risadas da plateia, o trio “Tripé – Comédia A Três” apresenta o espetáculo “Sub-Troço Do Vice-Treco”, diz um resumo do que aborda o espetáculo com direção de Luciano Risalde.
Os cachês dos grupos/artistas e estrutura de palco, luz e som são fornecidos pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
SERVIÇO
Todas as apresentações acontecem nos dias 24 e 25 de junho na Praça Ary Coelho, situada no Centro de Campo Grande (MS).
A sede do Teatral Grupo de Risco, na Rua José Antônio, 2170, bairro São Francisco, em Campo Grande.